quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Guerra acesa entre "Chris Coleman" e os serviços secretos marroquinos



É uma guerra própria do século XXI. O hacker "Chris Coleman", que divulga documento a documento todos os segredos diplomáticos do Estado marroquino nos últimos anos enfrenta, há alguns dias, uma guerra sem quartel dos serviços secretos marroquinos.

Na realidade, estes estão desesperados. Não sabem como parar o lento e paciente fluxo de emails e de documentos confidenciais que põem a nu a diplomacia e o trabalho dos serviços secretos marroquinos.

Há algumas horas, o hacker deixou uma mensagem no Twitter que resume a terrível ofensiva lançada contra ele pelo Makhzen:



"É verdade que, nos últimos dias, o Makhzen multiplicou as suas ameaças para me desencorajar. Mobilizou importantes recursos, nomeadamente financeiros, para evitar a disseminação das informações; além disso, conseguiu, através do dinheiro, obter a suspensão das minhas contas DropVox, Mediafire e 4shared. O desembrulhar da informação vai continuar, mesmo com o risco da minha vida."

No entanto, de momento, é ele quem está a ganhar. Os nomes de dezenas de colaboradores dos serviços secretos marroquinos, jornalistas franceses (alguns são bem conhecidos de nós...), americanos e italianos, académicos e diplomatas estrangeiros, a maioria pagos com dinheiro na mão, foram descobertos. E, aparentemente, isso é apenas o começo.

Há três semanas, uma webpage espanhola, considerada próxima dos serviços secretos espanhóis, propôs a "Chris Coleman" hospedá-lo no seu site. Alguns seguidores do hacker acham que era uma armadilha preparada pelo CNI (Centro Nacional de Informações, o serviço espanhol de contra-espionagem), por conta dos seus homólogos marroquinos. O site queria entrar em contato com ele diretamente e, provavelmente, tentar identificar o seu IP, que é certamente falso, para tentar rastreá-lo.

Coleman nem sequer se incomodou em responder.

De qualquer forma, algumas coisas são seguras. Este intruso que põe a cabeça à roda de muita gente não está em Marrocos. Certamente não está sozinho. Ele preparou o seu golpe há longo tempo e, por último, os documentos não são falsos. Eles não foram manipulados, como querem fazer crer alguns colaboradores dos serviços secretos. Porque, se tivessem sido realmente, Marrocos teria saído à luz do dia denunciar essa falsificação grosseira.

Por exemplo, alguns artigos de jornais ou reportagens de televisão de jornalistas franceses, encomendados e pagos pela DGED (Direcção-Geral de Estudos e Documentação) foram, na verdade, publicados ou transmitidos à época, de acordo com os termos acordados com os marroquinos.

É provável que, se o assédio dos marroquinos — até agora sem grande sucesso, à excepção de um ou outro bloqueio —, continuar, "Chris Coleman" acabe por confiar a sua "presa" ao Wikileaks, ou lançá-la de uma só vez para um site seguro, mas aberto ao público. Vários especialistas informáticos já lhe ofereceram ajuda.


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