Mohamed Bani
Idade: 45
Condenado à Vida
Mohamed Bani nasceu em El Aaiún, capital do
Sahara Ocidental ocupado, em 1969. Casado e pai de cinco filhos, Bani era um
dos poucos saharauis com a sorte de terem encontrado emprego num sistema que
tende a preferir colonos marroquinos a saharauis. Bani trabalhou no Ministério
das Infraestruturas.
Mohamed Bani foi preso a 8 de novembro de
2010, no local do acampamento de Gdeim Izik, quando se preparava para evacuar o
local. Mohamed não tinha participado no acampamento de protesto, mas ia ali, de
quando em vez, para visitar parentes que tinham colocado as suas tendas no local.
Ele havia visitado a sua família no domingo 7 de novembro, um dia antes do
acampamento ter sido queimado e reduzido a cinzas. Quando ele tentou sair à
noite, foi parado pela polícia e o exército marroquinos, que haviam selado o
perímetro em torno do acampamento. Quando Mohamed tentou sair de novo na manhã
seguinte, a polícia prendeu-o, acusando-o de ter atropelado policiais.
Bani foi submetido a torturas físicas e
psicológicas na prisão; depois de ter sofrido um traumatismo craniano grave
causado por espancamento excessivo, passou seis dias sem qualquer forma de
assistência médica, ainda com os olhos vendados, algemado, privado de sono e
comida, e tinha urina derramada sobre ele. As feridas não estão ainda curadas e,
até hoje, Mohamed continua a ter problemas resultantes do ferimento na cabeça.
A 17 de fevereiro de 2013, O Tribunal Militar
de Rabat condenou Mohamed Bani a prisão perpétua.
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