ARGEL (APS) - Seis corpos
de desaparecidos saharauis foram exumados de três novas fossas comuns descobertas
recentemente por peritos espanhóis na região de Smara junto de Amgala, informou
hoje o presidente da Associação das Familiares dos Presos e Desaparecidos Saharauis
(AFAPREDESA), Abdesslam Omar.
A descoberta
teve lugar em "novembro de 2014 por peritos científicos espanhóis, de renome
internacional, que exumaram os restos mortais dos seis cidadãos saharauis descobertos
em três fossas comuns em Fadret Leguiaa, região de Smara, perto de Amgala",
afirmou Abdesslam Omar à APS.
Aquele
dirigente disse que os "peritos espanhóis estão realizando atualmente a identificação
genética dos corpos." "Trata-se de uma operação complexa que vai
levar tempo", disse ele, afirmando que se "fará luz sobre a
identidade dessas pessoas."
Abdesslam Omar
denunciou, na ocasião, o facto da equipa médica espanhola "não ter podido estender
suas investigações aos territórios ocupados por Marrocos, onde as valas comuns
estão concentradas."
Denunciou, igualmente,
o facto de apesar das pressões das Nações Unidas e do Parlamento Europeu, em
particular, "Marrocos teimar na sua posição de recusa" em respeitar a
legalidade internacional. Uma situação "que não pode continuar",
disse.
O Presidente
da AFAPREDESA insurgiu-se a este respeito contra a "recusa das autoridades
marroquinas em permitir que as organizações internacionais possam visitar os
territórios ocupados do Sahara Ocidental e dizer a verdade sobre as violações
cometidas por forças marroquinas."
Segundo
Abdesslam Omar, "mais de 400 saharauis estão identificados como vítimas de
desaparecimentos forçados", acrescentando que muitos outros estão
desaparecidos devido aos bombardeamentos da aviação marroquina em Oum Draiga,
Guelta e em Tifariti em 1976.
A descoberta
destas novas fossas vem juntar-se a uma outra encontrada em junho, quando oito
corpos de saharauis assassinados em fevereiro de 1976 foram identificados pela
mesma equipa espanhola liderada pelo Dr. Carlos Martin Beristain e o seu colega
Francisco Etxeberria.
As macabras
ações marroquinas já haviam sido reveladas no início de 2013 com a descoberta
de duas valas comuns perto Smara, não muito longe do "muro da
vergonha".
Os restos de
60 corpos, pelo menos, incluindo crianças, foram então encontrados e a
identificação de nove deles tinha permitido estabelecer que se tratava de civis
saharauis executados por forças marroquinas durante a invasão e a ocupação do
Sahara Ocidental em 1976.
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