quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Marrocos diz que os enviados da ONU para Sahara "são [agora] bem-vindos"


Salahedín Mezouar


O Governo de Marrocos afirmou hoje que o enviado pessoal do SG da ONU para o Sahara Ocidental, o norte-americano Christopher Ross, assim como a chefe da Missão da ONU no território, a canadiana Kim Bolduc, "são bem-vindos" e "podem reatar a sua missão na região".

Salahedín Mezouar, ministro dos Negócios Estrangeiros de Marrocos, afirmou hoje em conferência de imprensa que o final desta crise, que durou vários meses, "foi possível graças ao esclarecimento sobre os parâmetros e o papel da MINURSO (missão da ONU para o Referendo no Sahara Ocidental)" na região.

Mezuar referia-se à chamada telefónica do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, ao rei Mohamed VI na passada quinta-feira para lhe transmitir que teve "devidamente em conta os comentários e observações de Marrocos" e que o país magrebino podia contar com "firmes garantias sobre a neutralidade, objetividade e imparcialidade dos responsáveis da ONU".

"Nos próximos dias" será fixada a data para a chegada de Kim Bolduc à sede da MINURSO em El Aaiún, assim como o reatamento dos périplos ou contactos diplomáticos de Ross, afirmou Mezuar.

As duas missões (a de Bolduc e a de Ross) estiveram bloqueadas durante meses por Marrocos, que exigia "esclarecimentos" sobre os limites da missão da ONU que nunca chegou a precisar em detalhe, e além disso manifestar o seu desagrado pelo facto de Bolduc ter sido nomeada à  frente da MINURSO sem que Rabat tivesse sido consultada previamente.

A canadiana Kim Bolduc foi nomeada em abril passado à frente da MINURSO e, desde então, espera o "autorização" de Marrocos para poder instalar-se no quartel-general da MINURSO em El Aaiún.

O conflito encontra-se totalmente bloqueado já que Marrocos só admite discutir um plano de autonomia para o Sahara, enquanto a Frente Polisario rejeita qualquer solução que não passe pelo referendo de autodeterminação.

Nos últimos meses, Marrocos procurou deslegitimar a Frente Polisario como interlocutor já que, segundo Rabat, é um movimento separatista que não pode ser equiparado a um Estado.

Fonte: EFE


Foto: Salahedín Mezouar, MNE de Marrocos

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