Salahedín Mezouar |
O Governo de
Marrocos afirmou hoje que o enviado pessoal do SG da ONU para o Sahara
Ocidental, o norte-americano Christopher Ross, assim como a chefe da Missão da
ONU no território, a canadiana Kim Bolduc, "são bem-vindos" e "podem
reatar a sua missão na região".
Salahedín
Mezouar, ministro dos Negócios Estrangeiros de Marrocos, afirmou hoje em conferência
de imprensa que o final desta crise, que durou vários meses, "foi possível
graças ao esclarecimento sobre os parâmetros e o papel da MINURSO (missão da
ONU para o Referendo no Sahara Ocidental)" na região.
Mezuar referia-se
à chamada telefónica do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, ao rei Mohamed VI
na passada quinta-feira para lhe transmitir que teve "devidamente em conta
os comentários e observações de Marrocos" e que o país magrebino podia
contar com "firmes garantias sobre a neutralidade, objetividade e
imparcialidade dos responsáveis da ONU".
"Nos próximos
dias" será fixada a data para a chegada de Kim Bolduc à sede da MINURSO em
El Aaiún, assim como o reatamento dos périplos ou contactos diplomáticos de
Ross, afirmou Mezuar.
As duas missões
(a de Bolduc e a de Ross) estiveram bloqueadas durante meses por Marrocos, que
exigia "esclarecimentos" sobre os limites da missão da ONU que nunca chegou
a precisar em detalhe, e além disso manifestar o seu desagrado pelo facto de Bolduc
ter sido nomeada à frente da MINURSO sem
que Rabat tivesse sido consultada previamente.
A canadiana
Kim Bolduc foi nomeada em abril passado à frente da MINURSO e, desde então, espera
o "autorização" de Marrocos para poder instalar-se no quartel-general
da MINURSO em El Aaiún.
O conflito encontra-se
totalmente bloqueado já que Marrocos só admite discutir um plano de autonomia
para o Sahara, enquanto a Frente Polisario rejeita qualquer solução que não passe
pelo referendo de autodeterminação.
Nos últimos
meses, Marrocos procurou deslegitimar a Frente Polisario como interlocutor já que,
segundo Rabat, é um movimento separatista que não pode ser equiparado a um Estado.
Fonte: EFE
Foto: Salahedín Mezouar,
MNE de Marrocos
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