Na passada segunda-feira, 28 de setembro,
foi posto em liberdade Brahim Daoudi, depois de dois anos de prisão, tortura e
maus-tratos às mãos das autoridades marroquinas.
Brahim foi sequestrado a 28 de setembro
de 2013, em Guelmim (sul de Marrocos (*), vítima de tortura extrema e condenado
a dois anos de prisão no cárcere de Agadir. A 07 de julho 2014 foi brutalmente espancado
pelos guardas da prisão de Agadir, após ter exigido falar por teléfone com a família,
direito de todos os presos, mas que é negado arbitrariamente pelos guardas.
A 25 de julho de 2014, Brahim foi
transferido para o hospital sem que a sua família nem o seu advogado fossem informados.
Esteve hospitalizado durante vários dias nunca tendo a sua família sido informada
sobre o tipo de medicamentos que lhe foram administrados nem qual o seu diagnóstico.
A 14 de outubro de 2014, a sua mãe e o seu irmão conseguiram finalmente visitar
Brahim, momento em que este os informa de que sofre de tuberculose e que tinha estado
em coma durante mais de três horas a 13 de outubro. O medicamento que lhe foi
prescrito era unicamente para a asma, tendo ele regressado a uma cela com 72
reclusos sem lugar sequer onde poder dormir.
A 22 de abril de 2015 Brahim foi
transferido para uma cela de isolamento após ter requerido uma consulta médica.
A 4 de maio foi torturado brutalmente no seu isolamento por um guarda e iniciou
então uma greve de fome.
A 15 de maio, Brahim foi transferido
da prisão de Inzegan para a prisão de Taroudant, onde é colocado de novo numa cela
de isolamento e onde prossegue uma greve de fome. Terminou a sua greve de fome
a 25 de maio após ter sido transferido para uma cela de presos de delito comum.
Nunca foi visitado pelo médico da prisão, encontrando-se numa grave situação de
saúde.
Brahim é filho de Mbarek Daoudi
(preso político) e irmão de Mohamed (preso político), Omar e Taha (libertado) e
Hassan, a sua mãe Raabia tem uma ordem de detenção.
O calvário desta família começou no
dia em que Mbarek Daoudi denunciou a localização de fossas comuns de saharauis
assassinados pelas autoridades marroquinas.
Levantamento das fossas comuns por peritos bascos... |
Fonte e fotos: porunsaharalibre.org
(*) – Nota: A região mais a sul de Marrocos, Tarfaya, é povoada ainda por muitas famílias
saharauis. Ela pertenceu a Espanha até 1957, altura em que Franco cedeu o
território a Marrocos. Daí que o nacionalismo saharaui esteja fortemente
arreigado entre essas populações, tendo ali nascido alguns dos dirigentes da
Frente POLISARIO.
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