Na Tunísia, a
investigação "Blacklist" (lista negra), citando uma fonte que pediu
anonimato, evocou o envolvimento direto de Marrocos nas operações terroristas
que abalaram a Tunísia recentemente.
No entanto, em França
— que acaba de ser cenário de um dos atentados mais sangrentos que Europa conheceu
—, a imprensa francesa mantem-se fiel à sua velha postura de proteção e cumplicidade
com o reino cherifiano. Com efeito, dir-se-ia que os franceses procuram por
todos os meios evitar mencionar que os assassinos que cometeram este massacre são
todos de origem marroquina e que o bairro Molenbeek de Bruxelas é onde se encontra
a maior concentração de comunidade marroquina.
Por que razão esta
questão continua a ser um segredo quando todo o mundo sabe, já que ninguém
ignora que os marroquinos também estão por detrás dos atentados de Madrid de
2004, na qual morreram mais de 200 pessoas?
A imprensa francesa, pelo
contrário, em vez de recordar aos franceses esta realidade dedicou-se a propalar
a "contribuição da polícia marroquina em pôr os investigadores franceses atrás
da pista do jihadista belgo-marroquino Abdelhamid Abaaoud".
Como é que os serviços
secretos marroquinos conseguiram obter informações tão precisas quanto à
localização do elemento considerado o cérebro de toda a operação terrorista? Não
esqueçamos que as atividades das autoridades marroquinas dentro da sua
comunidade causaram um conflito entre Marrocos e o Estado belga. Rabat é
acusado de querer formar uma quinta coluna. Um facto amplamente divulgado pela
imprensa belga. Essa a razão por que o Estado belga expulsou dois falsos diplomatas
que trabalhavam no consulado de Marrocos em Bruxelas.
No ataque a Charlie
Hebdo, em janeiro de 2015, a pista marroquina foi claramente evocada pelo
hacker misterioso que agiu sob o pseudónimo de Chris Coleman.
Em primeiro lugar, os
irmãos Kouachi não são argelinos, como alegadamente afirmava a imprensa
francesa, mas sim marroquinos. Em segundo lugar, foi a Al Qaeda no Iémen que
reivindicou a responsabilidade pelo ataque.
Precisamente quando —
de acordo com um documento revelado por Chris Coleman — , a Embaixada da França
no Iémen acabava de pedir ajuda à embaixada de Marrocos em Saná para
identificar e conhecer o paradeiro de "cerca de 40 franceses de origem
marroquina que combatiam nas fileiras da Al Qaeda no Iémen contra os haouthies
". Existe uma ligação entre os dois eventos e eles são, apenas, um produto
do acaso?
Os laços de cooperação
de Marrocos com o Ocidente e com Israel não são um segredo para ninguém. Apesar
disso, o país não é alvo de ameaças terroristas. A Argélia, no entanto, que se
recusa a ser arrastada para conflitos fora das suas fronteiras é constantemente
ameaçada, enquanto a Tunísia foi atingida em pelo coração. Uma realidade que o
governo marroquino tenta esconder multiplicando falsos anúncios de desmantelamento
de células terroristas.
No Mali, há vozes que
se levantam para acusar Marrocos de fazer tudo para sabotar o processo de paz
no Mali liderado pela Argélia, devido ao apoio deste país aos saharauis.
Todos os indícios estão
aí para demonstrar que Marrocos, a fim de manter o controlo dos recursos do
Sahara Ocidental, está há muito a protagonizar o “Grande Jogo” da inteligência.
Um mês depois dos
atentados em Paris, o Tribunal de Justiça Europeu anulou o acordo comercial
assinado entre a UE e Marrocos, por incluir o território do Sahara Ocidental; e
a empresa francesa Total anunciou a sua retirada da antiga colónia espanhola invadida
por Marrocos em 1975 . Existe uma ligação entre estes eventos?
Fonte: Noticias
del Sahara
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