sábado, 26 de março de 2016

Frente Polisario apoia o apelo do Conselho de Segurança para a manutenção do mandato da MINURSO


Ahmed Boukhari, representante da F. Polisario junto da ONU

Washington, 26 Março 2016 (SPS)  A Frente Polisario apoia o apelo do Conselho de Segurança a manter o mandato da Missão das Nações Unidas para o Referendo no Sahara Ocidental (MINURSO), declarou sexta-feira o seu representante junto da ONU, Ahmed Boukhari, que pediu "medidas firmes" contra Marrocos.

"Apoiamos e defendemos o apelo do Conselho de Segurança dirigido a Marrocos para que a MINURSO possa cumprir o seu mandato outorgado pelas resoluções do Conselho de Segurança", afirmou Boukhari à agência APS, em reação à declaração daquele órgão da ONU que, quinta-feira ao fim da tarde, se afirmou "seriamente preocupado" pelas medidas de retaliação tomadas por Marrocos contra missão.

A Frente Polisario — disse o dirigente saharaui —"partilha com o Conselho de Segurança dessa preocupação e também a sua posição sobre as operações de manutenção de paz que são exclusivamente da sua competência e não de Marrocos".

"No entanto, pedimos medidas firmes o mais rápido possível para acabar com esta situação de perigo criada por Marrocos", disse Boukhari, reafirmando que "o mandato da MINURSO não deve ser limitado, como o pretende Marrocos, à manutenção do cessar-fogo ". "O povo saharaui nunca aceitará esse cenário", afirmou.

No final de uma quarta reunião na quinta-feira, o Conselho de Segurança pronunciou-se sobre a crise da MINURSO através de um comunicado intitulado "elementos para a imprensa", que é a mais fraca das respostas que o Conselho pode tomar em situações de crise.

O Conselho de Segurança poderia ter optado por uma resolução, que é obrigatória; uma declaração presidencial ou uma declaração à imprensa.

Marrocos, que expulsou 73 membros do pessoal civil da MINURSO, também atacou recentemente a componente miliar desta missão fechando o escritório de ligação militar da ONU em Dakhla, nos territórios saharauis ocupados.

Implantada há mais de um quarto de século para monitorar o cessar-fogo nos territórios saharauis ocupados, a missão foi capaz de trazer alguma estabilidade e reduzir as tensões, mesmo se no terreno não satisfizesse as reivindicações legítimas do povo saharaui: a organização de um referendo de autodeterminação, principal tarefa da missão e a qual lhe dá o nome.

No momento, a missão "está em perigo", alertou a Secretaria-Geral da ONU, que acusou Marrocos de violar a Carta da ONU.

As violações de Marrocos representam um precedente nos anais das Nações Unidas, uma afronta a Ban Ki-moon e os seus assistentes, pondo a rude prova o Conselho de Segurança, instado a defender o mandato da MINURSO, enquanto mandatário e principal responsável por esta missão.

(SPS)

Sem comentários:

Enviar um comentário