13 presos políticos saharauis
do grupo de Gdeim Izik, iniciaram uma greve de fome por tempo indeterminado num
acto extremo para reivindicar o seu direito à liberdade, e para lembrar a
brutalidade do ataque e desmantelamento pelas forças militares marroquinas do
acampamento de protesto pacífico de Gdeim Izik, em 2010.
O Acampamento da Dignidade,
como foi chamado, composto por dezenas de milhares de cidadãos saharauis que
defendiam os seus direitos enquanto indivíduos e como povo, antecedeu a chamada
Primavera Árabe e constitui o maior protesto organizado da população saharaui
desde a ocupação marroquina em 1975.
Passaram mais de cinco anos
desde que ocorreram estes factos e durante este tempo, milhares de vítimas e
centenas de prisioneiros foram submetidos a todos os tipos de tortura e abuso.
Entre eles, 25 do grupo de Gdeim Izik, acusados de crimes que não foram
provados e julgados por um tribunal militar que os sentenciou de 20 anos a
prisão perpetua, sendo que 21 deles se encontram na prisão marroquina Salé 1 em
Rabat, dois foram libertados no final do julgamento com penas cumpridas de dois
anos e meio, um está em liberdade condicional e um quarto, Hassana Aalia foi
julgado em ausência e encontra-se em Espanha com pedido de asilo político.
O julgamento foi considerado
nulo, devido às violações de procedimentos, falta de provas, e ao facto de
condenar de civis num tribunal militar. Os 40 observadores internacionais
presentes no julgamento são unânimes que todo o processo foi uma farsa, e
denunciaram não só a ilegalidade do julgamento como a contínua pressão e
ameaças exercidas pelas autoridades marroquinas, sobre os observadores e os
seus tradutores durante o processo.
Por estas razões e devido à
contínua repressão e privação dos seus direitos, o grupo dos presos políticos
saharauis em Gdeim Izik, emitiu um comunicado que anexamos.
Apela-se a todas os partidos
políticos, representações dos mesmos nas instituições do seu país, aos
governos, ao movimento solidário, às organizações sindicais e à sociedade civil
que emitam moções de solidariedade para com os presos saharauis em greve de
fome e enviem o seu protesto ao governo do Reino de Marrocos, para além de
outras iniciativas de solidariedade que possam desencadear.
Em Portugal as moções de
solidariedade devem ser enviadas para os seguintes e-mails: delpolisariopt@gmail.com e secdelpol@gmail.com
Sem comentários:
Enviar um comentário