O representante da Frente Polisario junto da ONU, Ahmed
Bukhari, advertiu hoje do perigo de que se reate a guerra no Sahara Ocidental se
se puser fim à missão das Nações Unidas nessa zona.
"Se há um vazio, é um convite à guerra", afirmou
Bukhari em declarações aos jornalistas nos corredores da sede das Nações Unidas
pouco antes de ter início uma reunião do Conselho de Segurança para analisar o tema
do Sahara Ocidental.
A reunião foi convocada de urgência pelo secretário-geral
da ONU, Ban Ki-moon, ante o duro recontro de críticas entre a ONU e Marrocos na
sequência da recente visita de Ban ao Sahara Ocidental.
Entre as medidas adotadas por Marrocos figura reduzir "significativamente"
a componente civil da Missão das Nações Unidas para o Referendo do Sahara Ocidental
(MINURSO).
Além disso, o Governo de Rabat também decidiu cortar o
seu financiamento "voluntário" e essa missão, criada em 1991 para
dirigir um processo que deveria levar à convocatória de um referendo de
independência da região ou sua integração em Marrocos.
Segundo Bukhari, estas medidas implicam que o Governo de
Rabat "está propondo um fim para a missão (da ONU), o que significaria o caminho
mais curto para o reatamento da guerra".
"Se não há um processo político, o que é que resta?",
Interrogou o representante da Polisario.
Bukhari expressou a sua confiança em que o Conselho de
Segurança expresse hoje o seu apoio a Ban Ki-moon e ao mandato da MINURSO, e
que terá que escolher entre "a paz ou um rumo desconhecido" nessa zona.
Acrescentou também que atualmente se vive na zona um momento
"muito delicado" e sublinhou que
a MINURSO "não pertence a nenhuma parte", já que foi criada por uma decisão
do Conselho de Segurança da ONU.
EFE
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