quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

Evasão fiscal, desigualdade e injustiças sociais em Marrocos — denuncia relatório da OXFAM Internacional

 

Fotomontagem publicada no "El Portal Diplomático"

Num recente relatório sobre a situação socio-económica em Marrocos, a ONG OXFAM Internacional põe a nú as graves desigualdades da economia marroquina, marcada pela abismal evasão fiscal, falta de reformas e chocante desigualdade.

“A economia marroquina nunca criou tanta riqueza como nos últimos vinte anos. No entanto, a pobreza continua a agravar-se, apesar nas estatísticas oficiais, na vida diária dos cidadãos marroquinos” afirma o relatório.

A questão legítima que se coloca - interroga a OXFAM - é saber em que medida este sistema contribui para o combate às desigualdades ou, ao contrário, é um sistema tolerante ou mesmo complacente com a injustiça.

Em Marrocos, país não produtor de petróleo, refere o estudo, “o papel da tributação é ainda mais importante já que o país tem um déficit social e conta apenas com recursos fiscais para abastecer o seu orçamento. No entanto, várias anomalias impedem a tributação de contribuir ativamente para o combate às desigualdades” - refere.

“A receita tributária, que representa quase 85% do orçamento do Estado entre 2000 e 2018, pesa injustamente sobre um pequeno segmento da sociedade, como é o caso do imposto sobre o rendimento, que aumenta injustamente a carga tributária sobre os empregados”, afirma o relatório.

Sublinhe-se que esta não é a primeira vez que uma instituição internacional avisa sobre o péssimo estado da economia marroquina e as suas repercussões na estabilidade social do país do Magrebe.



O relatório alerta: “Na ausência de reformas fiscais, Marrocos corre o risco de ativar planos de austeridade severos, aumentando assim a tensão social e aprofundando as desigualdades entre as diferentes camadas da sociedade marroquina”.

A OXFAM International é uma confederação de 13 organizações e mais de 3000 parceiros, que atua em mais de 100 países tentando encontrar soluções para o problema da pobreza e da injustiça.

Leia o relatório “Fair Tax Monitor: Analyse do système fiscal marocain”

 

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