quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Mohamed Haddi, preso político saharaui atinge 28 dias de greve de fome

 


PUSL. (09-02-2021) - Haddi, prisioneiro político saharaui atinge 28 dias de greve de fome, recebe ameaças de morte e a casa de sua família foi atacada

O preso político saharaui Mohamed Lamin Haddi, do grupo Gdeim Izik, condenado a 25 anos de prisão, actualmente detido em Tiflet2, iniciou uma greve de fome a 13 de Janeiro.

Haddi, que completou hoje 28 dias de greve de fome, foi visitado ontem à tarde por uma enfermeira da prisão.

A enfermeira começou a ameaçar Mohamed Lamin Haddi dizendo que se ele não parasse a greve de fome seria enviado para a cela de isolamento / punição “Kacho”, embora Haddi esteja em confinamento solitário prolongado desde 2017. O “Kacho” é temido por todos os reclusos nas prisões marroquinas, por se tratar de um espaço minúsculo sem ventilação que se assemelha a uma caixa ou a um caixão.

Além disso, a enfermeira disse que a prisão não tinha conhecimento da greve de fome e que Haddi deveria solicitar uma “reunião” com a administração penitenciária de Tiflet2 para informá-los e, consequentemente, solicitar uma consulta médica.

Haddi recusou pedir uma reunião e não vai parar a greve de fome.

A sua advogada francesa, Maître Olfa Ouled tinha enviado queixa ao procurador do Rei no passado dia 16 de Novembro, com cópias para a DGARP (Delegação Geral Marroquina das Penitenciárias e da Reinserção), o CNDH (Conselho Nacional de Direitos Humanos de Marrocos) e ao Ministério da Justiça de Marrocos.

No dia 19 de janeiro, Haddi foi visitado por um representante da DGAPR a quem comunicou que se recusava a interromper a greve de fome até que estivesse noutra prisão e mais perto de sua família.

É evidente que a administração de Tiflet2 está bem informada sobre a greve de fome.

Esta nova ameaça e a declaração de que a administração penitenciária não está informada da Greve da Fome, por meio de uma Enfermeira que tinha como única tarefa transmitir esta informação, visto que não mediu a pressão, nem verificou o peso do preso Haddi nem realizou nenhum procedimento médico normal em caso de greve de fome, é mais do que suficiente evidência dos extremos maus-tratos e negligência médica a que está submetido Mohamed Lamin Haddi e da total ausência de medidas para assegurar a sua sobrevivência. Uma flagrante violação por parte das autoridades marroquinas das suas próprias leis e das convenções internacionais que ratificou.

Esta tarde (9 de fevereiro de 2021) a casa da família do Sr. Haddi, na cidade ocupada de El Aaiun, foi cercada por policias marroquinos que impediram qualquer visita à família e tentaram entrar à força na casa.

A família de Haddi tem denunciado em todas as redes sociais a situação do preso político, especialmente a sua mãe, que fez vários vídeos pedindo aos Mecanismos de Direitos Humanos das Nações Unidas, ao Comité Internacional da Cruz Vermelha e às ONGs internacionais para intervir no caso do seu filho, mas também dos outros presos políticos do Grupo Gdeim Izik.

Fonte Por un Sahara Libre

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