segunda-feira, 8 de março de 2021

Depois de Berlim, Marrocos excluído também da Cimeira do Togo sobre o Malí

 


Por Lehbib Abdelhay/ECS- O afastamento de Marrocos da discussão dos ‘dossiers’ líbio e maliano aprofunda-se e fica patente. O reino não foi convidado para uma reunião ministerial a nível de chefes da diplomacia, realizada em Berlim a 23 de Janeiro de 2020, dedicada à crise na Líbia. Rabat não conseguiu esconder a sua raiva. Hoje, também não foi convidado para a cimeira do Togo sobre o Mali (GST-Mali).


Hoje, segunda-feira, na capital togolesa, tem lugar a segunda reunião do Grupo de Apoio à Transição no Mali, que é composto pelo Grupo dos Cinco Países do Sahel (Mali, Mauritânia, Chade, Burkina Faso e Níger), Argélia, ONU e Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental / CEDEAO.

De acordo com um comunicado publicado na capital do Togo, Lomé, a reunião, na sequência da que teve lugar a 30 de novembro em Bamako, visa "acompanhar e avaliar a implementação das conclusões da reunião inaugural" e avaliará "o progresso das reformas políticas e institucionais em preparação para as eleições gerais, a situação económica, bem como a análise da situação em questões humanitárias, de defesa e segurança".




O GST-Mali, criado pela União Africana a 9 de outubro na 954ª reunião do Conselho de Paz e Segurança, tem como missão principal "apoiar o governo de transição" e o povo do Mali na "implementação da Carta de Transição e do seu roteiro adoptado na sequência de negociações sob os auspícios da CEDEAO".

Nos dias anteriores à cimeira, Marrocos enviou ao Togo Younes Benakki, secretário-geral do Conselho Económico, Social e Ambiental de Marrocos. Segundo a imprensa togolesa, o funcionário marroquino visitou o país na passada segunda-feira com o objectivo não declarado de convencer as autoridades do país anfitrião a convidar as autoridades marroquinas a participar na cimeira GST-Mali sobre a transição no Mali.

O enviado marroquino encontrou-se com Christian Trimua, ministro togolês dos Direitos Humanos e das Relações com as instituições da República do Togo e transmitiu-lhe a disponibilidade de Marrocos para ajudar o seu país a estabelecer um Conselho Económico e Social. "Muito humildemente, Marrocos dará os meios necessários para apoiar o Togo ao longo de todo o processo", disse o enviado marroquino.


O ministro do Negocios Estrangeiros da Argélia - à esquerda -
com o seu homologo togolês


A última escalada de tensões na região acelerou a rivalidade entre Marrocos e a Argélia para reforçar o seu papel como possíveis mediadores do conflito. Ambos os Estados do Magrebe estão a tirar partido da sua posição geográfica para procurarem um papel de liderança regional.

A diplomacia argelina tornou-se mais activa com a chegada ao poder em Dezembro passado do Presidente Abdelmajid Tebboun, que também fez aprovar um projecto de constituição que, pela primeira vez, prevê o envio de forças argelinas para o estrangeiro.

 

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