quinta-feira, 15 de abril de 2021

150 Jornalistas marroquinos pedem libertação imediata de repórteres em greve de fome

 

Soulaimane Raissouni e Omar Radi

Omar Radi e Soulaimane Raissouni declaram-se inocentes das acusações que recaem sobre eles e iniciaram a greve de fome para exigir a sua libertação provisória. Os dois contestam o facto de estarem presos preventivamente há quase um ano e criticam a campanha difamatória de que dizem estar a ser alvo por parte dos meios de comunicação social oficiais e pró-poder.

 

Lusa - 14-04-2021 - Pelo menos 150 jornalistas marroquinos já assinaram uma petição a pedir a libertação imediata de Omar Radi e Soulaimane Raissouni, dois jornalistas detidos preventivamente por alegados crimes de agressão sexual que iniciaram há vários dias uma greve de fome. Segundo a agência espanhola EFE, os signatários da petição apelam à realização de "um julgamento justo" para os dois jornalistas marroquinos e manifestam preocupação com a deterioração do estado de saúde dos dois detidos, que sofrem de doenças crónicas.

"Insistimos que o desenrolar destes dois processos judiciais está a prejudicar o estado de saúde dos nossos companheiros e das respetivas famílias, e a imagem do país", refere a petição. Apesar de sublinharem que compreendem os motivos que levaram os dois jornalistas a iniciarem uma greve de fome, os subscritores da petição apelam igualmente a Omar Radi e a Soulaimane Raissouni -- detidos no estabelecimento prisional de Oukacha em Casablanca -- para suspenderem o protesto.

Omar Radi e Soulaimane Raissouni declaram-se inocentes das acusações que recaem sobre eles e iniciaram a greve de fome para exigir a sua libertação provisória. Os dois contestam o facto de estarem presos preventivamente há quase um ano e criticam a campanha difamatória de que dizem estar a ser alvo por parte dos meios de comunicação social oficiais e pró-poder.

"Exigimos um clima de calma favorável às liberdades neste país e exigimos que seja respeitado o direito dos jornalistas de exercerem plenamente a sua liberdade de expressão e de divulgação de informações e ideias", sublinham os signatários da petição, denunciando ainda "a impunidade que beneficia a imprensa difamatória" em Marrocos.

Soulaimane Raissouni, editor-chefe do diário "Ajbar al Yaum" (atualmente inativo), foi detido em maio de 2020 e é acusado por alegado abuso sexual de um jovem homossexual. Na passada quarta-feira, o jornalista decidiu iniciar uma greve de fome e de sede por tempo indeterminado. A família de Soulaimane Raissouni anunciou esta quarta-feira, entretanto, que o jornalista voltou a beber água.

Omar Radi, que iniciou a greve de fome no sábado passado, é acusado do crime de violação contra uma colega de trabalho e de atentar contra a segurança do Estado marroquino através de presumíveis contactos com um elemento dos serviços secretos britânicos.

Agência Lusa

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