Washington (ECS). 14-04-2021- Teve lugar esta tarde uma conferência virtual sobre o conflito do Sahara Ocidental, moderada por Katlyn Thomas —membro do Comité de Direito Internacional e ex-presidente do Comité da ONU — tendo participado como oradores o Embaixador John Bolton, ex-embaixador dos Estados Unidos nas Nações Unidas (2005 - 2006) e antigo Conselheiro de Segurança Nacional dos EUA (2018-2019); o Embaixador Christopher Ross, diplomata dos EUA na Líbia (1969-70) e Marrocos (1970-73) e Embaixador dos EUA na Argélia (1988-91) e na Síria (1991-98), Coordenador da Luta Antiterrorista do Departamento de Estado (1998-99), e Enviado Pessoal do Secretário-Geral da ONU para o Sahara Ocidental (2009 a 2017); e Elliott Abrams, Senior Fellow for Middle East Studies no Conselho das Relações Externas em Washington D. C, antigo Secretário de Estado Adjunto (1981-1989), antigo Conselheiro Nacional de Segurança Adjunto (2005-2009).
Christopher Ross: O Estado saharaui tem todos os ingredientes para ser bem sucedido como Estado independente
O antigo enviado pesoal do SG da ONU para o Sahara Ocidental, o americano Christopher Ross, afirmou durante a sua intervenção que as negociações diplomáticas entre as duas partes em conflito, a Frente Polisario e o Reino de Marrocos, nunca serão frutuosas porque as duas partes se agarram às suas reivindicações.
Ross afirmou que Marrocos retirou o referendo como opção nas negociações porque sabe que o seu resultado será a escolha de independência pelo povo saharaui. O Estado saharaui tem todos os ingredientes para ser bem sucedido como Estado independente - afirmou.
John Bolton: O Presidente eleito dos EUA, Joe Biden, deve corrigir rapidamente a decisão unilateral de Trump de reconhecer a soberania marroquina sobre o Sahara Ocidental
Por sua vez, John Bolton interveio para sublinhar que qualquer solução deveria dar ao povo do Sahara Ocidental o seu direito à autodeterminação. Mencionando também que a declaração do ex-Presidente dos EUA Donald Trump foi um erro em vão que prejudicou gravemente a política dos Estados Unidos na região.
O antigo Conselheiro de Segurança Nacional dos EUA apelou na sua intervenção ao Presidente eleito dos EUA, Joe Biden, para corrigir rapidamente a decisão unilateral de Trump de reconhecer a soberania marroquina sobre o Sahara Ocidental.
O diplomata norte-americano pediu também para seja suspenso o apoio à missão da ONU para o Referendo no Sahara Ocidental, MINURSO, por ser inútil e não ter cumprido o seu mandato.
A soberania sobre o Sahara Ocidental tem sido objecto de um conflito armado entre Marrocos e os povos do Sahara Ocidental, os saharauis, desde 1975. Em Dezembro de 2020, o Presidente Trump declarou que os Estados Unidos reconheceriam a soberania de Marrocos sobre o Sahara Ocidental como parte de um acordo ao abrigo do qual Marrocos "normalizaria" as suas relações diplomáticas com Israel.
A nova administração Biden ainda não se pronunciou formalmente sobre a posição tomada pela sua antecessora, embora o Secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, na conversa que manteve com o SG da ONU, António Gueterres, a 29 de Março, tenha sublinhado “o apoio dos EUA às negociações políticas e exortou o Secretário-Geral a acelerar a nomeação de um Enviado Pessoal”.
Fonte: ECSaharaui
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