sábado, 3 de abril de 2021

Sahara Ocidental: a nomeação de um novo enviado da ONU é essencial - afirma o MNE e ministro da Defesa da Irlanda

 

Simon Coveney, ministro dos Assuntos Exteriores e da Defesa da Irlanda


DUBLIN - O ministro irlandês dos Negócios Estrangeiros, Simon Coveney, afirmou este sábado que a nomeação de um novo enviado pessoal do Secretário-Geral da ONU para o Sahara Ocidental será "essencial" para os esforços no sentido de retomar as conversações facilitadas pela ONU para se chegar a uma "solução política justa, duradoura e mutuamente aceitável".

Respondendo a uma pergunta do deputado Patrick Costello, sobre os esforços da Irlanda no Conselho de Segurança para a nomeação de um novo Enviado Pessoal do SG da ONU para o Sahara Ocidental, o chefe da diplomacia irlandesa afirmou que "o Secretário-Geral da ONU continua empenhado na nomeação de um novo Enviado Pessoal e os seus esforços a este respeito estão activos e em curso.

Acrescentou que "o Conselho de Segurança realizará consultas sobre a Missão das Nações Unidas para o Referendo no Sahara Ocidental (MINURSO) em abril e esta será uma oportunidade para o Conselho analisar os progressos e os recentes desenvolvimentos no Território Não Autónomo.

A este respeito, recordou que "o antigo enviado pessoal do Secretário-Geral da ONU, Horst Kohler, demitiu-se em 2019 por razões de saúde e o cargo ficou entretanto vago".


O abandono do ex-presidente alemão Horst Kohler do papel de mediador e Enviado Pessoal
do SG da ONU poderá ter sido o ponto final no processo negocial?  

O antigo presidente alemão, Horst Kohler, retirou-se em maio de 2019 do seu posto de enviado da ONU para o Sahara Ocidental após vinte meses de intensa mediação que o viu injectar uma nova dinâmica no processo de paz da ONU.

Com a partida de Kohler, o Sahara Ocidental terá consumido quatro mediadores após os dois americanos James Baker e Christopher Ross e o holandês Peter Van Walssun.

O porta-voz do Secretário-Geral da ONU, Stephane Dujarric, afirmou na sexta-feira que "as Nações Unidas prosseguem os seus esforços para nomear um novo enviado para o Sahara Ocidental", citando "dificuldades" em encontrar o perfil certo para ocupar o lugar, que está vago há quase dois anos.

"Não é por falta de tentativas por parte do Secretário-Geral. Tanto quanto sei, estamos a continuar a nossa busca, mas é uma posição complicada para a qual sempre foi um pouco difícil encontrar as pessoas certas ou a pessoa certa para o trabalho", disse Dujarric no seu briefing diário à imprensa.

Em março passado, o porta-voz da ONU recusou-se a culpar o SG da ONU pela vaga. "O secretário-geral tem estado a trabalhar para preencher o posto, mas como acontece com muitas dessas nomeações, nem todas as alavancas estão nas suas mãos, embora ele esteja a fazer o seu melhor", disse ele.

Na segunda-feira, o Secretário de Estado norte-americano Antony Blinken, numa entrevista online com o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, salientou o apoio dos EUA às negociações políticas "para resolver o conflito no Sahara Ocidental", instando Guterres a acelerar a nomeação de um enviado pessoal para o território não autónomo.

Em setembro passado, o Presidente da República Saharaui, Brahim Ghali, tinha apelado ao Conselho de Segurança para acelerar a nomeação de um novo enviado pessoal, "animado pelas mesmas convicções e determinação do seu antecessor", disse, referindo-se a Horst Kolher.

Numa missiva transmitida ao Conselho de Segurança, o Presidente Ghali tinha exortado o órgão da ONU a renovar o seu empenho no processo político e no reatamento de negociações directas e cruciais entre as duas partes para alcançar uma solução pacífica e duradoura que respeite plenamente o direito do povo saharaui à autodeterminação e à independência.

Afirmoo líder saharaui que "o atraso na nomeação de um novo enviado pessoal paralisou o processo político.

Incluído desde 1966 na lista de territórios não autónomos, e portanto elegível para a aplicação da Resolução 1514 da Assembleia Geral da ONU sobre a concessão da independência aos países e povos coloniais, o Sahara Ocidental é a última colónia em África, ocupada desde 1975 por Marrocos, apoiada pela França.

Fonte: APS

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