Oubbi Bucharaya Bachir |
ECS - 07-05-2021 - O representante da Frente Polisario na Europa e na União Europeia (UE), Oubbi Bucharaya Bachir, disse esta quinta-feira que a política de mentiras e chantagem adoptada pelo ocupante marroquino em relação à causa saharaui reflete a sua desilusão com a UE, que vetou qualquer apoio à colonização do Sahara Ocidental.
“O regime do ‘Makhzen’ entrou em histeria depois de a UE lhe ter negado todo o apoio às suas propostas expansionistas no Sahara Ocidental", disse o dirigente saharaui à agência noticiosa argelina APS.
Esta crise de histeria reflete o desapontamento do ocupante marroquino, que é também obrigado a inventar cada vez mais histórias para chantagear estes países que expressaram claramente o seu apego à legitimidade internacional, sublinhou Bucharaya, recordando que a política de "mentiras e chantagem" é a única constante que define a política externa de Marrocos.
Esta política, consagrada pelo rei Hassan II desde 1994, tornou-se uma regra básica na diplomacia marroquina, disse Oubbi Bucharaya citando as palavras do monarca na sua resposta ao antigo presidente da Comissão Europeia, Jacques Delors: "se Marrocos não conseguir exportar os seus tomates, dentro de dez anos estaremos a exportar terroristas".
Oubbi Bucharaya referiu também que é o ocupante marroquino quem está por detrás das questões colocadas por certos deputados de extrema-direita com vista a manchar a imagem da Polisario e da luta saharaui.
Num outro contexto, o diplomata saharaui afirmou que a Comissão dos Negócios Estrangeiros da UE negou qualquer acusação infundada atribuída à Polisario relativamente à militarização de crianças, tal como foi falsamente apontado por Marrocos e pelas suas organizações.
“Hoje o regime marroquino ataca toda a gente, primeiro o povo saharaui, depois a Mauritânia, a Argélia, a UA e a UE ao ponto de tentar imiscuir-se nos assuntos internos da Alemanha e de Espanha", continuou Bucharaya.
Em março passado, Marrocos decidiu suspender as suas relações com a embaixada alemã em Rabat devido a grandes divergências com Berlim sobre a solução do conflito do Sahara Ocidental, antes de atacar a Espanha, onde o Presidente e Secretário-Geral da Frente Polisario, Brahim Ghali, está a ser tratado.
A Audiencia Nacional tinha negado as informações falsas relatadas por vários meios de comunicação social sobre a convocação do presidente saharaui, enquanto o chefe da diplomacia espanhola, Arancha Gonzalez Laya, deixou claro que no final da sua hospitalização, Ghali deixará a Espanha.
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