MADRID - A Coordenação Espanhola das Associações de Solidariedade com o Sahara Ocidental (CEAS-Sahara) lançou este sábado uma campanha de apoio à ativista saharaui dos direitos humanos, Sultana Sid Ibrahim Khaya, colocada desde novembro passado em prisão domiciliária pelas autoridades de ocupação marroquinas em Bojador, no Sahara Ocidental ocupado.
O CEAS-Sahara, presidido por Xavi Serra, realizou sábado uma assembleia geral, com a participação de uma representação da Task Force Europeia. O encontro foi uma oportunidade para conhecer a situação da activista saharaui Sultana Khaya, e para lançar uma nova campanha a seu favor.
"Todo o trabalho realizado ultimamente visa tornar a causa saharaui visível", disse Dih Noucha, em nome da delegação saharaui em Espanha, no seu discurso.
A CEAS expressou também a sua "gratidão" a Sultana, e à sua família, que, segundo ela, luta dia após dia em condições extremas, pela independência do Sahara Ocidental, ocupada desde 1975.
Ao agradecer ao CEAS-Sahara pelo lançamento desta campanha de apoio a seu favor, Sultana Khaya, numa intervenção online, revelou as constantes represálias da ocupante marroquina, que não lhe permite ter visitas.
A activista dos direitos humanos saharaui tem estado sob um cerco policial imposto à sua casa na cidade ocupada de Bojador desde o seu regresso de Espanha em novembro de 2020. A sua mãe de 84 anos que vive com ela também está a sofrer desta situação injusta.
Durante este período de prisão domiciliária forçada, Khaya relatou à assembleia do CEAS os ataques em que foi espancada na cabeça até sangrar, a mão direita foi fracturada e o olho-falso foi danificado (recorde-se que a ativista ficou sem o olho direito quando ainda jovem foi brutalmente espancada pela polícia marroquina. Na altura era estudante em Marrocos) .
Existe também uma barreira policial que impede a entrada de visitantes e controla as saídas. Durante meses, Sultana Khaya, a sua irmã e a sua mãe foram sujeitas a uma forte repressão marroquina devido à sua luta pela autodeterminação e independência do povo saharaui.
Apesar da intimidação e da tortura física e verbal, Sultana Khaya diz que "isto não a impedirá de continuar a sua luta". Sublinhou também que "o silêncio da ONU sobre aquilo a que os saharauis estão expostos num país sob a sua jurisdição e responsabilidade, encorajará a ocupação e os seus dirigentes a cometer mais crimes contra os saharauis”.
Fonte: APS
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