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| Nasser Bourita e José Manuel Albares |
Segundo noticia hoje a agência Lusa, os ministros dos Negócios Estrangeiros espanhol e marroquino, José Manuel Albares e Nasser Bourita, certificaram hoje o "melhor momento histórico" das relações bilaterais, tendo ambos voltado a defender os planos de autonomia de Rabat para o Sahara Ocidental.
Num comunicado conjunto divulgado após uma reunião em Madrid, Albares sublinhou que a posição de Espanha sobre o Sahara Ocidental, expressa a 07 de abril de 2022, reconhece os esforços “sérios e credíveis” de Marrocos no quadro das Nações Unidas para encontrar uma solução “mutuamente aceitável”, deixando de lado a ideia de um referendo de autodeterminação.
O chefe da diplomacia espanhola assegurou que a iniciativa marroquina de autonomia apresentada em 2007 constitui “a base mais séria, realista e credível” para resolver um “diferendo” a nível regional.
Recorde-se que a posição actual do Governo de Espanha está indissociavelmente associada a Pedro Sánchez. A posição de Pedro Sánchez, primeiro-ministro da Espanha, sobre o Sahara Ocidental mudou radicalmente a partir de março de 2022. Até então, a Espanha tradicionalmente apoiava as resoluções da ONU, que preveem um referendo de autodeterminação para o povo saharaui.
No entanto, em 2022, o governo de Sánchez passou a apoiar publicamente a proposta de autonomia apresentada pelo Marrocos, considerando-a uma "base séria, realista e credível" para a resolução do conflito. Essa decisão marcou uma mudança histórica na política externa espanhola em relação ao Sahara Ocidental e causou controvérsia tanto dentro da Espanha como entre países da região.
Segundo a notícia da Lusa, “O reiterar da posição espanhola sobre um antigo território que colonizou até 1975 surge três dias depois de a França ter reafirmado o apoio à soberania marroquina do Sahara Ocidental”, contrariando tudo aquilo que são as resoluções da máximas instâncias internacionais, desde logo a ONU que, em 1991, e para concretizar o direito do Povo Saharaui à autodeterminação criou a Missão das Nações Unidas para o Referendo no Sahara Ocidental (MINURSO), a qual, 35 após a sua constituição, não o concretizou.
A questão do Sahara Ocidental opõe, há cinco décadas, Marrocos – que controla 80% do território e propõe um plano de autonomia sob a sua soberania – ao movimento de libertação liderado pela Polisario que reclama a realização de um referendo de autodeterminação sob a égide da ONU.
O apoio total do Presidente francês, Emmanuel Macron, ao plano marroquino provocou, há oito meses, uma crise diplomática profunda entre Paris e Argel, que tem vindo a agravar-se, apesar de uma tentativa de apaziguamento no final de março e da visita de Barrot a Argel, no início de abril, durante a qual se reuniu com o chefe de Estado argelino, Abdelmadjid Tebboune.
A tensão voltou a aumentar nos últimos dias, após a decisão, tomada no domingo, das autoridades argelinas de expulsar 12 funcionários franceses, em resposta à detenção em França de um agente consular argelino acusado, juntamente com mais dois homens, de associação criminosa com fins terroristas.
Na terça-feira, como resposta, Macron ordenou a expulsão de 12 funcionários consulares argelinos em França.

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