quinta-feira, 8 de maio de 2025

Uma grave traição ao legado de Mandela: indignação pela nomeação de Amina Bouayach


 

Por un Sahara Libre - 08-05-2025 | A nomeação de Amina Bouayach, presidente do Conselho Nacional de Direitos Humanos de Marrocos (CNDH), para o Prémio Nelson Mandela das Nações Unidas de 2025 provocou uma forte onda de indignação por parte das comunidades saharaui e do Rife, bem como de numerosas organizações de direitos humanos em África, Europa e América Latina.

O mandato de Bouayach no CNDH tem sido marcado por acusações de cumplicidade em violações de direitos humanos, particularmente em relação ao povo saharaui e ao movimento do Rife. Críticos afirmam que, sob a sua liderança, o CNDH falhou em reconhecer ou enfrentar os abusos sistemáticos cometidos pelas autoridades marroquinas, incluindo detenções arbitrárias, tortura e repressão à dissidência.

A Comissão Nacional Saharaui de Direitos Humanos (CONASADH) emitiu uma forte declaração condenando a nomeação de Bouayach, classificando-a como uma “desonra política” e uma afronta ao legado de Nelson Mandela, defensor firme do direito do povo saharaui à autodeterminação. Destacam que homenagear uma representante de um regime acusado de repressão e ocupação contradiz os princípios que Mandela defendeu.

Também o Conselho Nacional Saharaui (CNS) manifestou indignação, acusando Bouayach de ser uma fachada das políticas repressivas do regime marroquino, e não uma verdadeira defensora dos direitos humanos. Sublinha-se a sua constante defesa da ocupação marroquina do Sahara Ocidental e a negação da existência de presos políticos, apesar dos relatórios internacionais.

O movimento do Rife, conhecido como Hirak al-Rif, que surgiu em resposta à marginalização socioeconómica e à repressão na região do Rife, também se opõe à nomeação. Os seus ativistas denunciam o silêncio e a passividade de Bouayach face à repressão de manifestantes e à prisão dos líderes do movimento.


Amina Bouayach, a presidente do Conselho Nacional de Direitos Humanos de Marrocos (CNDH), tem sido cúmplice ou, no mínimo, «esponja» branqueadora da política repressora continuada do regime de Mohamaed VI.

Esta onda de protestos reflete uma preocupação fundamental: atribuir o Prémio Nelson Mandela a Amina Bouayach representaria não só uma distorção do seu historial, mas também uma grave erosão da credibilidade do prémio. O legado de Mandela é um símbolo de resistência à opressão e de compromisso com os direitos humanos — valores que são completamente incompatíveis com o percurso de Bouayach.

Múltiplas organizações e ativistas apelam agora às Nações Unidas para que rejeitem esta nomeação.

 

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