domingo, 16 de novembro de 2025

Bilbau acolhe jornada sobre vítimas saharauis do franquismo e pós-franquismo


No próximo dia 19 de novembro, Bilbau acolhe a jornada “Contra o Esquecimento. Vítimas do franquismo e o Sahara Ocidental”, uma iniciativa que procura envolver organizações sociais, academia, instituições e partidos políticos no aprofundamento da verdade histórica e na defesa da justiça para o povo saharaui.

O encontro é organizado pelo Instituto Hegoa (Universidade do País Basco), Euskal Fondoa e a Delegação Saharaui no País Basco, com o apoio da Câmara Municipal de Bilbao, e integra a 10.ª edição dos Dias Europeus de Solidariedade Local, promovidos pela União Europeia através da plataforma PLATFORMA.

A jornada decorrerá entre as 09h30 e as 17h30, no Itsasmuseum Bilbao, reunindo representantes de organizações saharauis — como a AFAPREDESA (associação de familiares de presos e desaparecidos), e a AFAB, que representa familiares e amigos de Basiri (Mohamed Sidi Brahim Basir, líder nacionalista saharaui morto em 1970 pelas autoridades coloniais espanholas na sequência do levantamento de Zemla no Sahara Ocidental) — bem como juristas, investigadores, jornalistas e dirigentes políticos. Estarão também presentes associações de vítimas do franquismo, como a Martxoak 3 Elkartea.




Nova investigação sobre a responsabilidade do Estado espanhol

O encontro terá como eixo central a apresentação do estudo “Saharauis: as outras vítimas do franquismo e pós-franquismo. Memória, desmemória e responsabilidades do Estado espanhol”, realizado por Abdeslam Aomar Lahsen, presidente da AFAPREDESA.

A investigação analisa a relação entre Espanha e o Sahara Ocidental sob a perspectiva do colonialismo e das violações de direitos humanos sofridas pela população saharaui durante a ditadura franquista e nos anos posteriores. O trabalho enquadra-se nos princípios da justiça transicional e na Lei de Memória Democrática de 2022, defendendo o reconhecimento do povo saharaui como vítima direta do regime franquista.

Com esta jornada, os organizadores pretendem reforçar a visibilidade destas violações históricas e impulsionar mecanismos institucionais de memória, reparação e responsabilidade.

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