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| Pedro Sanchez. Foto La Moncloa |
No
debate parlamentar de 12 de novembro, o primeiro-ministro espanhol
Pedro Sánchez voltou a não mencionar o Sahara Ocidental, apesar das
perguntas de Sumar, EH Bildu, Podemos e BNG, que exigiram um
reposicionamento do Governo sobre o território ocupado por
Marrocos.
A deputada Verónica Martínez Barbero (Sumar)
criticou o chefe do Governo por ignorar um tema que considerou “uma
questão de justiça e de decência política”. Contestou ainda o
apoio implícito de Espanha à mais recente resolução do Conselho
de Segurança da ONU, que privilegia o plano marroquino de autonomia,
e lembrou que o Tribunal de Justiça da UE já determinou que o
Sahara Ocidental não faz parte de Marrocos.
Sumar questionou
também porque continua bloqueada no Parlamento a proposta de lei
para conceder nacionalidade espanhola aos saharauis. Sánchez, na
resposta, não fez qualquer referência ao território, limitando-se
a advertir os seus parceiros de Governo sobre críticas internas.
EH
Bildu, Podemos e BNG alinharam nas críticas, pedindo o abandono do
apoio espanhol ao plano marroquino e a reposição da defesa do
direito à autodeterminação do povo saharaui.
A porta-voz de
EH Bildu, Mertxe Aizpurua, alertou para o risco de Espanha legitimar
a “impunidade” de Marrocos. Ione Belarra (Podemos) afirmou que a
maioria da sociedade espanhola quer uma mudança de posição e o
respeito pelos direitos saharauis. Néstor Rego (BNG) associou o caso
ao da Palestina, pedindo “liberdade para todos os povos”.
O
Governo espanhol mantém, desde 2022, o apoio ao plano de autonomia
marroquino — uma mudança histórica que continua a gerar forte
contestação no Parlamento. Mudança política que surgiu após o
telemóvel do chefe de Governo espanhol e de vários dos seus
ministros terem sido alvo da espionagem marroquina-israelita através
do programa Pegasus.

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