quinta-feira, 13 de novembro de 2025

Pedro Sánchez volta a evitar o tema do Sahara Ocidental no Congresso e enfrenta críticas de vários partidos

 

Pedro Sanchez. Foto La Moncloa


No debate parlamentar de 12 de novembro, o primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez voltou a não mencionar o Sahara Ocidental, apesar das perguntas de Sumar, EH Bildu, Podemos e BNG, que exigiram um reposicionamento do Governo sobre o território ocupado por Marrocos.
A deputada Verónica Martínez Barbero (Sumar) criticou o chefe do Governo por ignorar um tema que considerou “uma questão de justiça e de decência política”. Contestou ainda o apoio implícito de Espanha à mais recente resolução do Conselho de Segurança da ONU, que privilegia o plano marroquino de autonomia, e lembrou que o Tribunal de Justiça da UE já determinou que o Sahara Ocidental não faz parte de Marrocos.
Sumar questionou também porque continua bloqueada no Parlamento a proposta de lei para conceder nacionalidade espanhola aos saharauis. Sánchez, na resposta, não fez qualquer referência ao território, limitando-se a advertir os seus parceiros de Governo sobre críticas internas.
EH Bildu, Podemos e BNG alinharam nas críticas, pedindo o abandono do apoio espanhol ao plano marroquino e a reposição da defesa do direito à autodeterminação do povo saharaui.
A porta-voz de EH Bildu, Mertxe Aizpurua, alertou para o risco de Espanha legitimar a “impunidade” de Marrocos. Ione Belarra (Podemos) afirmou que a maioria da sociedade espanhola quer uma mudança de posição e o respeito pelos direitos saharauis. Néstor Rego (BNG) associou o caso ao da Palestina, pedindo “liberdade para todos os povos”.
O Governo espanhol mantém, desde 2022, o apoio ao plano de autonomia marroquino — uma mudança histórica que continua a gerar forte contestação no Parlamento. Mudança política que surgiu após o telemóvel do chefe de Governo espanhol e de vários dos seus ministros terem sido alvo da espionagem marroquina-israelita através do programa Pegasus.



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