segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Vice-presidente do Parlamento Africano rejeita explicações de Marrocos


Suelma Beiruk

Argel, 14 nov (EFE).- A vice-presidente do Parlamento Africano, Suelma Beiruk, repudiou as declarações do ministro marroquino dos Negócios Estrangeiros, Saleheddin Mezuar, o qual argumentou que a decisão de a expulsar deveu-se ao facto de querer entrar em Marrocos com o passaporte da República Árabe Saharaui Democrática (RASD).

Suelma Beiruk declarou aos meios de informação saharauis que quando há uma semana chegou a Marraquexe para participar na conferência sobre o clima COP22 ia acreditada pelo Parlamento Africano e mostrou o seu passaporte diplomático africano.

"As declarações do funcionário marroquino não têm fundamento e confirmam que Marrocos não cumpre com o seu compromisso de respeitar os organismos internacionais e continentais e persiste em defender a tese colonial no Sahara Ocidental", afirmou.

O ocorrido foi dado conhecimento às instâncias superiores "junto com todas as provas que desmentem as declarações dos responsáveis marroquinos, as quais foram já entregues à ONU e à União Africana", acrescentou.

Marrocos e o povo saharaui mantêm um aceso conflito desde que em 1975 o exército marroquino aproveitou a incerteza política em Espanha para ocupar os territórios da antiga colónia do Sahara Ocidental.

Entre 1975 e 1991, Marrocos e a independentista Frente Polisario travaram uma guerra que causou centenas de mortos e obrigou grande parte do povo saharaui a viver refugiado no deserto.


O acordo de paz firmado em 1991 estipula a convocação de um referendo de autodeterminação do povo saharaui a que Rabat, até ao momento, colocou diferentes impedimentos. EFE

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