Fonte: Terra / EFE - A Frente Polisario acolheu com agrado a resolução aprovada ontem, sexta-feira, por unanimidade pelo Conselho de Segurança sobre o Sahara Ocidental que estendeu por mais um ano a missão das Nações Unidas para o Referendo do Sahara Ocidental (MINURSO) e aprovou a proposta do Secretariado Geral para relançar as negociações.
Num comunicado de imprensa emitido após o resultado da
votação, a Polisario também considerou que o texto lhe dá razão no que concerne
ao conflito em Guerguerat, uma "zona tampão" estratégica situada
entre a fronteira norte da Mauritânia e o território do Sahara Ocidental que Marrocos
ocupa desde 1975.
"A resolução reafirma que o direito do povo saharaui
à autodeterminação é o guia de referência substancial que deve guiar a
negociação direta que o secretário-geral, Antonio Guterres, deve relançar nas
negociações entre as suas partes", sublinha o comunicado.
"A resolução expressa o reconhecimento do Conselho de
Segurança que a crise desencadeada por Marrocos no passado dia 11 de agosto ao violar
o cessar-fogo para construir uma estrada com fins comerciais ilegais, criou uma
situação que desafia a letra e o espírito do acordo militar" de cessar-fogo,
acrescenta.
O exército marroquino penetrou em Guerguerat no início de
agosto passado, com a desculpa de asfaltar uma estrada, avanço militar que os
saharauis denunciaram como uma violação do cessar-fogo assinado em 1991.
A tensão militar cresceu na zona até que os marroquinos
decidiram em Março passado retirar-se de forma "unilateral" em
resposta a um pedido do secretário-geral das Unidas Unidas.
Os saharauis decidiram fazer o mesmo ontem à noite, no
último minuto, depois de terem visto que o pedido de retirada estava incluído
no primeiro rascunho da resolução que ia ser votada no Conselho de Segurança.
"O Conselho e o Secretário-Geral no parágrafo 89 dão,
portanto, razão à posição que a Frente Polisario tem defendido desde 28 de
agosto, dia em que deslocou unidades militares para a região de Guerguerat para
deter a violação do cessar-fogo de
Marrocos" dia a organização saharauis no comunicado.
Em linha com estes argumentos, os saharauis também solicitaram
ao Secretário-Geral que tomasse "prontamente as medidas adequadas e
necessárias" para promover o diálogo, estagnado desde os eventos na zona
tampão.
“Tanto para o relançamento das negociações como para a
busca de formas e medidas que resolvam as consequências resultantes da violação
do acordo militar, o Secretário-Geral encontrará da parte saharaui a vontade de
cooperar com seus esforços", acrescenta a nota.
Os saharauis esperam que essa negociação culmine com a convocatória
do referendo de autodeterminação prometido e a que Marrocos coloca obstáculos.
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