A notícia foi distribuída pela agência LUSA ao final da tarde com base na página web do Ministério dos Negócios Estrangeiros marroquino, que plasmava uma carta do monarca em agradecimento a um prémio que lhe fora atribuído pela CAF. No final da missiva, Mohamed VI, para espanto de muitos e certamente dos Presidentes da Federação Portuguesa de Futebol e da Real Federação Espanhola de Futebol, respectivamente, Fernando Gomes e Luis Rubiales declarava:
«Excelências, Minhas Senhoras e Meus Senhores,
Neste espírito, gostaria de anunciar perante a vossa assembleia que o Reino de Marrocos decidiu, juntamente com Espanha e Portugal, apresentar uma candidatura conjunta para acolher o Campeonato do Mundo de Futebol de 2030.
Sem precedentes na história do futebol, esta candidatura conjunta será uma ligação entre África e Europa, entre o norte e o sul do Mediterrâneo, e entre os mundos africano, árabe e euro-mediterrânico. Será também uma tentativa de reunir o melhor de ambas as partes e demonstrar uma aliança de génio, criatividade, experiência e recursos».
Em Kigali, capital do Ruanda, onde decorre o Congresso FIFA, Mohamed VI anunciou (por carta - já que o monarca se encontra desde dezembro na sua mansão de férias, no Gabão, a poucos quilómetros da capital Libreville) uma candidatura “sem precedentes na história do futebol”. De facto SEM PRECEDENTES, já que a candidatura e a entrada do Reino de Marrocos no triunvirato em substituição da Ucrânia, deveria ser anunciada na 5.ª Feira, 16 de março.
Portugal e Espanha tinham anunciado uma candidatura ibérica à organização do Mundial2030, à qual se juntou mais tarde a Ucrânia, já depois da invasão russa daquele país, mas o soberano marroquino não fez referência aos ucranianos, deixando antever que este país saia do projecto - refere o despacho da LUSA.
Mohamed VI é useiro e vezeiro nestas «jogadas» de antecipação. Não publicitou ele, a partir da sua mansão no Gabão, a inqualificável carta que o Presidente do Governo de Espanha, Pedro Sanchez, lhe escreveu anunciando o giro de 180º da posição em relação à antiga colónia espanhola do Sahara Ocidental, deixando igualmente especados e atónitos o próprio Sanchez e o seu inefável ministro dos Negógios Estrangeiros, José Manuel Albares.
A consolação para Fernando Gomes e Luis Rubiales é que não estão sós nesta humilhação.
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