Os cinco jovens saharauis que conseguiram entrar na passada
quinta-feira, 16 de janeiro, na sede dos Capacetes Azuis na localidade saharaui
de Mahbes nos territórios ocupados, após terem sido entregues aos militares
marroquinos pelo oficial egípcio que dirige o Team Site da ONU, revelaram aos
defensores de direitos humanos saharauis o calvário de torturas que sofreram às
mãos dos militares marroquinos a quem foram entregues pelos Capacetes Azuis da
ONU.
Os jovens afirmaram que o seu protesto pacífico nas instalações
da MINURSO era para chamar a atenção e denunciar as perseguições e sistemáticas
violações dos direitos humanos que sofrem nas cidades saharauis ocupadas.
Os cinco jovens, ao serem entregues ao exército marroquino,
foram transferidos para umas unidades militares dentro dos territórios
saharauis ocupados, onde sofreram torturas e interrogatórios sobre a sua ação pacífica.
Os cinco apresentam vários ferimentos de golpes de coronhadas de armas com que os
militares lhes bateram. Dos territórios saharauis foram evacuados por veículos
militares da gendarmaria marroquina para um hospital militar no sul de
Marrocos, onde receberam tratamento para os seus ferimentos.
Hmadi Uld Dadi tem 13 pontos de sutura na cabeça e na cara;
Mohamed Uld Saluki pancadas fortes nos olhos, rosto e em diferentes partes do seu
corpo; Ntaja Uld Ozman apresenta golpes de coronhadas em diferentes partes do
seu corpo; Wahid Heidi 3 pontos de sutura na mão; Buyema Uld Lidrisi 3 pontos
de sutura na ferida de uma mão.
Os cinco jovens após receberem tratamento foram transferidos
sem conhecimento das suas famílias para a cidade marroquina de Guleimim, lugar onde
ficaram sujeitos a interrogatórios sob torturas e ameaças. Após dois dias os
militares marroquinos levaram-nos a uma estação de autocarros e obrigaram-nos a
subir para um autocarro com destino à cidade saharaui de Smara. Os jovens denunciaram
que os militares lhe apreenderam os seus telemóveis e outros pertences pessoais
que levavam.
Fonte, CODAPSO, El Aaiun.
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