Stefan Löfven, líder dos sociais-democratas, provável próximo primeiro-ministro
sueco
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Yabiladi.com – órgão da Imprensa marroquina - publica hoje um artigo que reflete bem o pânico das autoridades do Reino de Marrocos relativamente à provável evolução da questão do Sahara Ocidental na cena internacional, em particular na Europa e, mais precisamente, nos países do norte do continente europeu, de que a Suécia poderá vir a ser o primeiro exemplo. Eis o artigo:
A esquerda sueca venceu as eleições legislativas
de domingo (14 de setembro). Uma má notícia para Marrocos. E de que maneira, já
que foi esta mesma esquerda que conseguiu, há quase dois anos, convencer a
maioria dos membros do Parlamento a reconhecer a "RASD".
Os sociais-democratas estão de volta
ao poder em Estocolmo. Eles foram os mais votados nas eleições, que tiveram lugar
ontem. É mais uma má notícia para Marrocos. A esquerda sueca foi a principal responsável
da decisão do parlamento nacional, adotada no início de dezembro de 2012,
pedindo ao governo, então chefiado pelos conservadores, o reconhecimento da
"RASD". O que seria a primeira na Europa.
Hoje, toda a imprensa internacional é
unânime em afirmar que o chefe de fila dos sociais-democratas, Stefan Löfven, um
antigo soldador de 57 anos convertido à política, terá que formar uma coligação
de esquerda. Ele terá necessariamente que se voltar para os Verdes e para o Partido
de Esquerda (antigos comunistas).
Para Marrocos, o perigo vem dos Verdes e do Partido de Esquerda
Justamente, esta última formação não se
priva de propagar publicamente as suas proximidades com a Polisario. O seu
líder, Jonas Sjöstedt, é de resto um fervoroso partidário do reconhecimento
pelo Estado sueco da autoproclamada "RASD". Para ele, o combate contra
a ocupação da Palestina por Israel e a questão do Sahara Ocidental são duas
prioridades da política externa do seu partido. Isso mesmo o exprimiu no dia 1
de maio de 2012, durante um comício em Estocolmo, por ocasião da Festa do
Trabalho.
A mesma história com os Verdes, outro
futuro parceiro dos sociais-democratas. Para a formação de Löfven, será difícil
neste contexto resistir durante muito tempo às pressões dos seus aliados sobre
o ‘dossier’ do Sahara Ocidental.
A diplomacia marroquina instada a reagir rapidamente
Mas uma questão se coloca. De dezembro
de 2012 a 14 de setembro de 2014 o que fez Marrocos para virar o jogo a seu
favor? Na realidade, não grande coisa. À exceção da deslocação de delegações
parlamentares à Suécia, no decurso das quais os deputados marroquinos se
limitaram a ter reuniões com os conservadores, mais ou menos compreensivos em
relação às posições marroquinas. Porém, nenhum diálogo real foi iniciado com os
partidos que apoiam abertamente a Frente Polisario, como os ex-comunistas ou os
Verdes.
Na véspera da votação do parlamento Sueco
apelando o seu governo a reconhecer a "RASD", Rabat mostrou-se
bastante satisfeita com uma declaração do ministério dos Negócios Estrangeiros que
precisava que, «na Suécia, é o governo que decide em matéria de reconhecimento
de um Estado». Ironia do destino, quase dois anos mais tarde, são os promotores
da famosa proposta de dezembro de 2012 que estão agora no governo.
O regresso da esquerda ao poder na
Suécia ocorre alguns dias depois da nomeação da italiana Federica Mogherini, uma
simpatizante da Polisario, como chefe da diplomacia europeia.
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