O Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra,
do Brasil (MST) recusou o convite em participar no II Fórum Mundial de Direitos
Humanos que terá lugar dentro de dias em Marrocos.
“Saudamos a iniciativa de um fórum internacional
que contribua para uma plataforma universal de diálogo entre governos, instituições
nacionais e internacionais de direitos humanos e organizações da sociedade
civil, no sentido de promover e garantir a universalização dos direitos humanos.
No entanto, este evento realiza-se num país
que tem um governo com um historial de violações sistemáticas dos direitos humanos
e coincide com uma serie de ações recentes do governo no sentido de
criminalizar as organizações sociais do país. Citamos como alguns exemplos: a
proibição de uma caravana de solidariedade com os migrantes em Tânger; a proibição
de reuniões sindicais preparatórias da greve geral de 29 de outubro; a repressão
aos movimentos sociais e estudantes; a violência, a discriminação e as deportações
de imigrantes, entre outras ações que buscam criminalizar as lutas por direitos
humanos, económicos e sociais no país.
“Considerando que o governo de Marrocos
pretende aproveitar-se da presença de instituições financeiras e organizações internacionais
para melhorar a sua imagem e ‘legitimar’ as suas políticas repressivas, muitos agrupamentos
parceiros do MST — como a Marcha Mundial de Mulheres e a própria Via Campesina
Internacional, de que o MST é membro —, estão a retirar-se da sua participação
no Fórum. O mesmo ocorre com organizações de direitos humanos representativas em
Marrocos, como a Associação Marroquina de Direitos Humanos (AMDH) e a Liga
Marroquina de Direitos Humanos.
“(…) por respeito às organizações de Marrocos,
à luta saharaui e como membro da Via Campesina Internacional, o MST também se
retira da participação do FMDH”.
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