quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Marraquexe: A associação de Aminatou Haidar determinada em participar no Fórum mundial sobre Direitos Humanos



A duas semanas da realização em Marraquexe do Fórum mundial dos Direitos Humanos, eis que um pedido de participação no evento chega do CODESA, a associação presidida por Aminatou Haidar, e que colocou os organizadores num verdadeiro embaraço. A ONG [saharaui] se apega ao seu direito de participar num dos seminário sobre justiça de transição. Os organizadores tardam porém lentos em responder ao pedido da ONG.
Se as associações ameaçaram boicotar a segunda edição do Fórum Mundial sobre Direitos Humanos, prevista para novembro 27-30, em Marraquexe, este não foi o caso do CODESA (Coletivo de Defensores Saharauis de Direitos Humanos), uma entidade próxima da Polisario, e que é liderada por Aminatou Haidar.


A ONG tem colocado em embaraço os organizadores do evento internacional, neste caso, a CNDH, solicitando a sua participação num workshop dedicado a analisar as experiências de justiça transicional, um tema caro aos funcionários marroquinos. O CODESA deseja contribuir com uma apresentação sobre "A abordagem dos desaparecimentos forçados feita pela [entidade marroquina ]l’Instance Equité et Réconciliation: o caso dos saharauis desaparecidos."

Tarda a resposta dos organizadores
Num comunicado recebido ontem à noite pelo Yabiladi, o CODESA diz que enviou o seu pedido aos organizadores por e-mail a 5 de novembro, mas ainda não teve qualquer resposta. O conselho executivo da associação exige uma resposta o mais tardar até 20 de novembro para preparar a sua na reunião. Reiterando, ao mesmo tempo, a sua determinação em participar no Fórum Mundial sobre Direitos Humanos, colocando assim, mais pressão sobre a comissão organizadora.
A associação de Aminatou Haidar, e através deles todos os apoiantes da Polisario do interior não querem em hipótese alguma perder uma bela tribuna para promover a questão dos direitos humanos no Sahara Ocidental, erigido últimos anos no verdadeiro cavalo de batalha real pelo Polisario na cena internacional.
O tema escolhido pelo CODESA está, aliás, perfeitamente em linha com esta estratégia. Várias ONGs da província [isto é: o território ocupado por Marrocos desde 1975] manifestaram relutância, críticas ou até mesmo a oposição ao relatório final da Instance Equité et Reconciliation  de 2006 sobre os desaparecimentos forçados no Sahara Ocidental.
Uma semana antes do prazo estabelecido pelo CODESA, a bola está mais do que nunca no campo das autoridades marroquinas.

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