A duas semanas da realização
em Marraquexe do Fórum mundial dos Direitos Humanos, eis que um pedido de
participação no evento chega do CODESA, a associação presidida por Aminatou
Haidar, e que colocou os organizadores num verdadeiro embaraço. A ONG [saharaui]
se apega ao seu direito de participar num dos seminário sobre justiça de
transição. Os organizadores tardam porém lentos em responder ao pedido da ONG.
Se as associações ameaçaram
boicotar a segunda edição do Fórum Mundial sobre Direitos Humanos, prevista para
novembro 27-30, em Marraquexe, este não foi o caso do CODESA (Coletivo de Defensores
Saharauis de Direitos Humanos), uma entidade próxima da Polisario, e que é liderada
por Aminatou Haidar.
A ONG tem colocado em
embaraço os organizadores do evento internacional, neste caso, a CNDH,
solicitando a sua participação num workshop dedicado a analisar as experiências
de justiça transicional, um tema caro aos funcionários marroquinos. O CODESA
deseja contribuir com uma apresentação sobre "A abordagem dos
desaparecimentos forçados feita pela [entidade
marroquina ]l’Instance Equité et Réconciliation: o caso dos saharauis desaparecidos."
Tarda a resposta dos
organizadores
Num comunicado recebido
ontem à noite pelo Yabiladi, o CODESA diz que enviou o seu pedido aos
organizadores por e-mail a 5 de novembro, mas ainda não teve qualquer resposta.
O conselho executivo da associação exige uma resposta o mais tardar até 20 de
novembro para preparar a sua na reunião. Reiterando, ao mesmo tempo, a sua
determinação em participar no Fórum Mundial sobre Direitos Humanos, colocando
assim, mais pressão sobre a comissão organizadora.
A associação de Aminatou Haidar,
e através deles todos os apoiantes da Polisario do interior não querem em
hipótese alguma perder uma bela tribuna para promover a questão dos direitos
humanos no Sahara Ocidental, erigido últimos anos no verdadeiro cavalo de
batalha real pelo Polisario na cena internacional.
O tema escolhido pelo CODESA
está, aliás, perfeitamente em linha com esta estratégia. Várias ONGs da
província [isto é: o território ocupado por Marrocos desde 1975] manifestaram
relutância, críticas ou até mesmo a oposição ao relatório final da Instance
Equité et Reconciliation de 2006 sobre
os desaparecimentos forçados no Sahara Ocidental.
Uma semana antes do prazo
estabelecido pelo CODESA, a bola está mais do que nunca no campo das
autoridades marroquinas.
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