O ministro saharaui dos Negócios Estrangeiros, Mohamed
Salem Ould Salek, qualificou hoje de crucial a visita que sábado realizará aos
campos de refugiados na Argélia e às zonas libertadas o secretário-geral da
ONU, Ban Ki-moon, a primeira durante o seu mandato.
Em declarações à televisão oficial saharaui, o ministro desejou
que a viagem sirva para desbloquear o processo e advertiu de que dela depende a
credibilidade da ONU.
“É um acontecimento importante porque é o primeiro
representante das Nações Unidas. Face ao bloqueamento do processo de paz por
culpa da intransigência marroquina a visita reveste uma importância
particular”, afirmou.
“Vinte cinco anos passaram (desde o acordo de cessar-fogo
promovido pela ONU) e o referendo não foi organizado. O referendo é a missão única
das Nações Unidas, que Marrocos tem obstaculizado até agora”, sublinhou.
Em linha com este argumento, Ould Salek adianta que Marrocos
não só se dedica a torpedear a possibilidade de se vir a realizar a citada
consulta, como manobrou para que a visita de Ban não se realizasse.
“Numa só palavra, a credibilidade das Nações Unidas está em
jogo e pensamos que é o momento das Nações Unidas assumirem as suas
responsabilidades”, sublinhou.
“Primeiro, para que o povo saharaui exerça o seu direito
à autodeterminação, e é essa a posição da ONU em todas as suas resoluções e do Plano
de Resolução, mas também para a paz e a segurança no mundo, e nesta parte do mundo
em particular”, adiantou.
O MNE saharaui recordou que Marrocos ,“desde 1975, põe em
perigo a estabilidade e continua a ser o único país nesta zona que não respeita
as fronteiras dos seus vizinhos”.
“Pensamos que é chegado o momento para que as Nações Unidas
assuma as suas responsabilidades” e obrigue Marrocos a por fim à “sua ocupação ilegal
e a permitir ao povo saharaui exercer o seu direito à autodeterminação”, disse.
Ban tem previsto chegar na manhã de sábado aos campos de
refugiados saharauis erguidos há 40 años em território argelino e deslocar-se
depois a zonas do Sahara Ocidental que a Frente Polisario conquistou pelas armas
à força ocupante marroquina.
Fonte: Radio
Intereconomía / EFE
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