quinta-feira, 3 de março de 2016

O ministro dos Negócios Estrangeiros saharaui adverte de que a credibilidade da ONU está em jogo



 O ministro saharaui dos Negócios Estrangeiros, Mohamed Salem Ould Salek, qualificou hoje de crucial a visita que sábado realizará aos campos de refugiados na Argélia e às zonas libertadas o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, a primeira durante o seu mandato.

Em declarações à televisão oficial saharaui, o ministro desejou que a viagem sirva para desbloquear o processo e advertiu de que dela depende a credibilidade da ONU.

“É um acontecimento importante porque é o primeiro representante das Nações Unidas. Face ao bloqueamento do processo de paz por culpa da intransigência marroquina a visita reveste uma importância particular”, afirmou.

“Vinte cinco anos passaram (desde o acordo de cessar-fogo promovido pela ONU) e o referendo não foi organizado. O referendo é a missão única das Nações Unidas, que Marrocos tem obstaculizado até agora”, sublinhou.

Em linha com este argumento, Ould Salek adianta que Marrocos não só se dedica a torpedear a possibilidade de se vir a realizar a citada consulta, como manobrou para que a visita de Ban não se realizasse.

“Numa só palavra, a credibilidade das Nações Unidas está em jogo e pensamos que é o momento das Nações Unidas assumirem as suas responsabilidades”, sublinhou.

“Primeiro, para que o povo saharaui exerça o seu direito à autodeterminação, e é essa a posição da ONU em todas as suas resoluções e do Plano de Resolução, mas também para a paz e a segurança no mundo, e nesta parte do mundo em particular”, adiantou.

O MNE saharaui recordou que Marrocos ,“desde 1975, põe em perigo a estabilidade e continua a ser o único país nesta zona que não respeita as fronteiras dos seus vizinhos”.

“Pensamos que é chegado o momento para que as Nações Unidas assuma as suas responsabilidades” e obrigue Marrocos a por fim à “sua ocupação ilegal e a permitir ao povo saharaui exercer o seu direito à autodeterminação”, disse.

Ban tem previsto chegar na manhã de sábado aos campos de refugiados saharauis erguidos há 40 años em território argelino e deslocar-se depois a zonas do Sahara Ocidental que a Frente Polisario conquistou pelas armas à força ocupante marroquina.

Fonte: Radio Intereconomía / EFE


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