Militar da Missão das Nações Unidas para o referendo no Sahara Ocidental (MINURSO) monitora cessar-fogo em Oum Dreyga, Sahara Ocidental. ONU/Martine Perret |
30/08/2016 - O secretário-geral das Nações Unidas, Ban
Ki-moon, manifestou no último domingo (28) forte preocupação com a situação
tensa que se desenvolveu no sudoeste do Sahara Ocidental, na chamada “zona
tampão”, que fica na fronteira do Marrocos com a Mauritânia.
Em comunicado emitido por seu porta-voz, Ban observou que
unidades armadas marroquinas e da Frente Polisário foram estabelecidas em
estreita proximidade, e pediu que as partes envolvidas no conflito suspendam
qualquer ação que altere a situação atual, bem como retirem todos os elementos
armados, a fim de evitar uma escalada da violência.
“O secretário-geral sublinha a importância das partes
respeitarem as suas obrigações em relação ao Acordo Militar Número 1, e a
necessidade de se respeitar a carta e o espírito de cessar-fogo anunciado”,
afirmou o comunicado.
O dirigente máximo da ONU também destacou a importância da
Missão para o Referendo no Sahara Ocidental (MINURSO) manter discussões com
ambas as partes sobre a situação na região.
A ONU está envolvida nos esforços para encontrar uma solução
para o Sahara Ocidental desde 1976, quando os combates eclodiram entre Marrocos
e a Frente Polisário, após o fim da administração colonial espanhola no
território.
Um cessar-fogo foi assinado em setembro de 1991 e, no mesmo
ano, a missão da ONU foi implantada para monitorá-lo e organizar, se as partes
concordarem, um referendo sobre a autodeterminação da região.
Marrocos tem um plano de autonomia, mas a Frente Polisário defende a ideia de que o status do território deve ser decidido por meio de um referendo popular.