quinta-feira, 9 de julho de 2020

Grandes empresas suíças fecham portas a produtos das zonas ocupadas do Sahara Ocidental




A Suíça fecha os seus mercados a produtos importados ilegalmente das áreas ocupadas do Sahara Ocidental. Grandes importadores de frutas e legumes afirmaram que a decisão foi tomada em conformidade com o direito internacional.

A organização de vigilância de recursos do Sahara Ocidental (Western Sahara Resource Watch) destacou a grande ação liderada pela ONG suíça terre des hommes schweiz para impedir a importação de produtos das áreas ocupadas do Sahara Ocidental. A campanha conseguiu que três grandes redes de supermercados se abstivessem de comercializar produtos das áreas ocupadas em 2019.

Denner e Migros aderem à decisão tomada pela Coop, que já em 2017 parou de vender produtos do território ocupado, respondendo a preocupações ecológicas como afirmou na sua carta ao WSRW.

Migros ressalta que, após "explicações profundas e pareceres legais" em 2017, decidiu "abster-se de comprar produtos em áreas ocupadas de acordo com o direito internacional", uma descrição que se encaixa no Sahara Ocidental, declara a rede de supermercados.

Por seu lado, a Denner, a terceira maior rede de supermercados da Suíça, informou a ONG terre des hommes schweiz que a decisão de cancelar todas as compras e importações de produtos das áreas ocupadas do Saara Ocidental foi tomada em dezembro 2017.

"Grandes plantações localizadas perto da cidade de Dakhla, ao longo da costa sul do Sahara Ocidental, estão esgotando as reservas de água subterrânea da região para cultivar frutas e legumes para exportação. Com o selo de "produto de Marrocos", os melões e os tomates cultivados no território ocupado tornaram-se instrumentos políticos com os quais Marrocos tenta impor o reconhecimento da sua inadmissível reivindicação do Sahara Ocidental através do comércio ", denuncia a Western Sahara Resource Watch.

“A estratégia de Marrocos não funcionou na Suíça. O Conselho Federal Suíço declarou formalmente em várias ocasiões que o seu acordo de livre comércio com Marrocos não era aplicável ao Sahara Ocidental, um território sob ocupação marroquina ", lembrou a organização internacional. Também se referiu ao acórdão do Tribunal de Justiça Europeu, de dezembro de 2016, que determinou que o acordo comercial UE-Marrocos não poderia ser aplicado ao Sahara Ocidental, uma vez que Marrocos não tinha soberania ou apoio legal para administrar o território.

Em 2016, a batalha pelos recursos naturais e sua exploração ilegal pot parte de Marrocos gerou grande atenção nos media suíços. Embora a Coop tenha banido rapidamente o tomate-cereja do Sahara Ocidental, Migros e Denner inicialmente argumentaram que era suficiente marcar corretamente a origem dos produtos para os clientes. No entanto, esse não foi sempre o caso e os rótulos dos tomates do Sahara Ocidental frequentemente apontavam Marrocos como o país de origem.

Depois de celebrar a batalha ganha na Suíça, o Western Sahara Resource Watch alerta para as armadilhas da introdução de produtos saharauis no mercado europeu", uma vez que Marrocos se recusa a rotular corretamente os produtos do Sahara Ocidental".

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