quarta-feira, 27 de julho de 2016

ONU considera que a Minurso "está regressando" à sua "plena capacidade"


Hervé Ladsous, chefe das operações de paz da ONU

EFE, Nações Unidas - As Nações Unidas consideram que a sua missão no Sahara Ocidental (MINURSO) "está regressando" à sua "plena capacidade" após a expulsão em Março por parte de Marrocos de grande parte do seu pessoal civil.

Assim o referiu hoje o chefe das operações de paz da organização, Hervé Ladsous, durante a sua chegada a uma reunião à porta fechada do Conselho de Segurança da ONU para analisar a situação da MINURSO.

Segundo as Nações Unidas, um primeiro grupo de 25 funcionários civis já regressou ao Sahara Ocidental, um número que está ainda longe dos 73 trabalhadores que Rabat expulsou em Março no meio de um confronto diplomático com o secretário-geral, Ban Ki-moon.

"Temos que ver que mais regressos podem ocorrer ", afirmou hoje Farhan Haq, um dos porta-vozes de Ban Ki Moon, que recordou que o regresso dessas 25 pessoas é uma "primeira fase" para recuperar a normalidade da missão, segundo um acordo alcançado com Marrocos.

Rabat expulsou o pessoal da MINURSO em resposta a várias declarações e gestos de Ban durante uma visita à região, considerados por Marrocos como "hostis e insultuosos", entre outras coisas por utilizar o termo "ocupação " para se referir à situação da ex-colónia espanhola.

Em Abril, o Conselho de Segurança adotou uma resolução em que reclamava o regresso urgente à "plena capacidade" da MINURSO.

No texto da resolução, o Conselho estabelecia também um prazo de 90 dias para que a Secretaria-Geral o informasse se isso havia ocorrido e, em caso contrário, considerar outro tipo de ações.

Essa análise é realizada hoje m sessão à porta fechada, na qual vários países defenderão que o conflito está em vias de resolução.

"Existe claramente uma dinâmica positiva", afirmou hoje à sua chegada ao encontro o embaixador francês, François Delattre, que considerou que as discussões entre as autoridades marroquinos e a ONU "deram fruto", como mostra o acordo que alcançaram.

Para a França, principal apoio de Marrocos no Conselho de Segurança, "os progressos obtidos atá agora são passos significativos" que é "importante animar".

"O caminho para o regresso à plena capacidade está tomado", sublinhou Delattre.

Na mesma linha, o embaixador britânico, Matthew Rycroft, considerou também que a MINURSO está a caminho de voltar a dispor da sua "plena capacidade" e afirmou que o assunto "se está resolvendo", ainda que não tenha referido um número preciso de funcionários civis que deveriam voltar ao Sahara para dar por encerrado o caso.

Porém, outros membros do Conselho, como a Venezuela, consideraram nas últimas semanas que o progresso está sendo "muito lento" e que o o que foi pedido no passado mês de Abril não está a ser cumprido.


Essa é também a posição da Frente Polisario, que pediu o Conselho de Segurança que pressione Marrocos para assegurar o regresso de todos os funcionários expulsos.

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