sexta-feira, 31 de maio de 2019

Os esforços do Enviado Pessoal do SG da ONU para o Sahara Ocidental, o alemão Horts Köhler, foram sabotados pela França e EUA




Interrogado sobre a demissão de Horst Köhler, enviado pessoal do SG da Onu para o Sahara Ocidental, Mhamed Khadad responsável pelas RE da Frente Polisario e elemento de ligação à MINURSO, afirmou ao órgão russo Sputnik que não obstante «as razões de saúde» terem sido invocadas, o ex-presidente alemão encontrou muitos obstáculos, em particular por parte da França

Em entrevista à Sputnik, Mhamed Khadad, afirmou que Horst Köhler tinha todas as qualidades e competências necessárias para ter tido sucesso em sua missão, incluindo a sua experiência diplomática e o seu conhecimento do continente africano e seus problemas, Khadad destacou que, ao assumir o cargo, o diplomata " Insistiu em que a União Africana e a União Europeia fossem partes na solução do conflito no Sahara Ocidental ".
"Nesse sentido, visitou a África várias vezes, Addis Abeba e Kigali. E também visitou Bruxelas em duas ou três ocasiões ", acrescentou.
Segundo Khadad, o enviado pessoal do Secretário-Geral da ONU encontrou muitos obstáculos no cumprimento da sua missão nas Nações Unidas e na União Europeia.
Na mesma linha, o dirigente saharaui acrescentou que "também em Bruxelas, Paris fez tudo para sabotar os esforços do Sr. Köhler e não foi sem razão que nunca foi recebido por autoridades francesas durante o seu mandato ".

Foi a França que empregou todo o seu peso para que a União Europeia assinasse novos acordos, incluindo o território do Sahara Ocidental [Acordo de Associação UE-Marrocos e o Acordo de Agricultura e Pescas UE-Marrocos, nota do editor] em flagrante violação das decisões do Tribunal Europeu de Justiça (TJUE) [decisões de 2015, 2016 e 2018, alegando que o Sahara Ocidental e as suas águas adjacentes não faziam parte do território do Reino de Marrocos, editor] ", explicou.
Além disso, Mhamed Khadad evocou um segundo elemento que pesou na decisão de renúncia do diplomata da ONU.
"Em Nova York, Köhler sempre buscou um consenso no Conselho de Segurança e que os seus quinze membros lhe dessem o seu apoio aprovando uma resolução", disse Khadad, acrescentando que " infelizmente, estes esforços foram sabotados pela França e pelos Estados Unidos que, desta vez, não procuraram o consenso que o Sr. Köhler solicitou dentro desta instituição internacional ".
"Assim, no final, Kohler viu-se sem o apoio unânime do Conselho de Segurança, sem o apoio da União Europeia, além do metódico trabalho sapa que Marrocos foi fazendo para impedir que a União Africana desempenhe o seu papel na resolução deste conflito que dura já muito tempo ", afirmou.
Em conclusão, o interlocutor do Sputnik afirmou que "o Sr. Köhler, com a sua honestidade e probidade intelectuais, que estava sob grande pressão de alguns membros do Conselho de Segurança, recusou-se a ser manipulado por certas forças contra os direitos legítimos do povo saharaui, em particular os que dizem respeito à autodeterminação e à independência, preferindo jogar a toalha ao chão, e tudo é a seu crédito o facto de ter recusado ".
Horst Köhler, de 76 anos, foi nomeado enviado pessoal de António Guterres para o Sahara Ocidental em agosto de 2017, sucedendo ao americano Christopher Ross, que havia renunciado alguns meses antes, depois de cumprir oito anos de mandato.

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