domingo, 27 de março de 2022

Grande manifestação de solidariedade ao povo saharaui e rejeição do apoio de Pedro Sánchez a Marrocos

 


Contramutis– 26-03-2022

  • · Condenam a traição do governo socialista ao apoiar o ocupante do Sahara Ocidental.

  • ·  Denunciam que o povo saharaui sofre detenções arbitrárias, torturas, execuções sumárias, julgamentos sem garantias, desaparecimentos forçados, violações das liberdades de imprensa, expressão, opinião e reunião.

  • · O governo espanhol, ao proteger a ocupação ilegal do Sahara Ocidental, dá cobertura legal às violações dos direitos humanos.



"Não em nosso nome". Sob esta palavra de ordem, teve lugar uma grande concentração frente ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, UE e Cooperação, na Plaza de la Provincia em Madrid, que manifestou rejeição e repúdio pelo apoio do governo espanhol ao plano de autonomia marroquino para o Sahara Ocidental.

Vários milhares de saharauis e apoiantes da causa saharaui, de Madrid e de várias partes de Espanha, manifestaram a sua condenação da "traição" do governo de Pedro Sánchez ao apoiar o ocupante marroquino da antiga colónia espanhola.



"Mais uma vez querem eliminar os direitos do povo saharaui e nós não o permitiremos", disse o actor Willy Toledo, lendo uma declaração da Coordinadora Estatal de Asociaciones Solidarias con el Sáhara (CEAS-Sáhara), os organizadores da concentração.

Na declaração aprovada sublinha-se que “o Sahara Ocidental não faz parte da integridade territorial de Marrocos e que se trata de um Território Não Autónomo até à descolonização, com o direito à autodeterminação e à independência reconhecido pelas Nações Unidas, "pelo qual a Espanha não se pode dissociar das suas responsabilidades como potência administrante do território".

Proteger a ocupação ilegal do Sahara Ocidental", acrescenta o texto, "supõe para o governo espanhol dar cobertura legal às violações dos direitos humanos denunciadas pelas organizações internacionais, e à pilhagem dos seus recursos naturais".





Depois de perguntar a Sánchez se acredita poder decidir em nome do povo saharaui e se o governo mais progressista da história não sabe o que se passa no Sahara ocupado, é feita a seguinte declaração: "Sob ocupação marroquina, o povo saharaui sofre detenções arbitrárias, torturas, execuções sumárias, julgamentos injustos, desaparecimentos forçados, violações das liberdades de imprensa, expressão, opinião, reunião e todo o tipo de discriminação económica, social, laboral e cultural. Tudo isto por defenderem pacificamente o seu direito à autodeterminação".

Depois foi feita a pergunta: "O que está a ser denunciado na Ucrânia é permitido e protegido no Sahara?


O comício contou com a presença, entre outros, dos deputados europeus Izquierda Unida-Unidas Podemos Sira Rego e Manu Pineda; a porta-voz de Podemos, Isa Serra; a porta-voz de Más Madrid na Assembleia, Mónica García, e o co-fundador de Podemos, Juan Carlos Monedero.

Isa Serra declarou que a decisão de Sánchez sobre o Sahara Ocidental é uma reviravolta histórica em relação à posição espanhola, aos programas eleitorais do Partido Socialista e às resoluções da ONU, o que "não é admissível".

"A sociedade espanhola tem um compromisso com o povo saharaui e é muito grave tomar o lado do ocupante, daqueles que violam os direitos humanos, contra as decisões do tribunal da União Europeia e as resoluções da ONU” - acrescentou.

O actor Carlos Bardem leu uma carta dirigida à sua mãe, Pilar Bardem, defensora do povo saharaui, que faleceu a 17 de Julho passado e que se tornou cidadã saharaui a título póstumo e honorária. A carta começa com "Sim, mãe, o teu povo foi traído de novo".

Sem comentários:

Enviar um comentário