A Amnistia Internacional denunciou hoje que a continuidade
das torturas e maus tratos nos cárceres continuam a ser "o ponto
negro" dos direitos humanos em Marrocos, a que se juntam outros, como o da
violência contra manifestantes.
Mohamed Sektaui, diretor-geral da Amnistia Internacional
Marrocos afirmou à Efe, durante o ato de apresentação em Rabat do relatório
anual da ONG, que as torturas e os maus tratos são o verdadeiro "ponto negro" no país.
Sektaui sublinhou a existência de "informações
recorrentes sobre as torturas e maus tratos cometidos pelos agentes da Direção
de Supervisão do Território (DST)" especialmente contra los
"militantes islamitas" e os membros do movimento contestatário
juvenil 20 de fevereiro.
Denunciou também "as detenções ilegais e as detenções
preventivas que se prolongam muito para lá da duração máxima de 12 dias".
No seu último relatório sobre a situação dos direitos
humanos em 155 países, a AI evocou as manifestações pacíficas de protesto
convocadas pelo movimento 20 de fevereiro e salientou que "as forças de
segurança usaram força excessiva contra os manifestantes", o que causou
pelo menos "a morte de uma pessoa e muitos feridos".
A ONG internacional sublinhou também que os críticos da
monarquia e os saharauis partidários da autodeterminação do Sahara foram
"perseguidos e encarcerados".
A organização realça que "as autoridades continuam a
restringir a liberdade de expressão, de associação e de reunião aos saharauis
partidários da autodeterminação do Sahara Ocidental".
A Amnistia Internacional acrescenta que apesar de
"muitos presos de opinião e pessoas vítimas de detenção arbitrária terem
sido liberados por um indulto real, as acusações formuladas contra os
militantes saharauis não foram abandonadas".
O diretor-geral da AI referiu que a organização enviou um
memorando ao presidente do governo, o islamita Abdelilah Benkirán, para pedir
ao governo que "escute a voz da rua e passe das palavras aos atos" mas
afirma não ter recebido nenhuma resposta desde há mais de cinco meses.
A ONG internacional expressou a sua preocupação pela
situação da liberdade de expressão em Marrocos onde os jornalistas "podem
ser perseguidos e presos por criticar em público as autoridades, as
instituições ou por comentar questões consideradas como sensíveis".
EFE
Sem comentários:
Enviar um comentário