Addis Abeba (ECS) - A Comissão Nacional dos Direitos Humanos Saharaui afirmou que a situação dos direitos humanos nas cidades ocupadas é deplorável e preocupante, qualificando Marrocos como "um ocupante repressivo e sangrento".
Na intervenção aos participantes nos trabalhos da 71ª sessão da Comissão Africana dos Direitos Humanos e dos Povos, que iniciou os seus trabalhos a 21 de Abril de 2022, o líder da ONG saharaui, Abba El-Haisan, descreveu a situação dos direitos humanos na parte ocupada da República Saharaui por Marrocos, afirmando que "as convenções e acordos internacionais e regionais relacionados com os direitos humanos são flagrantemente violados. Marrocos pratica os crimes mais hediondos: (crimes de guerra e genocídio contra a humanidade: bombardeamentos com drones contra civis, incluindo argelinos e mauritanos, ataques que levaram à morte de mulheres e crianças que se encontravam na rota comercial), e a utilização do spyware israelita (Pegasus) contra defensores dos DDHH, ativistas e meios de comunicação social saharauis para os controlar e restringir.
O presidente da Comissão Nacional Saharaui dos Direitos Humanos afirmou que a 16 de Abril último, as forças de segurança marroquinas utilizaram a força bruta e a violência sistemática contra os activistas saharauis nas cidades ocupadas.
Condenou a repressão, a tortura física e as formas de abuso a que os civis saharauis são submetidos.
A este respeito, apelou à Comissão Africana dos Direitos Humanos e dos Povos a agir urgentemente para pôr fim às intimidações, represálias e atos racistas perpetrados pelo Estado ocupante marroquino contra civis saharauis indefesos e ativistas dos direitos humanos.
Marrocos continua a reprimir nas cidades ocupadas do Sahara Ocidental "nas barbas" da Missão da ONU para o Referendo no Sahara Ocidental (MINURSO) e em flagrante violação dos preceitos e decisões de organismos e organizações internacionais.
Desde o reinício da guerra a 13 de Novembro de 2020, foi desencadeada uma repressão sem precedentes contra a população saharaui, para além da repressão que esta já sofria anteriormente, através de detenções arbitrárias, torturas, prisões e mesmo desaparecimentos forçados, tal como denunciado por organizações internacionais de direitos humanos.
O governo saharaui sublinha uma vez mais veementemente que a situação nas zonas ocupadas do Sahara Ocidental é insustentável e que é tempo de a ONU estar à altura dos princípios para os quais foi criada: preservar a paz e estabelecer a justiça é a única forma de restaurar a credibilidade do povo saharaui nas instituições internacionais.
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