quarta-feira, 20 de novembro de 2024

Anthony Blinken intervém para impedir a Argélia de fornecer drones à Polisario

 


Maghreb Online 20-11-2024 - Marrocos considera que os recentes acontecimentos poderiam levar a Argélia a fornecer drones à Frente Polisario como punição pelos ataques de Marrocos e dos seus aliados franceses e americanos.

Segundo um comunicado do ministério argelino dos Negócios Estrangeiros, o chefe da diplomacia, Abdelmadjid Tebboune, recebeu no domingo uma chamada telefónica do seu homólogo americano Anthony Blinken.

De acordo com o comunicado de imprensa, Ahmed Attaf e Blinken aproveitaram a ocasião para exprimir a sua satisfação pelo que foi alcançado em termos de reforço das relações económicas entre os dois países e de intensificação do diálogo estratégico entre eles.

Segundo a mesma fonte, os dois homens exprimiram também “o seu desejo de ver esta dinâmica mantida e desenvolvida no futuro”.

Na mesma ocasião, as duas partes trocaram igualmente pontos de vista sobre vários assuntos da ordem do dia do Conselho de Segurança, nomeadamente a evolução da situação em Gaza, a questão do Sahara Ocidental e o projeto de criação de uma operação de manutenção da paz da ONU no Haiti.

No entanto, segundo fontes bem informadas sobre os factos na Argélia, a verdadeira razão do apelo do secretário de Estado dos EUA foi o desejo de aliviar as tensões na sequência das últimas declarações de Nasser Bourita [MNE de Marrocos] , que acusa a Argélia de querer atacar Marrocos.

Para os marroquinos, os últimos acontecimentos poderiam levar a Argélia a fornecer drones à Frente Polisario como punição pelos ataques de Marrocos e dos seus aliados franceses e americanos.

Argel parece querer compensar o tempo perdido durante os mandatos presidenciais de Bouteflika, quando a Argélia estava demasiado ocupada a retificar a situação interna.

sábado, 16 de novembro de 2024

Governo de Espanha ordenou a mudança de local da manifestação prevista diante da sede do PSOE para denunciar a traição socialista aos saharauis - ... ou a “consciência pesada” de Pedro Sanchez!

 

Pedro Sanchez, presidente do Governo de Espanha

A concentração de saharauis prevista para hoje à tarde diante da sede do PSOE, em protesto pela mudança de 180º de Pedro Sanchez em relação à posição do Governo espanhol sobre a questão saharaui e que mereceu o repúdio de todas as forças da oposição do Estado espanhol, foi inicialmente aceite, mas depois proibida...

Inicalmente, o Governo começou por anuir, mas...no final do dia de sexta-feira, a delegação governamental decidiu alterar o local da manifestação marcada, há um mês e meio, diante da sede do PSOE na Calle Ferraz”.

A Delegação do Governo concordou, num primeiro momento, de acordo com o documento a que o ECSaharawi teve acesso, em modificar a localização do comício, que teve lugar em Madrid, hoje dia 16 de novembro de 2024, das 15:30 às 17:30 horas, da seguinte forma “Os participantes no comício deslocar-se-ão para a confluência da Calle del Marqués de Urquijo com a Calle de Ferraz, sem invadir em nenhum caso a via da Calle de Ferraz e sem obstruir o acesso aos edifícios ou o normal funcionamento dos estabelecimentos públicos existentes na zona”, diz o governo de Sánchez.

A desculpa do governo é o precedente de recentes manifestações na zona da Calle Ferraz (aludindo a protestos fascistas) em que, segundo o governo espanhol, se registaram perturbações da ordem pública. O governo de Sánchez, na sua autorização, garante falsamente que não se pode ignorar que “existe uma grande possibilidade de que se repitam incidentes que tenham impacto na segurança pública com perigo para pessoas ou bens”.




Segundo o jornalista espanhol Ignacio Cembrero, especialista em questões do Magrebe, a recusa do Governo foi decretada no último momento para que os organizadores não pudessem recorrer do veto em tribunal. 

Tesh Sid, saharaui e deputada do Sumar nas Cortes Espanholas, afirma na sua conta no x.com:  “Quando se tratava de nazis e fascistas, o PSOE estava interessado em conceder autorizações para enfrentar o PP.

Agora, quando se trata de saharauis que se manifestam pacificamente neste país há 50 anos, equiparam-nos a nazis.

Esta decisão antidemocrática é muito perigosa, e já estamos a assistir a casos semelhantes na Alemanha e em França contra os palestinianos”.

Hipocrisia e má consciência de Pedro Sanchez e dos seus fiéis, insinuando uma violência que os saharauis nunca utilizaram em 50 anos de indignação contra a injustiça de Espanha de que foram vítimas. 

Espanha: Grande Manifestação em Madrid condena a política hostil de Sánchez para com o povo saharaui

 


  • Manifestação este sábado em Madrid para exigir a Pedro Sánchez que respeite a legalidade internacional e a autodeterminação do povo saharaui.

  • Uma manifestação da comunidade saharaui em Espanha e do Movimento Espanhol de Solidariedade percorreu o centro da capital para exigir o referendo de autodeterminação pendente há 49 anos.
 

Madrid (ECS) 16-11-2024 | “Pelo cumprimento dos acórdãos do Tribunal de Justiça da União Europeia”. Foi esta a mensagem dirigida ao primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, que mais se ouviu durante a manifestação realizada em Madrid para condenar os acordos tripartidos de Madrid, pelos quais a Espanha entregou a 14 de novembro, há 49 anos, o Sahara Ocidental a Marrocos.

A marcha convocada pela Coordinadora Estatal de Asociaciones Solidarias con el pueblo saharaui (CEAS) teve início pouco depois do meio-dia no centro de Madrid, com gritos e palavras de ordem a favor da independência do território saharaui e contra a política hostil de Sánchez em relação ao Sahara Ocidental.

Às 12h05, finalmente, a manif arrancou, conduzida por uma grande faixa onde se lia: “Pela autodeterminação do Sahara Ocidental”, “Pelo cumprimento das sentenças do Tribunal de Justiça da UE”, atrás da qual marchavam o delegado da Frente Polisario em Espanha, Abdulah Al Arabi, e políticos espanhóis de vários grupos parlamentares, assim como deputados europeus e representantes do mundo cultural e da sociedade civil espanhola.

O apoio de Sánchez à ocupação marroquina provocou indignação e um sentimento de traição entre os saharauis, que recusam terminantemente fazer parte do Reino de Marrocos e mantêm a sua vontade de realizar um referendo para criar o seu próprio Estado. O abandono da neutralidade do governo espanhol relativamente à questão do Sahara Ocidental e do seu povo abalou toda a comunidade saharaui.

A manifestação, “a mais importante e significativa” das que se realizam em Espanha, segundo os organizadores, teve início hoje às 12h00 de Atocha, para avançar até à central Plaza del Sol.

O objetivo desta marcha é manifestar o apoio e a solidariedade com o povo saharaui, “exigir a realização urgente do referendo de autodeterminação tantas vezes bloqueado por Rabat, denunciar a exploração dos seus recursos naturais através de acordos ilegais da UE com Marrocos ‘ e ’exigir a aplicação dos acórdãos do Tribunal de Justiça da UE”, entre outros.

Milhares de manifestantes expressaram a sua solidariedade nas ruas de Madrid


Rejeição total do plano de autonomia marroquino

Os manifestantes exprimiram a sua rejeição e condenação da decisão do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, de apoiar o plano de autonomia marroquino para o Sahara Ocidental, “ignorando deliberadamente o dever e a responsabilidade da Espanha enquanto potência colonizadora”.

Além disso, os saharauis qualificam a política hostil de Sánchez contra o povo saharaui como “uma decisão contrária à vontade maioritária do povo espanhol que exige para o povo saharaui o exercício efetivo do seu direito inalienável à autodeterminação”.

Em carta ao Conselho de Segurança, a Frente Polisario condena veementemente o assassinato do cidadão saharaui Omar Bahia Al Hassan

 

Omar Bahia, assassinado na prisão de Laayoune, capital do Sahara Ocidental ocupado

Nova Iorque (Nações Unidas), 13 de novembro de 2024 (SPS) – O Dr. Sidi Mohamed Omar, membro do Secretariado Nacional e representante da Frente Polisario nas Nações Unidas e coordenador da MINURSO, enviou uma carta à Embaixadora Barbara Woodward, Representante Permanente do Reino Unido junto das Nações Unidas e actual Presidente do Conselho de Segurança da ONU, no qual lhe expressou a forte condenação da Frente Polisario pelo crime hediondo recentemente cometido pelo Estado ocupante marroquino contra o cidadão saharaui Omar Bahia na cidade de Laayoune ocupada.

sexta-feira, 15 de novembro de 2024

O Congresso dos Deputados de Espanha organiza uma conferência sobre a pilhagem do Sahara Ocidental e o último acórdão do Tribunal de Justiça da UE

 

Cortes de Espanha

Madrid (Espanha), 14 de novembro de 2024 (SPS) – Na segunda-feira, 18 de novembro, o Congresso dos Deputados de Espanha acolherá uma conferência sob o lema “Não ao saque, não à ocupação!”, na qual juristas, agricultores e políticos se reunirão para analisar e dar visibilidade ao recente acórdão do Tribunal de Justiça Europeu (UE) sobre o Sahara Ocidental. A decisão, uma vitória histórica para a causa saharaui, estabelece firmemente que o território é independente de Marrocos.

Numa decisão de grande significado para o futuro do Sahara Ocidental, o Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) emitiu no dia 4 de outubro um acórdão histórico nos processos apensos C-778/21 P, C-798/21 P, C-779/21 P e C-799/21 P. Este acórdão marca um passo crucial na luta do povo saharaui pela autodeterminação e independência, liderada pela Frente POLISARIO, o único representante legítimo do povo saharaui reconhecido pela comunidade internacional.

O Tribunal de Justiça negou provimento aos recursos interpostos pela Comissão Europeia e pelo Conselho da UE, confirmando que os acordos comerciais entre a União Europeia e Marrocos em 2019, relativos à pesca e aos produtos agrícolas, violavam os princípios da autodeterminação e o efeito relativo dos tratados, uma vez que não tinham o consentimento legítimo do povo saharaui. O Tribunal decidiu que as consultas realizadas pela Comissão e pelo Serviço Europeu para a Ação Externa (SEAE) não se dirigiam ao povo saharaui, mas às populações deslocadas pelo regime de ocupação para o território ocupado do Sahara Ocidental (colonos).

O programa da conferência começará com uma análise do impacto do acórdão sobre o sector agrícola e das pescas, tanto no Sahara Ocidental como em Espanha. Nesta primeira parte, Manuel Devers, advogado da Frente POLISARIO, apresentará os pontos essenciais do acórdão e as suas possíveis repercussões na atividade piscatória, enquanto Andrés Góngora Belmonte, da Coordinadora de Organizaciones de Agricultores y Ganaderos (COAG), abordará os efeitos desta decisão no sector agrícola espanhol. Os efeitos da espoliação na vida do povo saharaui também serão abordados, com a participação de Anselmo Farina Melián, e será explorada a possibilidade de a decisão europeia abrir um precedente para casos semelhantes na Palestina, uma questão que será discutida por Alys Samson Estapé da NOVACT (Nota: O Institute Novact of Nonviolence é uma associação sem fins lucrativos dedicada à resolução de conflitos e à construção da paz).




Na segunda parte do dia, moderada por Inés Miranda, presidente da IAJUWS (International Association of Jurists for Western Sahara), a atenção centrar-se-á nas acções que a Espanha poderia empreender para aplicar a decisão. Tesh Sidi apresentará a proposta de lei que proíbe a comercialização de produtos provenientes de territórios ocupados, como a Palestina e o Sahara Ocidental, enquanto Agustín Santos analisará o papel das Nações Unidas e os passos que os diferentes grupos parlamentares poderiam dar para aplicar este regulamento, com a participação de representantes do PP, PSOE, Sumar, BNG, ERC, PNV, CC, EH Bildu e Podemos, que contribuirão com as suas posições e propostas relativamente à legislação e ao seu impacto no mercado nacional.

A jornada será concluída com uma intervenção da Frente Polisario, que partilhará as suas impressões sobre o acórdão e as etapas futuras da sua luta contra as empresas que operam no Sahara Ocidental sem a autorização do povo saharaui. Serão também discutidas possíveis alianças com sindicatos em Espanha, cujos interesses podem ser afectados pelas repercussões deste acórdão.

Abordar esta questão na casa da soberania nacional espanhola, que coincide com o 49º aniversário dos ilegais Acordos Tripartidos de Madrid, é um esforço coordenado da sociedade civil e do meio político para dar voz a uma causa antiga.

O acórdão do Tribunal de Justiça da UE representa não só uma vitória jurídica, mas também um impulso na luta pelo reconhecimento e autodeterminação do povo saharaui, exigindo que os seus recursos deixem de ser explorados sem o seu consentimento e representação legítima.

Para os que desejarem assistir ao evento, este terá lugar na segunda-feira, 18 de novembro, às 10h00, na Sala Clara Campoamor do Congresso dos Deputados, em Madrid. As inscrições podem ser efectuadas através do formulário de inscrição em https://forms.gle/CjWD1wCf5mUhJnPJ9. Além disso, está previsto um serviço de streaming (pendente de confirmação) para facilitar o acesso ao evento para aqueles que não podem assistir pessoalmente.

Benjamin Ladraa e Sanna Ghotbi: Os dois ativistas suecos terminarão a sua longa viagem de bicicleta com a chegada aos campos de refugiados saharauis

 


A última etapa da sua longa viagem, que os levou a percorrer cerca de 32.000 quilómetros e a atravessar 25 países.

 

Dois ativistas suecos solidários com a causa saharaui, Benjamin Ladraa e Sanna Ghotbi, partiram hoje, sexta-feira, da capital argelina Argel, até aos campos de refugiados saharauis, concluindo assim a sua longa viagem de bicicleta a fim de exprimir a sua solidariedade com o povo saharaui, informa a agência noticiosa APS.

Em declarações à imprensa, os dois ativistas e fervorosos defensores da causa saharaui afirmaram estar “encantados” por poderem iniciar esta última etapa da sua longa viagem, que os levou a percorrer cerca de 32.000 quilómetros e a atravessar 25 países.

“Estou muito contente por iniciar a última etapa da nossa longa viagem de bicicleta, desde a esplanada de Riad El-Feth, perto do Santuário dos Mártires, um local histórico e muito simbólico, até aos campos de refugiados saharauis, cujo povo luta pela sua independência”, declarou Benjamin Ladraa, agradecendo à Argélia a hospitalidade e o acolhimento caloroso durante a sua estadia em Argel.

“A nossa luta e a nossa solidariedade com o povo saharaui e a sua justa causa continuarão até que os saharauis alcancem a sua vitória final”, acrescentou.

Por seu lado, a sua compatriota Sanna Ghotbi disse estar “muito feliz” por embarcar na última etapa da sua longa viagem de bicicleta, iniciada há mais de dois anos e meio, até aos acampamentos de refugiados saharauis.

“Estou muito feliz por iniciar hoje a última etapa da nossa aventura solidária até aos campos de refugiados saharauís, um sonho que me é tão caro e que está finalmente prestes a realizar-se”, declarou, agradecendo à Argélia a sua generosidade e o seu empenhamento inabalável em causas justas, incluindo a dos saharauis.