Mohamed VI recebido no Eliseu a 24 de maio 2012. Foto : Présidence de la République
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22 de abril de 2014 - Por Olivier Quarenta
O uso da terminologia "visita privada" para
caracterizar as viagens de Mohamed VI a França é já recorrente. Terminologia
inadequada, uma vez que, na prática, trata-se de diplomacia paralela que o rei desenvolve:
depois de sua visita "privada" em maio 2012, na desesperada procura
de ser o primeiro chefe de Estado a ser recebido pelo então recém-eleito presidente Hollande; eis que Mohamed VI chega a Paris domingo à noite,aparentemente, para passar uns dias no seu castelo de Betz , no Oise.
Em apoio à ideia de que essas "visitas privadas" são
tudo menos férias, é o momento e o contexto em que o rei se desloca a França. Tal
como em janeiro de 2011, quando se vivia a emergência da "Primavera Árabe", a chegada do Mohamed VI em maio de 2012 e no último domingo devem ser
analisadas na base do contexto internacional. A questão ultra-sensível do Sahara
Ocidental é o prato único do menu destas reuniões que nunca deixam de pontuar a
sua estadia em Oise.
Em maio de 2012, Mohamed VI vinha sossegar-se junto do novo
presidente francês, no momento em que a nomeação de Jean Marc Ayrault (o
ex-primeiro-ministro) tanto preocupava Marrocos. Recorde-se a carta do ex-primeiro-ministro,de março de 2011, um ano antes da eleição de François Hollande , na qual o então
presidente do grupo PS na Assembleia Nacional se referia à " ocupação" do Sahara Ocidental por Marrocos e ao
"direito à autodeterminação dos povos colonizados".
Palavras-choque que rompiam em absoluta com a semântica
usual do poder francês.
A posição de François Hollande era também uma fonte de
perplexidade para o rei. Diziam-no, tal como a membros da sua “entourage”, ser
demasiado próximo da Argélia. Recebido não obstante na presença da Guarda Real,
o "visitante privado" ouviu as palavras que ele tão ardentemente desejava:
"O Chefe de Estado elogiou o processo de reformas democráticas, económicas
e sociais em curso no reino por iniciativa de Sua Majestade o Rei Mohamed VI
" .
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