terça-feira, 30 de junho de 2015

Marrocos flirta com a extrema-direita francesa



O embaixador de Marrocos em Bruxelas propôs ao seu ministério prosseguir os seus contactos discretos com os deputados da Frente Nacional no Parlamento Europeu.

Segundo uma carta enviada pelo embaixador de Marrocos na Bélgica ao seu ministério e publicada pelo hacker Chris Coleman, o diplomata marroquino confirma que “teve contato com la senhora Le Pen no Parlamento Europeu” sublinhando que as suas posições em relação ao seu país “são positivas e construtivas” e que “os membros do seu grupo votarão a favor do acordo de pesca entre Marrocos e a UE”, em dezembro de 2013.

Por esta razão, o embaixador marroquino pede que se dê uma resposta favorável à petição de “graça real a favor de Robert Richard, cidadão francês, que havia sido condenado a cadeia perpétua em Marrocos pela sua implicação nos atentados terroristas de Casablanca a 16 de maio de 2003. Uma informação surpreendente, já que Robert Richard já havia pedido este perdão em 2009 e foi extraditado para França em 2012,” segundo a revista marroquina Tel Quel de 29 de junho. “Os vínculos entre a FN e o poder marroquino já anteriormente foram divulgados: Aymeric Chauprade, membro do partido de extrema-direitos e próximo de Marine Le Pen seria ”conselheiro real para o Sahara Ocidental “, segundo o sítio web de noticias francés Rue89″ - acrescenta. SPS


France-Libertés expressa preocupação pelas violações dos direitos humanos no Sahara Ocidental




A Fundação France-Libertés expressou a sua preocupação pelas violações dos direitos humanos no território não-autónomo do Sahara Ocidental, lamentando a ausência de melhorias significativas.

"Os jornalistas no Sahara Ocidental são alvo de todas as formas de perseguição, violência e detenções arbitrárias. Temos acompanhado vários casos de jornalistas detidos, violentados e injustamente perseguidos", afirma a Fundação francesa num intervenção lida em seu nome por Malaainine El Ouali, defensor saharaui de Direitos Humanos e membro da Associação Saharaui de Vítimas de Violações graves de Direitos Humanos Cometidas pelo Estado Marroquino (ASVDH).

"Esta restrição da liberdade de imprensa e a impunidade dos culpados da violência contra os jornalistas saharauis conduz a uma vasta campanha de autocensura no resto da imprensa. Neste contexto, muitos jornalistas estrangeiros foram expulsos de Marrocos e do Sahara Ocidental ", acrescenta.

sábado, 27 de junho de 2015

Relatório do Departamento de Estado dos EUA denuncia violação dos Direitos Humanos no Sahara Ocidental



O Departamento de Estado norte-americano confirma no seu relatório sobre os Direitos Humanos no ano de 2014, aquilo que há muito relatórios credíveis de muitas instituições internacionais afirmam: que as forças de segurança marroquinas fazem uso da tortura, de espancamentos e outros maus-tratos contra os saharauis detidos tanto por razões políticos como por questões do foro civil.



quinta-feira, 25 de junho de 2015

Forças militares saharauis apreendem importante quantidade de drogas perto do muro marroquino





Uma unidade das Forças Especiais saharauis capturou ontem, terça-feira, uma importante quantidade de drogas, dois veículos todo-o-terreno e telemóveis, informa um comunicado do Ministério da Defesa Nacional da RASD.


O Coordenador do Estado-Maior da 6ª Região Militar declarou à Imprensa: "No âmbito da luta contra o tráfico de drogas e o crime organizado, e depois de ter obtido informações precisas sobre o objetivo, uma unidade das Forças Especiais do Sector Operacional da 6ª Região Militar executou com êxito uma emboscada montada perto do Muro marroquino da Vergonha durante a qual foram apreendidos 150 kg de haxixe do tipo "One dollar", dois veículos Nissan e 9 telemóveis. Nove pessoas foram capturadas na operação".
 As drogas apreendidas provêm de Marrocos, país classificado como o maior produtor e exportador de cannabis, segundo diferentes relatórios internacionais publicados sobre este tema. (SPS)

quarta-feira, 24 de junho de 2015

CPPC intercede pela libertação dos presos políticos saharauis




A pedido do Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC), decorreu no dia 9 de Junho, uma reunião na Assembleia da República com o Presidente da Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, Sérgio Sousa Pinto, a deputada do PCP Carla Cruz e o deputado do PSD Ricardo Batista Leite. Durante o encontro – segundo informa o CPPC – “foram abordadas as questões ligadas à grave situação nos territórios ocupados do Sahara Ocidental e dos presos políticos saharauis nas cadeias marroquinas”.

A delegação do Conselho Português para a Paz e Cooperação - constituída pela presidente da direcção do CPPC, Ilda Figueiredo, e pelo dirigente nacional Carlos Carvalho - apelou à defesa dos direitos humanos no Sahara Ocidental e à liberdade para os presos políticos saharauis nas cadeias marroquinas, “tendo denunciado o agravamento da situação nos territórios ocupados do Sahara Ocidental pelo Reino de Marrocos, a manutenção em prisões marroquinas de mais de 50 ativistas saharauís vítimas de perseguição e julgamentos ilegais e na sua maioria extraterritoriais, o atropelo a direitos humanos fundamentais de que é exemplo a recusa da entrega do corpo do filho de Tekbar Haddi assassinado nos territórios ocupados e a perseguição a que a família está a ser sujeita”.

A delegação do CPPC entregou ao presidente da Comissão Parlamentar um dossier com todas as informações referidas.

terça-feira, 23 de junho de 2015

União Europeia “preocupada” com as violações dos Direitos Humanos nos territórios saharauis ocupados




A União Europeia (UE) reitera num relatório a sua “preocupação” com a situação dos direitos humanos no Sahara Ocidental, constantemente violados pelas autoridades de ocupação marroquinas e pela persistência do conflito no território. No seu relatório anual sobre a situação dos direitos humanos e a democracia no mundo em 2014, publicado na passada segunda-feira, a UE expressa a sua preocupação com as informações que referem as condições as “deploráveis” nas prisões marroquinas no Sahara Ocidental e o facto das forças de ocupação continuarem a utilizar a tortura contra os presos saharauis.

A constatação da UE surge após a recente publicação de relatórios da Amnistia Internacional e da Organização Norueguesa para a Ajuda (SAIH) sobre a tortura e as violações dos direitos humanos perpetradas pelas autoridades marroquinas em Marrocos e nos territórios ocupados do Sahara Ocidental.

Os espancamentos, a manutenção em posições dolorosas, a asfixia, os simulacros de afogamento, assim como as violências psicológicas ou sexuais, são alguns dos métodos de tortura utilizados pelas forças de segurança marroquinas para obter “confissões”, forçar os militantes ao silêncio e reprimir a dissidência, afirmava o relatório da Amnistia Internacional.
O relatório informa que algumas pessoas correm o risco de ser torturadas desde a sua detenção e durante toda o tempo de clausura preventiva. Frequentemente, os tribunais ignoram as queixas e continuam a basear-se em provas obtidas sob tortura para ditar as sentenças.


As pessoas que se atrevem a apresentar uma denúncia e pedir justiça são inclusive condenadas por “denúncia caluniosa” e “falsa acusação de delito”, conclui o relatório, referindo que a impunidade persiste em Marrocos.

Criado Grupo Parlamentar de Amizade Sahara-Mauritânia




Foi constituído na Assembleia Nacional da Mauritânia – através do Decreto No. 45 de 11 de junho de 2015 - um Grupo Parlamentar de Amizade Sahara-Mauritânia. “O Grupo tem por objetivo reavivar e fortalecer os laços de amizade entre os povos do Sahara Ocidental e da Mauritânia, assim como promover o apoio à legítima causa saharaui, ao direito do povo saharaui à liberdade e o respeito do direito do povo saharaui à autodeterminação”, segundo referem os membros do Grupo.

O Grupo Parlamentar é constituído por vários deputados de diversos partidos políticos mauritanos de todas as regiões do país e propõe-se sensibilizar a opinião nacional e os responsáveis da política mauritana sobre a justiça da luta do povo saharaui.

Comité de Descolonização da ONU apresenta projeto de resolução sobre envio de Missão ao Sahara Ocidental




A sessão do Comité Especial de Descolonização da ONU sobre a situação da aplicação da declaração de concessão da independência aos países e povos coloniais decorreu segunda-feira, 21 de junho, com um forte debate sobre a possibilidade de enviar uma missão de investigação da ONU ao Sahara Ocidental.

Os debates centraram-se sobre um projeto apresentado pela Comissão que reitera a necessidade de enviar missões periódicas aos territórios coloniais, com o objetivo de facilitar a aplicação plena, rápida e eficaz da Declaração sobre a concessão da independência aos países e povos que ainda vivem sob o domínio colonial.

A resolução exige às nações que ocupam territórios que colaborem com as Nações Unidas para facilitar o envio das referidas Missões aos territórios coloniais, em consonância com as decisões das Nações Unidas sobre descolonização.

Durante o debate, o representante da Argélia pediu à Comissão que prossiga os esforços para pôr fim ao colonialismo antes do final de 2015, sublinhando que não há outra saída que conceder a independência aos povos que continuam sujeitos à ocupação.

O diplomata argelino destacou a necessidade de continuar a apoiar os povos colonizados, recordando neste contexto o apelo que foi feito no encontro de Maio passado e enfatizou a necessidade de enviar uma missão de investigação ao Sahara Ocidental para estudar de perto a situação.

Por seu lado, o representante da delegação marroquina expressou a sua preocupação pelo envio da missão de investigação ao Sahara Ocidental, ameaçando que a decisão terá graves consequências para o processo político auspiciado pelo Conselho de Segurança da ONU.
Foram vários os países que expressaram a convicção na importância de organizar com regularidade o envio de missões aos territórios coloniais a fim de indagar sobre a situação in situ nesses territórios.


Fonte: E. I. C. Poemario por un Sahara Libre


sábado, 20 de junho de 2015

Embaixador de Marrocos na ONU terá reconhecido a veracidade dos documentos revelados por «Chris Coleman»




Após o artigo da revista Foreign Policy é a vez do diário britânico The Guardian voltar a abordar uma questão muito sensível e que incomoda ao mais alto grau a diplomacia marroquina. Tratam-se das relações mantidas entre Omar Hilale, ex-embaixador de Marrocos junto das Nações Unidas em Genebra e que e ocupa agora o mesmo cargo em Nova Iorque, e alguns altos funcionários do Alto Comissariado para os Direitos Humanos da ONU.

Numa longa reportagem, o diário londrino garante que o embaixador teve acesso a correspondência confidencial do ACDH da ONU sobre o Sahara Ocidental. O artigo não revela o nome ou nomes do suspeito ou suspeitos que alegadamente passaram os documentos ao diplomata marroquino, mas concentra a sua argumentação nos documentos revelados pelo estranho hacker "Chris Coleman" para apoiar as suas informações.

Este misterioso hacker, que alguns acreditam tratar-se de uma cobertura dos serviços secretos franceses, divulgou na Internet - através de várias contas do Twitter que muitas vezes eram suspensas -, milhares de documentos e e-mails confidenciais da diplomacia e dos serviços secretos marroquinos.

De acordo com o The Guardian, Marrocos comprou a simpatia dos responsáveis do ACDH da ONU, fazendo uma doação de mais de 7 milhões de dólares àquele organismo das Nações Unidas. "Em comparação, a vizinha Argélia doou 1,5 milhões dólares durante o mesmo período", diz o diário.
O The Guardian refere também um relatório do Departamento de Operações de Manutenção da Paz (DPKO, na sua sigla em Inglês), que afirma que "a análise desses documentos mostra que a confidencialidade das comunicações das Nações Unidas tem sido seriamente comprometida repetidamente por Marrocos, que intercetou a correspondência interna da ONU em Genebra, Nova York e El Layoune". A DPKO garante que numa mensagem datada de 22 de agosto de 2014, o embaixador Hilale refere explicitamente os "documentos do secretariado que foram intercetados."
Através da voz do porta-voz do governo marroquino, este tem insistido que não cabe a Marrocos fazer "comentários ou dar qualquer credibilidade aos documentos divulgados, falsificados e grosseiramente explorados maliciosamente por um indivíduo ou um grupo de indivíduos que se escondem por detrás de contas de media sociais com falsas identidades embora afirmando claramente que a sua intenção é a de desestabilizar o nosso país e prejudicar os nossos interesses nacionais. "

No entanto, de acordo com o The Guardian, o DPKO indica que numa reunião em outubro de 2014, com Jeffrey Feltman, subsecretário de Estado dos EUA para Assuntos do Próximo Oriente, Omar Hilale não negou a veracidade da substância de todos os documentos publicados. E o DPKO acrescenta: "É importante referir que todos os acontecimentos discutidos nessa correspondência tiveram lugar."

Artigo do jornal online marroquino independente «Demain»

Todos os documentos revelados por Chris Coleman em:

terça-feira, 16 de junho de 2015

Mãe saharaui há 33 dias em greve de fome: Takbar Haddi, hospitalizada após vomitar e cuspir sangue




Esta saharaui, residente em Santa Cruz de Tenerife, está há 33 dias em greve de fome diante do Consulado de Marrocos, ingerindo apenas água com açúcar, para exigir que lhe entreguem o corpo do seu filho, morto no passado mês de fevereiro após ter sido apunhalado por cidadãos marroquinos em El Aaiún, capital do Sahara Ocidental ocupado. O seu estado é muito grave.


É a quarta vez que esta mulher saharaui é internada durante a sua greve de fome, e a segunda nos últimos dois dias. Takbar Haddi foi hospitalizada hoje, terça-feira, depois de ter vomitado e cuspido sangue, segundo informa na internet a plataforma de apoio ao seu protesto.

Takbar Haddi, além de exigir a entrega do corpos do seu filho assassinado exige também que os autores do apunhalamento sejam detidos e que seja investigado se o seu filho recebeu a atenção adequada quando estava ainda vivo, quer por parte da Polícia marroquino como pelo serviços de saúde.


O Consulado de Marrocos em Las Palmas de Gran Canaria referiu nas últimas semanas que havia oferecido aos familiares de Haddi o cadáver do jovem assassinado, mas estes recusaram a entrega. A própria Takbar Haddi confirmou esta versão, mas sublinhou que, em troca, os marroquinos haviam exigido que renunciasse à autópsia.

Sahara Ocidental: “UE ajuda ladrão marroquino e chora com as vítimas saharauis”




“A União Europeia tem o hábito de ajudar o ladrão e verter lágrimas de compaixão com a vítima”, escreve o “Le Soir d’Algérie” numa alusão aos acordos económicos firmados pela União Europeia com Marrocos à revelia da legalidade internacional.

Na sua edição do passado dia 9 de junho, o diário argelino refere que “a Polisario e a RASD ganharam pontos ao conseguir levar Marrocos e a Comissão Europeia ante a justiça”, apesar do enorme trabalho de lobbying realizado pelos amigos franceses de Rabat para que a denuncia saharaui não tivesse seguimento.
“Na cidade de Luxemburgo, uma verdadeira batalha político-jurídica se anuncia”, afirma o diário em referência à audiência que teve início ontem, 15 de junho, no Luxemburgo sobre o recurso interposto pela Polisario contra o acordo agrícola celebrado entre Bruxelas e Rabat, que incluem os territórios ocupados do Sahara Ocidental.

Fonte: SPS

domingo, 14 de junho de 2015

Ban Ki-moon vai visitar o povo saharaui


Susana Malcorra, chefe de Gabinete do SG da ONU,
visitou os campos de refugiados saharauis

O presidente República saharaui e secretário-geral da Frente Polisario, Mohamed Abdelaziz, recebeu ontem a chefe de gabinete do SG da ONU, Susana Malcorra. No final do encontro, o líder saharaui assegurou ante os meios de Comunicação presentes que a Frente Polisario continua disposta a colaborar com a comunidade internacional e com a ONU para chegar a uma solução que respeite sempre o direito do povo saharaui. Mohamed Abdelaziz adiantou que durante o ano o povo saharaui receberá a visita do secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon

A chefe de Gabinete do SG da ONU, Susana Malcorra afirmou no campos de refugiados de Smara que a sua presença nos acampamentos de refugiados saharauis, "demonstra a firme convicção do Secretário- Geral da ONU, Ban Ki-Moon, no reatamento das negociações entre as partes do conflito, com o objetivo de encontrar uma solução para este problema." "O Secretário-Geral da ONU tem em previsto visitar a região antes do final do ano para se reunir com responsáveis e a sociedade civil saharaui".



Susana Malcorra, de nacionalidade argentina, anunciou que trazia uma "mensagem especial de Ban Ki Moon para o Secretário-Geral da Frente Polisario, Mohamed Abdelaziz". A visitante reuniu-se com a delegação negociadora saharaui e visitou a sede da do Crescente Vermelho Saharaui (CRS), onde foi testemunha da transparência que rodeia a gestão desta instância e as condições e normas de armazenamento e distribuição da ajuda humanitária aos refugiados saharauis.