domingo, 29 de novembro de 2015

Frente Polisario “otimista” em relação ao périplo de Christopher mas alerta contra a intransigência marroquina




O representante da Frente Polisario junto da ONU, Ahmed Boukhari, afirmou ontem, sexta-feira, que o povo saharaui "está pronto a fazer face a toda e qualquer opção que lhe queiram impor", em caso de fracasso do processo de resolução pacífica do conflito, acrescentando que em caso "de obstinação de Marrocos em bloquear uma solução pacífica, a  direção saharaui reveria a sua visão estratégica”", a fim de alcançar o seu objetivo: a independência.

Em entrevista à agência APS à margem do seu encontro com o enviado pessoal do secretário-geral das Nações Unidas para o Sahara Ocidental, Christopher Ross, que viajou aos acampamentos saharauis,  Ahmed Boukhari sublinhou que "a parte saharaui está pronta a entabular negociações  advogadas pelas ONU, assim como o seu empenho na resolução pacífica da questão", acrescentando que "o povo saharaui está pronto também a fazer face a qualquer outra opção que lhe pretendam impor, em caso de fracasso da negociação pacífica do conflito".

O responsável saharaui afirmou também que "o principal obstáculo" que entrava o relançamento das negociações sobre o conflito saharaui "reside na obstinação da parte marroquina que tem categoricamente recusado a ideia de negociações".

"Se Marrocos se obstina em bloquear a via pacífica, a direção saharaui deverá rever a sua visão estratégica para encontrar os meios adequados para atingir o seu principal objetivo: a independência e a recuperação pelo povo saharauis da sua soberania sobre o conjunto dos seus territórios ", acrescentou.

Boukhari apelou "aos responsáveis marroquinos que renunciem às ideias expansionistas", sublinhando que "todas as ambições expansionistas que pretendam impedir o acesso do povo saharaui ao seu direito à autodeterminação serão votadas ao fracasso”".

Por outro lado, apelou ao povo marroquino "vizinho e irmão » a fazer pressão sobre as autoridades marroquinas para que resolvam pacificamente este conflito que dura há 40 anos, e a recusar "ser envolvido neste conflito".

Boukhari afirmou ainda que as recorrentes violações marroquinas dos direitos humanos nos territórios saharauis ocupados, preocupam a direção saharaui e as organizações internacionais dos Direitos do Homem, como a Human Rights Watch (HRW) e a "Amnesty International".

Acrescentou que há que desenvolver esforços com vista a encontrar um outro mecanismo de controlo dos direitos humanos nos territórios saharauis ocupados e que em vez de visitas periódicas de representantes do Conselho dos Direitos do Homem da ONU, "a situação humanitária desastrosa nos territórios ocupados exige um controlo quotidiano e prerrogativas mais alargadas".


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