quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Têm início os 12.º Encontros Internacionais de Arte e Direitos Humanos do Sahara Occidental nos Territórios Libertados





Fonte: Sahara Sevilla - O primeiro-ministro saharaui, Mohamed El Wali Akei, inaugura hoje, dia 31 de outubro - na Escola Saharaui de Artes – o ARTifariti 2018 que, após cinco edições baseadas nos acampamentos saharauis, regressa aos territórios libertados. Foi lá, na cidade de Tifariti, que nasceram, em 2007, os Encontros Internacionais de Arte e Direitos Humanos do Sahara Ocidental para tornar visível através da arte os muros de opressão que escravizam o mundo, entre eles o chamado Muro da Vergonha que segrega o território Saharaui em dois trerritório e que foi construído nos anos 80 por Marrocos.
Esta noite nos acampamentos saharauis são muitos os que se encontram com artistas locais, colegas de diferentes partes do mundo, especificamente da Argélia, Colômbia, EUA, Espanha, Itália, México, Moçambique e Tanzânia. Durante dez dias esse coletivo de artistas contemporâneos desenvolverá diversos projetos, com propostas de realidade artística, arte de ação, videoarte, rap e intercâmbio musical, de fotografia, instalações, pintura mural, produção de cometas, alquimia espiritual ... um laboratório colaborativo que combina práticas artísticas e direitos humanos com o objetivo de influenciar a transformação social em direção a um modo de vida inclusivo, sustentável e à escala humana.
Estaquinta-feira, uma caravana de 100 pessoas viajará a Tifariti, onde poderão conhecer em profundidade a cultura saharaui, através da sua convivência com famílias nómadas. Irão morar num acampamento que tem sido chamado de "Frig de la Resistencia" de onde irão espalhar essa sua experiência online através de ações, performances, desenhos, vídeos ... Essas peças artísticas vão construir um documento visual #resistenciaculturalsaharaui que será entregue à Relatora Especial de Nações Unidos dos Direitos Culturais, denunciando o processo de aculturação sofrido pelo povo saharaui nas áreas ocupadas pelo regime de ocupação marroquino que modifica os seus nomes para apagar a sua identidade ou os proíbe de montar as suas tendas tradicionais (jaimas).
Mais informação sobre participantes e programa em: artifariti2018.saharasevilla.org



Invasão militar do Sahara Ocidental por Marrocos foi há 43 anos


A 31 de outubro de 1975 regimentos de tanques e blindados do exército marroquino invadem o Sahara Ocidental ocupando as regiões de Hauza e Djederia, a ocidente da cidade saharaui de Smara.
O regime marroquino camufla a invasão militar com a qual começa a destruir, matar e sequestrar a população saharaui, desviando a atenção da comunidade internacional para a denominada Marcha Verde que pôs em em execução, alegadamente civil e ‘pacífica’, que chega ao posto fronteiriço de Tah, entre Daoura e Tarfaya (Sahara Ocidental), a 6 de novembro de 1975.

A Marcha Verde constituiu uma manobra de diversão para a invasão militar
A Espanha como potência colonial do território tem obrigações claras e, de acordo com o direito internacional, não as cumpriu. A atitude da Espanha e a sua falta de dignidade constituiu uma traição ao povo saharaui que ainda hoje sofre com a ocupação e o exílio.
Fonta: Por un Sahara Libre



Espanha: Intergrupo do Sahara acusa de “censura” PP e PSOE por impedirem um encontro internacional no Congresso




Fonte: EIC Poemario por un Sahara Libre / Europa Press - Representantes do Intergrupo do Congresso de solidariedade com o Sahara Ocidental expressaram o seu descontentamento na terça-feira pela decisão da Mesa do Congresso, adotada com os votos do PP e do PSOE, de vetar a celebração na câmara baixa de um encontro internacional em apoio ao referendo de autodeterminação.

Trata-se de uma reunião entre membros do Parlamento Europeu, das Cortes Gerais (Parlamento de Espanha) e das assembleias autonómicas promovida pela Conferência Europeia de apoio à realização de um referendo sobre a autodeterminação do Sahara Ocidental (EUCOCO).

O Unidos Podemos pediu permissão há uma semana para organizar o evento no Congresso, mas como não houve unanimidade, o presidente do Congresso pediu um relatório. Nesta terça-feira a questão foi novamente debatida e o PP e o PSOE rejeitaram a autorização alegando que os relatórios do ministérios dos Negócios Estrangeiros sugerem que a sua participação poderia afetar as relações com Marrocos. Ambos os partidos formaram uma maioria face aos apoiantes da proposta o Unidos Podemos e o partido Ciudadanos.

Temas em que se unem “como uma lapa”
“É uma interferência ilegítima na ação dos deputados", sublinhou Gloria Elizo, do Podemos, que é a quarta vice-presidente da Mesa e que se opôs à decisão. Fernando Maura, do Ciudadanos (centro-direita), chamou a atenção para o facto de que o PP e o PSOE, tão diatantes em outras ocasiões, "se unem como uma lapa" em certos assuntos.

Para o valenciano Enric Bataller, do Compromis, este veto é um "acto de censura que não se justifica", enquanto o basco Iñigo Barandiaran, do PNV, denunciou que não há precedente em negar espaço para uma reunião entre parlamentares.

Anna Surra, da Esquerra Republicana, não entende esta decisão do Congresso porque a a ação planeada não compromete a política externa da Espanha porque é "uma conversa entre parlamentares".

sábado, 27 de outubro de 2018

Delegação saharaui critica Espanha por negligenciar os problemas do território [do Sahara Ocidental – sua antiga colónia]





Publicado a 27 outubro , 2018 - Fonte e foto: El Día - A Delegação Saharaui em Espanha criticou hoje o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, por referir que a Espanha não tem responsabilidades no Sahara Ocidental e ignore os problemas causados ​​pela exploração dos recursos naturais.

Segundo um comunicado da Delegação Saharaui, "a Espanha continua a ser 'de jure', segundo as Nações Unidas, o potência administrante do Sahara Ocidental", pelo que "não há lógica" que diga que apoia a posição da ONU e "defenda na UE acordos que violam os acórdãos do Tribunal de Justiça da UE "sobre a exploração ilegal dos recursos naturais do Sahara.

A Delegação critica que, na sua comparência perante a Comissão de Relações Exteriores do Senado, o ministro tenha sublinhado que "estamos alinhados com as Nações Unidas e apoiamos a posição das Nações Unidas, do seu alto representante, e negociador" e que o seu trabalho se limite a tentar "que se possam realizar negociações entre as partes".

Borrell lembrou que "a Espanha não é considerada potência administrante" no processo de descolonização do Sahara Ocidental, e por isso se limita a apoiar os esforços do Secretário-Geral da ONU ", que é a melhor, senão a única, coisa que podemos fazer", disse.


quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Deputados do Bloco de Esquerda solidários com o Sahara Ocidental


Os 19 deputados do Bloco de Esquerda, a terceira maior bancada parlamentar dos 230 deputados que têm assento na Assembleia da República Portuguesa, tiveram hoje uma iniciativa inesperada de solidariedade com o Povo Saharaui. Saíram do Parlamento e manifestaram da forma que as fotos documentam esse fraternal gesto de solidariedade.
As fotos vão correr mundo, e serão vistas com especial carinho nos territórios do Sahara Ocidental sob ocupação marroquina, entre os mais de 170 mil refugiados saharauis que sobrevivem nos acampamentos do deserto de Tindouf (no extremo sudoeste da Argélia) e entre a diáspora saharaui espalhada pelo mundo, em especial em Espanha.
O gesto de solidariedade surge num momento em que as autoridades da Comunidade Europeia tentam desesperadamente encontrar uma ‘formula mágica’ para firmar o Acordo de Pesca com Marrocos em desrespeito das sentenças do Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE). Aqueles acórdãos, recorde-se, declaram expressamente e de forma clara que Marrocos e o Sahara são dois territórios distintos e separados e que Marrocos não tem soberania sobre o território do Sahara Ocidental, pelo que a presença marroquina no Sahara Ocidental é uma ocupação militar, não podendo nenhum Estado firmar acordos de caráter comercial ou outros que envolvam aquele território.

Os 19 Deputados do Bloco de Esquerda (BE) frente à Assembleia da República

O gesto dos deputados bloquistas é também uma mensagem de determinação para a Organização das Nações Unidas que no principio de Dezembro irá promover em Genebra o encontro directo entre as duas partes do conflito – Marrocos e a Frente Polisario – com vistas a uma saída para um processo de descolonização que continua por cumprir.
Lisboa 25 de Outubro 2018

Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto firma protocolo com a Universidade Saharaui de Tifariti



O Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto (CEAUP) e a Universidade de Tifariti, nos territórios libertados do Sahara Ocidental, subscreveram ontem um protocolo que tem como objetivo a colaboração académica e o desenvolvimento de projetos entre as duas instituições.

O reitor da Universidade de Tifariti, Prof. Jatari Anda-la Ahmed Salem, havia participado anteontem na 1ª Conferencia CEAUP “Sistemas Educativos na África Ocidental” onde expôs a situação vivida pelo povo saharaui nos territórios ocupados e nos campos de refugiados.

A Universidade de Tifariti é um projeto único no mundo, já que se encontra nos campos de refugiados saharauis em pleno deserto.

A conferência e o estabelecimento do protocolo deram a oportunidade de docentes e estudantes da Universidade do Porto conhecerem a realidade vivida pela população saharaui e o empenho do governo saharaui no apoio e desenvolvimento de um ensino de qualidade.

Os campos de refugiados saharauis existem desde 1975 logo que ocorreu a invasão militar de Marrocos do território saharaui e são a zona de África com a mais alta taxa de alfabetização -superando os 90% - com uma escolaridade obrigatória desde os 3 anos de idade.
Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto junta-se assim a várias universidades de Espanha, EUA, Cuba, Venezuela, Polónia, Alemanha, Áustria, Argentina e Argélia com quem a Universidade saharaui de Tifariti já tem programas de colaboração.

O Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto (CEAUP), atualmente presidido pela Professora La Salete Coelho, é uma organização de investigação e cooperação multidisciplinar formada em 10 de Novembro de 1997. Reúne investigadores, docentes e estudantes de instituições nacionais e internacionais.

Segundo o Prof. Miguel Silva, da direção do CEAUP, este protocolo não é simplemente um ato simbólico, mas o início de uma cooperação efetiva.
Uma delegação do CEAUP, encabeçada pelo Prof. Maciel visitou os campos de refugiados no início deste ano.

Fonte: Por un Sahara Libre

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

ONU volta a reunir as partes do conflito do Sahara Ocidental

Horst Köhler


Fonte: La Vanguardia / Por Adolfo S. Ruiz — A ONU supervisionará uma "mesa redonda" sobre o Sahara [Ocidental] nos dias 4 e 5 de dezembro em Genebra, com a presença de todas as partes envolvidas no conflito. O ex-presidente alemão Horst Köhler, enviado especial do Secretário Geral das Nações Unidas, António Guterres, já tem confirmação oficial de que Marrocos, Frente Polisario, Argélia e Mauritânia estarão à mesa.

Os responsáveis das Nações Unidas, Guterres e Köhler, evitam falar em "negociações" e reduzem a reunião a uma "discussão", de modo que não propõem uma agenda de questões, mas pediram às partes que fizessem chegar sugestões e iniciativas. O prazo para aceitar esta mesa-redonda terminou no dia 20 e Stephane Dijarric, porta-voz do secretário-geral, confirmou a resposta positiva de todas as partes.

O último ciclo de negociações diretas entre Marrocos e o Polisario sobre o problema do Sahara remonta a 2012, data a partir da qual não foram realizados novos contactos. A estagnação da situação levou Guterres a confiar a Köhler em 2017 a missão de tentar reunir novamente os marroquinos e os saharauis. O ex-presidente alemão assumiu a tarefa com absoluta seriedade e diligência, sem regatear esforços. Entre o final de junho e início de julho, fez um périplo que o levou a Argel, Nouakchott, Tindouf, Rabat, El Aaiun, Smara e Dakhla.

A Argélia é a parte que mantém maiores reticências ao encontro uma vez que o regime de Buteflika continua a defender que o problema do Sahara é uma questão bilateral entre Marrocos e a Frente Polisário. Rabat, por sua vez, insiste que a Argélia deve ter uma representação do mais alto nível "como um parte totalmente envolvida pelo seu apoio decisivo e indisfarçado à Frente Polisario".

O anúncio da realização desta mesa de negociação coincidiu com a divulgação dos dados fornecidos pelo Alto Comissário para os Refugiados (ACNUR), que cifram em 173.600 o número de saharauis que atualmente sobrevivem nos campos localizados em Tindouf (Argélia). Do total de refugiados, 51% são homens e 49% são mulheres, enquanto um terço do total tem menos de 17 anos de idade.

O número de pessoas que vivem nos campos é uma questão central * (Ver nota da AAPSO a este respeito), especialmente tendo em vista a futura realização de um referendo sobre a autodeterminação do Sahara, como a Polisario reivindica e apoia a Argélia. Os independentistas saharauis tendem a aumentar o número de habitantes enquanto o Marrocos, pelo contrário, minimiza a população que considera "sequestrada", segundo a terminología oficial de Rabat. Dado que os dados do HCR apareceram filtrados na imprensa argelina, muitos meios de comunicação marroquinos consideram-nos "totalmente falsos".

Desde 1975, após a retirada espanhola, Marrocos controla a maior parte do Sahara Ocidental, uma área desértica de 266.000 quilómetros quadrados e o único território da África pós-colonial cujo presente e futuro não foram resolvidos.

* Nota da AAPSO: A Missão das Nações Unidas para o Referendo no Sahara Ocidental (MINURSO) deu por concluído o recenseamento dos cidadãos com capacidade de participar na consulta popular em Janeiro de 2000.
Não obstante os entraves, os subornos e o longo arrastar do processo de recenseamento que Marrocos promoveu, os técnicos da ONU não permitiram que os cadernos eleitorais fossem invadidos por uma multidão de falsos saharauis que o reino marroquino pretendia à viva força introduzir. Das quase 200.000 solicitações apresentadas – na sua esmagadora maioria apresentadas por Marrocos com vista a adulterar o Censo Eleitoral a seu favor, só 86.000 corresponderam a saharauis com direito a votar, ou seja, 13.000 a mais dos que os incluídos no último censo espanhol realizado em 1974.



terça-feira, 23 de outubro de 2018

Preso político saharaui El Bachir Khadda: 36 dias em greve de fome



El Bachir Khadda está há 35 dias em greve de fome. O preso político saharaui do Grupo Gdeim Izik está em protesto contra os maus-tratos contínuos, o confinamento prolongado e a transferência da prisão de Tiflet2, que se encontra a mais de 1300 quilómetros da sua cidade natal no Sahara Ocidental, para uma prisão mais próxima da sua família.

A família de El Bachir Khadda está extremamente preocupada com a situação de risco de vida em que se encontrar o preso político.



Nas primeiras semanas, Khadda foi colocado na enfermaria, embora isolado de outros presos, mas de acordo com as últimas informações disponíveis, ele agora está sozinho na sua cela “normal”, onde está em confinamento prolongado desde 16 de setembro de 2017.

A Família apela à comunidade internacional a agir e responsabiliza as autoridades marroquinas pela vida de El Bachir Khadda.

A possível morte do Sr. Khadda, que foi sequestrado pelas autoridades de ocupação marroquinas em 2010 em El Aaiun, após o desmantelamento do campo de protesto Gdeim Izik, torturado durante anos, vítima de um julgamento civil e militar nulos perante a lei, estará nas mãos não só das autoridades marroquinas, mas também da comunidade internacional que ficou em silêncio.

Fonte: Por un Sahara Libre

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Granada: Jornadas de sensibilização sobre os Direitos Humanos o Povo Saharaui



Fonte e fotos: El Saharaui Post / Por Mohamed Salah Larosi
Nesta sexta-feira tiveram lugar as sessões de sensibilização sobre a situação dos direitos humanos nos territórios ocupados do Sahara Ocidental, organizadas conjuntamente pela Diputación de Granada e pela Delegação da RASD para a Andaluzia. A conferência contou com a participação da ativista dos direitos humanos Aminatou Haidar e do presidente da Associação de Familiares dos Presos e Desaparecidos Saharauis (AFAPREDESA) Abdesalam Aomar Lahsen.

A conferência foi inaugurada no Palácio de las Niñas Nobles pelo deputado José María Villegas, a deputada Olvido de la Rosa, o Delegado do RASD Mohamed Zrug, a presidente da Associação Granadina de Amizade com a RASD, Gracia Fernández Fernández. Os deputados de Granada que inauguraram o evento reiteraram o seu firme compromisso e apoio à luta do povo saharaui.



Por seu lado, o delegado saharaui para a Andaluzia Mohamed Zrug agradeceu a todas as entidades organizadoras pela organização do referido ato e, acima de tudo, por "darem a cara pelo povo saharaui".

A ativista de direitos humanos Aminatou Haidar falou sobre os Direitos Humanos no Sahara Ocidental. Na sua intervenção, a ativista fez uma viagem a partir da mal chamada "Marcha Verde", que inaugurou a invasão marroquina dos territórios do Sahara, destacando os crimes contra a humanidade e as violações dos direitos humanos perpetrados por Marrocos "sistematicamente" contra a população civil saharaui, até às recentes violações cometidas contra os manifestantes pacíficos saharauis e a atual situação dos presos políticos saharauis que estão em greve de fome nas prisões marroquinas.



Na sua exposição, Aminatou Haidar apresentou uma série de provas que desmentem os relatórios da Entidade de Equidade e Reconciliação (Comissão da Verdade Marroquina). A farsa da comissão da verdade realizada pelo reino de Aluita carece dos aspetos básicos de uma comissão de verdade decente; primeiro, não captou a versão verdadeira dos eventos. Em segundo lugar, os restos das vítimas não foram entregues. Terceiro, o paradeiro de muitas pessoas desaparecidas, etc., ainda é desconhecido.

A militante saharaui salientou como, nos anos 90, as vítimas, os ex-desaparecidos políticos e os ex-desaparecidos conseguiram fundar movimentos pelos direitos humanos. Aminatou relatou como esses movimentos estabeleceram contactos com organizações internacionais e ONGs para divulgar as graves violações dos direitos humanos perpetrados contra a população civil saharaui.



domingo, 21 de outubro de 2018

As empresas europeias devem negociar com a Frente Polisario



Onfreville-l'Orcher, 21 de outubro de 2018 (SPS) -. O advogado da Frente Polisario, Gilles Devers, disse este sábado que as empresas europeias que operam nas zonas ocupadas do Sahara Ocidental devem escolher entre negociar com a Frente Polisario ou suspender as suas atividades e retirar-se, relata o jornal argelino El Khabar.

O Professor Devers disse no discurso que proferiu na Conferência Internacional sobre os Recursos Naturais do Sahara Ocidental, que a justiça está com o povo saharaui, recordando as duas importantes sentenças do Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) segundo as quais Marrocos e o Sahara são dois territórios distintos e separados e que Marrocos não tem soberania sobre o território do Sahara Ocidental e, portanto, a presença marroquina no Sahara Ocidental é uma ocupação militar.

Os dois acórdãos reafirmaram que só o povo é o único proprietário e soberano dos seus recursos naturais e que nenhuma transação comercial pode ser levada a cabo nesta região sem o consentimento do povo saharaui.

Recorde-se que a Frente Polisario interpôs seis ações judiciais contra grupos franceses por terem estabelecido filiais nas áreas ocupadas do Sahara Ocidental, em violação do direito internacional e por crime de colonização.

sábado, 20 de outubro de 2018

A luta e resistência do povo do Sahara Ocidental no Doclisboa 2018





Com o apoio da AAPSO-Associação de Amizade Portugal Sahara Ocidental, vai ser exibido na programação do doclisboa 2018, uma súmula de documentários feitos pela Equipa Média daquele país. A exibição terá lugar no dia 23, no cinema S. Jorge - sala 2, em Lisboa, às 21,30h e o debate que se seguirá contará com a presença de um dos realizadores, Sabbar  Bani, que se deslocará desde os territórios ocupados.

Contamos com a vossa presença e divulgação da sessão!


Foco: EQUIPE MEDIA - 23 OUT / 21.30, São Jorge – Sala 2

Durante a sessão, Sabbar Bani, do coletivo Equipe Media, apresentará e comentará vários filmes, seguindo-se um debate.
A antiga colónia espanhola do Sahara Ocidental foi ocupada pelo Reino de Marrocos em 1976, com a anuência da então potência colonial, a troco de compensações na exploração dos fosfatos e da pesca, as duas grandes riquezas do território.
O território integra, há décadas, a lista das Nações Unidas de possessões ultramarinas a descolonizar. Em 1991, as duas partes do conflito — Marrocos e a Frente POLISARIO — estabeleceram com a ONU um acordo de cessar-fogo após 16 anos de guerra. O acordo previa a realização de de um Referendo de Autodeterminação seis meses depois à população autóctone. Foi então criada a Missão das Nações Unidas para a Realização do Referendo do Sahara Ocidental (MINURSO).
27 anos depois, o povo saharaui continua à espera que a ONU concretize a promessa. O atual Enviado Pessoal do SG da ONU para o conflito, o ex-presidente alemão Horst Köhler, conseguiu que Marrocos e Frente Polisario se sentassem de novo à mesa de negociações, o que acontecerá no início do próximo mês de Dezembro, em Genebra.
O cinema é uma arma importante na luta dos saharauis – grupos de ativistas registam, divulgam e denunciam a violência de que são alvo. A violação dos mais elementares direitos humanos faz parte do quotidiano. A MINURSO, presente no terreno, é a única missão da ONU que não tem delegação em termos de vigilância e cumprimento dos Direitos Humanos no território.



Bani Sabbar – O realizador

É um jovem realizador Saharaui do coletivo Equipe Media. Em 1992, foi raptado por elementos dos serviços de segurança interna marroquinos, tendo sido mantido em isolamento total e sujeito a maus tratos durante seis meses, na prisão Pccimi para presos políticos saharauis, em El Aaiún. Durante este período, nunca foi acusado e nunca compareceu diante de um juiz. Esta prisão de alta segurança foi desmantelada em 2014.
Em 1993, Bani Sabbar foi novamente preso durante dois meses na prisão "Negra", em El Aaiún, sob o pretexto de perturbar a ordem pública.

Equipe Media – Coletivo de jornalistas-resistentes

A Equipe Media nasceu em 2009 com o propósito de documentar e difundir a opressão do Povo Saharaui perpetrada pelo ocupante marroquino. As atividades deste coletivo de jovens Saharauis são criminalizadas por Marrocos. É um dos poucos grupos de ativistas a conseguir informar regularmente a comunidade internacional sobre a realidade vivida nos territórios do Sahara Ocidental, através da palavra e das imagens captadas e distribuídas clandestinamente.
O seu documentário " 3 Câmaras Roubadas" ganhou o prémio de melhor curta-metragem 2018 no Festival Internacional de Cinema de Sulaymaniyah, Curdistão.
O coletivo publica informação sobre o SO ocupado e colabora com a Amnistia Internacional, Human Rights Watch e outras ONGs internacionais dedicadas aos direitos humanos.
A maioria dos membros do coletivo Equipe Media foram presos, torturados, espancados e perderam os seus empregos por causa do seu ativismo. Banbari Mohamed foi sentenciado a seis anos de cadeia; Bachir Khada cumpre 20 anos de prisão e Lekhfaouni Abdaiahi foi condenado a prisão perpétua.

quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Preso político saharaui Mohamed Lamin Haddi está em coma





A vida dos presos politicos saharauis atualmente detidos na prisão marroquina de Tiflet 2 continua todos os dias ameaçada.
Mohamed Lamin Haddi, do grupo de presos do processo de Gdeim Izik — o acampamento da dignidade saharaui que teve lugar há oito anos atrás — entrou em coma esta segunda-feira, 15 de outubro, suspendendo assim, de facto, a greve de fome que havia começado para protestar contra o isolamento desde a sua transferência em setembro de 2017.

A vida de Haddi e dos outros três presos politicos do mesmo grupo — Sidi Abbahah, Bachir Khadda e Mohamed Bourial — permanecem nas mãos da administração da prisão de Tilfet, que parece agir com impunidade.
Mohamed Bourial, assim que chegou na segunda-feira, à prisão de Tiflet, foi privado de todos os seus pertences e imediatamente colocado em confinamento solitário. A sua advogada, doutora Ouled, disse-nos que Bourial continuaria a greve de fome até à morte porque a morte não poderia ser pior do que a prisão de Tiflet 2.
A administração penitenciária de Tiflet 2 tornou o regime de isolamento uma “lei comum” para os presos de Gdeim Izik. O isolamento prolongado tem consequências muito sérias para a saúde física e mental desses homens.
Em vésperas das discussões sobre a renovação do mandato da MINURSO, a questão de proteger a vida deste grupo ainda não está resolvida. A terrível tortura a que esses presos são submetidos é a mais grave ofensa cometida pelo Reino de Marrocos, porque envolve punir, degradar e matar esses homens de maneira progressiva.
O preso Sidi Abbahah esteve proibido de enviar queixas a nível nacional e internacional. Depois de muitos meses, foi-lhe dada uma caneta, mas a carta que queria enviar para a ONU foi bloqueada pela administração da prisão.
Mesmo com escassa informação disponível – os presos só podem telefonar com a família alguns minutos uma vez por semana e têm poucas visitas – confirma-se o pior.
Para proteger a vida destes presos, é urgente que eles sejam transferidos.
Fonte: Por un Sahara Libre

sábado, 13 de outubro de 2018

Gdeim Izik: o acampamento da dignidade saharaui, oito anos depois (Cronologia)



Fonte e foto: Cuarto Poder / Por Ahmed Ettanji, jornalista do coletivo Équipe Média

Oito anos se passaram desde que milhares de saharauis nos territórios ocupados por Marrocos levantaram o acampamento de Gdeim Izik, brutalmente desmantelado pelas forças de ocupação marroquinas

Em outubro de 2010, um levantamento saharaui começou no Sahara Ocidental ocupado pelo regime marroquino. Foi ergudido um campo de dignidade que procurou ser ouvido pela comunidade internacional. O acampamento de Gdeim Izik foi o começo, para o povo saharaui, do que mais tarde se tornou a chamada Primavera Árabe.

Cronologia do levantamento
A 10 de outubro, um grupo de cidadãos saharauis montaram a primeira ‘jaima’ (tenda tradicional saharaui) no deserto, a oeste de El Aaiún ocupado. Este ato pretendia ser o começo de um protesto contra as más condições políticas, económicas e sociais em que vivem os saharauis desde há mais de quatro décadas sob a ocupação do regime marroquino.

A 11 de outubro, foi criado o Comité de Saneamento, Limpeza e Vigilância para organizar o acampamento. A 13 de outubro, o número da população saharaui instalada no acampamento aumenta, como mais de 487 ‘jaimas e serca de 7.000 saharauis que chegaram da capital do Sahara Ocidental para a zona de Gdeim Izik. Ao mesmo tempo, as forças de ocupação usam armas para proibir a entrada de mais saharauis e, com isso, cortam o fornecimento de alimentos e remédios, e começam a fortalecer o bloqueio militar em redor do campo.

A 15 de outubro, enviaram funcionários do Ministério do Interior e militares para convencer os saharauis de que tinham que abandonar o campo, uma tentativa que fracassou porque não garantiam nem as exigências reivincadas nem a integridade física dos manifestantes.

A 18 de outubro, a Frente Polisario informa o Conselho de Segurança da ONU sobre o perigo que enfrentam os milhares de saharauis que se deslocam massivamente para Gdeim Izik. As autoridades de ocupação marroquinas cercam a capital do Sahara Ocidental ocupado, usando helicópteros para impedir que mais pessoas se desloquem para Gdeim Izik. Os saharauis do porto de Marsa, a 25 quilómetros de El Aaiún, erguem mais de 20 ‘jaimas’ para protestar contra as terríveis condições de trabalho. A falta de trabalho para a população saharaui é uma estratégia do ocupante para empobrecer e marginalizar o povo saharaui nos territórios ocupados. Teme-se o pior, face ao elevado número de efetivos das forças de segurança deslocados para a zona.

A 19 de outubro, os saharauis de Gdeim Izik apelam à comunidade internacional a intervir, com o objetivo de romper o bloqueio imposto pelo exército marroquino e fornecer água, medicamentos e alimentos. A 20 de outubro regista-se uma forte deslocação de militares, alguns deles vêm do "muro da vergonha" para reforçar as medidas de bloqueio no campo. O "muro da vergonha", com mais de 2.700 quilómetros de extensão que divide o Sahara Ocidental em dois e é uma das áreas dos planeta com mais minas antipessoal.

Milhares de saharauis continuam o êxodo em massa para os campos, na periferia de outras cidades ocupadas, que se reproduzem com Gdeim Izik como exemplo. A 21 de outubro, as forças do exército marroquino (a Gendarmaria e as forças auxiliares) cercam o acampamento e proíbem o acesso aos carros. O exército marroquino começa a construir uma parede de areia a leste de El Aaiún para impedir o fluxo de saharauis para Gdeim Izik. Confiscam mais de 40 carros que transportavam saharauis para o campo.

A 22 de outubro, o exército marroquino ataca mais de 41 saharauis que tentavam entrar no acampamento. Regista-se um aumento de reforços militares para cercar os deslocados saharauis. O exército marroquino fere gravemente três cidadãos saharauis nas proximidades de Gdeim Izik.

O exército marroquino impede pela força o deslocamento de centenas de saharauis nos arredores da cidade ocupada de Dakhla (extremo sul do Sahara Ocidental). Três saharauis são levados para o hospital de El Aaiún para receber tratamento após terem ficado gravemente feridos, vítimas da repressão exercida pelo exército marroquino.

A 24 de outubro, as Forças Armadas de Marrocos disparam contra um carro que tenta entrar no campo, o que causa a morte de Najem Elgharhi, um menino de 14 anos e o ferimento grava de outros cinco ocupantes da viatura.

A 25 de outubro, as autoridades de ocupação marroquinas enterram o corpo do menor Najem Elgharhi sem o consentimento e a presença de sua família. A mãe do menino exige uma autópsia ao corpo do seu filho e uma investigação independente que leve os responsáveis pelo assassinato à justiça. As autoridades marroquinas impedem a entrada de jornalistas espanhóis em El Aaiún.

A 27 de outubro, as autoridades de ocupação sequestram três vítimas do hospital da região vítimas dos disparos dos militares. A 28 de outubro, as vítimas saharauis do tiroteio relatam que foram espancadas e torturadas antes de serem levadas para o hospital. Oito observadores espanhóis são detidos no porto de El Aaiún. Chegavam de barco vindos da Gran Canarias e são expulsos e impedidos de chegar ao acampamento de Gdeim Izik.

A 31 de outubro, as autoridades de ocupação expulsam o deputado da Esquerda Unida (IU), Willy Meyer, e, ao mesmo tempo, expulsam o presidente da Federação Mundial da Juventude Democrática. A 3 de novembro, o número de pessoas deslocadas para o campo chega a mais de 25.000 e 8.000 ‘jaimas’. As forças de repressão marroquinas sitiam o aeroporto de El Aaiún, impedindo a entrada de sete observadores internacionais. As autoridades de ocupação começam os preparativos para atacar o campo. Lançam uma campanha de propaganda que descreve o Comité de Diálogo do Campo como "uma gangue que sequestra mulheres e crianças" para usar como desculpa contra Gdeim Izik.

A dia 7 de novembro, os saharauis do campo confirmam, através de um comunicado, a sua adesão aos princípios nacionais saharauis e a exigência de independência. As autoridades de ocupação, por sua vez, detêm três deputados espanhóis no aeroporto marroquino de Casablanca. Pouco tempo depois são expulsos para Espanha. Entretanto, proibem a passagem de um comboio de viaturas saharaui que transporta alimentos e medicamentos para Gdeim Izik. O regime de ocupação prossegue com uma campanha de prisões e perseguições. Expulsam um deputado francês. Impedem a entrada no território de um eurodeputado e de três jornalistas espanhóis. O exército marroquino cerca o acampamento de Karama e intima por alto-falantes a população sair, dá-lhes três horas para deixar o acampamento.

A rede telefónica é cortada no acampamento e na cidade de El Aaiun. Milhares de soldados, policias armados com cassetetes, gás lacrimogéneo e camiões com mangueiras de água posicionam-se no terreno. As entradas e saídas de El Aaiún são encerradas. Grandes manifestações têm início em El Aaiún exigindo a autodeterminação e a condenação do bloqueio imposto ao campo.

No dia 8 de novembro, às 5h da manhã, as forças de ocupação atacam com enorme brutalidade e desmantelam o acampamento de forma muito violenta: armados com armas, gás lacrimogéneo, canhões de água, camiões e 4 × 4, atacam o povo enquanto ele dormia. Atacam crianças, mulheres, homens, idosos, deficientes e queimam o acampamento. Saqueiam todos os pertences dos manifestantes, dos telemóveis, aos portáteis ... Prendem centenas de pessoas e fazem cerca de 2.000 feridos.

A resistência transfere-se para El Aaiún. Há manifestações que também são reprimidas com novas armas: os colonos marroquinos que são transportados dentro de camiões militares. Têm também a ajuda de um helicóptero. Saqueiam casas, torturaram muitas pessoas, saqueiam e incendeiam lojas de saharauis. Matam dois saharauis (Babi Gargar e Brahim Doudi), prendem centenas de pessoas, deixando muitas vítimas feridas na estrada. Levam para a Prisão Negra de El Aaiún mais de 200 saharauis e 24 presos saharauis são levados para julgamentos militares em Marrocos.

El Aaiún vira uma cidade fantasma. Ninguém sai de suas casas com medo de represálias e detenções arbitrárias. Os comandos das forças marroquinas arrombam muitas casas, detêm muitas pessoas e causam muita destruição nas casas dos saharauis. Alguns dos detidos são libertados depois de serem torturados e violados em locais secretos.




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sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Representante da Frente Polisario na ONU reúne com presidente do Conselho de Segurança



Nova York, 12 de outubro de 2018 (SPS) - Sidi Mohamed Omar, representante da Frente Polisario nas Nações Unidas, reuniu-se ontem com Sacha Sergio Llorenti Soliz, representante permanente da Bolívia junto às Nações Unidas e atual presidente do Conselho de Segurança.
A reunião, que teve lugar na sede do Conselho de Segurança no edifício das Nações Unidas, faz parte das várias reuniões que o representante da Frente Polisario junto das Nações Unidas está atualmente a realizar com os membros do Conselho de Segurança na sequência da apresentação do relatório do Secretário-Geral das Nações Unidas sobre a situação do Sahara Ocidental, apresentado ao Conselho de Segurança no passados dia 3 de outubro. 2018, e as deliberações que deverão ser tomadas pelo Conselho sobre a renovação do mandato da MINURSO, que expira no final deste mês.
A reunião constituiu uma oportunidade para explicar o ponto de vista saharaui expresso na recente carta enviada pelo representante da Frente Polisário às Nações Unidas ao actual Presidente do Conselho de Segurança, que foi distribuída como documento oficial a todos os membros do Conselho.
Importa recordar que o Conselho de Segurança realizou ontem uma reunião à porta fechada, durante a qual ouviu a intervenção de Colin Stewart, representante especial do Secretário-Geral para o Sahara Ocidental e chefe da Missão das Nações Unidas para o Referendo no Sahara Ocidental. (MINURSO), sobre os últimos desenvolvimentos a nível político e no campo, bem como as perspetivas do processo político.

Sahara Ocidental: o relatório do SG da ONU ao Conselho de Segurança



O último relatório do Secretário-Geral da ONU, António Guterres, ao Conselho de Segurança, tornado público na passada 4.ª feira critica Marrocos, em particular, na questão dos direitos humanos, ao fazer uso da tortura nos territórios saharauis ocupados.
Leia todo o relatório aqui:

sábado, 6 de outubro de 2018

Presos políticos saharauis do Grupo Gdeim Izik em Tiflet2 em greve de fome




Por un Sahara Libre – 06-10-2018 - O preso político saharaui Mohamed Lamin Haddi, do grupo Gdeim Izik, actualmente detido na prisão de Tiflet 2, em Marrocos, iniciou uma greve de fome a 5 de Outubro contra o assédio diário, os maus-tratos e o confinamento prolongado a que está sujeito desde a sua transferência em 2017 da prisão de El Arjat. Durante a sua última greve de fome, Mohamed Lamin Haddi recebeu a promosse de que seria transferido para uma prisão mais próxima da sua família no Sahara Ocidental, e também que poderia estudar e receber os cuidados médicos necessários, promessas que não foram mantidas pelas autoridades marroquinas.

Todos os prisioneiros do Grupo Gdeim Izik atualmente encarcerados em Tiflet2 estão em greve de fome. Mohamed Lamin Haddi juntou-se assim a Abdallahi Abbahah, que iniciou a sua greve de fome no dia 1 de outubro e a El Bachir Khadda, que começou a sua greve no dia 18 de setembro.
Os prisioneiros estão sem contacto humano significativo há meses, vítimas de tortura psicológica, assédio e maus-tratos. Estão em celas com o mínimo necessário, sem forma de passar o seu tempo, olhando para as paredes 22 horas ou mais sob confinamento prolongado.
Os guardas da prisão, sob instruções estritas da Administração Prisional, “revistam” as celas desses prisioneiros políticos quase diariamente e Abdallah Abbahah foi atacado fisicamente.
Apesar das numerosas queixas feitas pelos prisioneiros, as famílias e a sua advogada Maitre Ouled à administração da prisão, ao procurador geral, à CNDH e outras autoridades marroquinas, o tratamento destes prisioneiros tem piorado diariamente.
As famílias responsabilizam o Reino de Marrocos pela saúde e a vida destes presos políticos.
Abdallahi Abbahah está numa cela de isolamento desde o início de sua greve de fome e El Bachir Khadda está sozinho numa cela na enfermaria.