sexta-feira, 13 de novembro de 2020

Para Aminatou Haidar a agressão militar marroquina castiga a "inação " do Conselho de Segurança

 


Laayoune (territórios saharauis ocupados), 13 de novembro de 2020 (SPS) A inação do Conselho de Segurança da ONU encorajou Marrocos a violar o acordo de cessar-fogo, tweetou a activista saharaui dos direitos humanos Aminatou Haidar esta sexta-feira após agressão militar marroquina contra manifestantes saharauis em El Guerguarat, no sudoeste do Sahara Ocidental.

"A inação do Conselho da ONU encorajou o ocupante marroquino a violar o acordo de cessar-fogo. A ONU deve agir antes que seja tarde", disse ela.

"Nós, os civis saharauis nos territórios ocupados, seremos as primeiras vítimas", alertou a vencedora do Prémio Nobel da Paz alternativo de 2019 no mesmo tweet.

Nas primeiras horas da madrugada, Marrocos realizou uma agressão militar na zona tampão de El Guerguerat, abrindo três novas brechas ilegais no muro militar de ocuapação em violação do acordo de cessar-fogo assinado em 1991 pelas duas partes (Marrocos e Frente Polisário), sob a égide da ONU.

Imediatamente após esta flagrante violação dos termos do acordo de cessar-fogo, o Presidente da República Brahim Ghali, escreveu ao Secretário-Geral das Nações Unidas e ao Conselho de Segurança, instando aquelas instâncias a “intervir com urgência para pôr fim a esta agressão ao povo saharaui e ao seu território ”.

O Presidente Ghali dirigiu uma carta urgente a Antonio Guterres e a Representante Permanente de São Vicente e Granadinas junto às Nações Unidas, Rhonda King, que detém a presidência rotativa do Conselho de Segurança, na qual os informou sobre as repercussões do ataque agressivo lançado sexta-feira pelas forças militares marroquinas contra civis saharauis desarmados ”.

«Consideramos o Estado ocupante marroquino totalmente responsável pelas consequências do seu acto militar e apelamos à ONU para que intervenha urgentemente para pôr fim a esta agressão ao nosso povo e ao nosso território», advertiu Brahim Ghali, também SG da Frente Polisário.

O facto de a ação militar decorrer justamente na altura em que estão agendadas para hoje as discussões entre o chefe da ONU e a Frente Polisario “,demonstra claramente que a operação é um acto premeditado de agressão por parte do Estado ocupante para torpedear os esforços da ONU visando aliviar as tensões e acalmar a situação em El Guerguerat ", observou Ghali na mesma carta. (SPS)

 

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