segunda-feira, 3 de outubro de 2022

Exército de Libertação do Povo Saharaui pode utilizar drones nos seus ataques ao dispositivo de ocupação militar marroquino


Omar Mansour, ministro do Interior da RASD

02 de Outubro 2022 - Nuakchot (ECS).- O ministro do Interior da República Saharaui, Omar Mansour, revelou numa conversa informal em Nouakchott, à margem da sua visita oficial à Mauritânia, que as forças de ocupação marroquinas sofrem diariamente perdas humanas em consequência dos bombardeamentos diários levados a cabo pelo Exército de Libertação Saharaui (ELS). Marrocos está silenciosamente a sangrar até à morte na guerra contra a República saharaui. Há dezenas de oficiais e soldados marroquinos que caem diariamente no muro da vergonha", afirmou o ministro saharaui, que em tempos serviu como ministro e diplomata na América Latina e na Europa.

Segundo fontes mauritanas, Mansour terá anunciado que o governo da RASD irá em breve incorporar drones armados para lutar contra as forças de ocupação marroquinas. "O exército saharaui irá em breve utilizar drones armados na 'guerra de desgaste' no Sahara Ocidental", anunciou o ministro saharaui de Nouakchott.

Mansour afirmou que os drones marroquinos só matam civis saharauis, mauritanos e argelinos. "A sua incorporação na guerra do Sahara Ocidental não afetou de forma alguma o nosso exército", sublinha.

A guerra no Sahara Ocidental continua pelo 23º mês consecutivo sem um novo cessar-fogo à vista. Os saharauis e o seu legítimo representante, a Frente Polisario, afirmaram em mais de uma ocasião que a guerra não vai parar após três décadas de espera para exercer o direito à autodeterminação que lhes foi reconhecido e prometido em 1991. Até agora, a tensão na guerra continua numa fase incremental, mas com a introdução de novas armas e actores. 

O ministro do Interior saharaui acrescentou que Marrocos criou unidades policiais para apanhar soldados que fogem do campo de batalha no Sahara Ocidental. "O exército marroquino criou uma brigada especial de polícia militar para perseguir soldados que fogem do campo de batalha no Sahara Ocidental", disse Mansour.

Há dezenas de soldados e oficiais marroquinos que caem diariamente no muro da vergonha, temos até os seus nomes e "patentes", assegurou o ministro saharaui.

Mansour também falou sobre o Plano de Resolução da ONU assinado nos anos 90 entre a Frente Polisario e Marrocos. "Assinámos um cessar-fogo com Marrocos em 1991 quando tínhamos mais de 4.000 prisioneiros de guerra marroquinos capturados, enquanto Marrocos apenas havia capturado 66 militares saharauis", disse o ministro do Interior saharaui. Acrescentando: "Aqueles que agora governam Marrocos não assumem que a autodeterminação do povo saharaui é uma força para eles e não uma fraqueza, e que a Frente Polisario poderá conseguir derrubar a monarquia, mas que esse não é o nosso objectivo".


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