sexta-feira, 29 de abril de 2016

A ONU renova por mais um ano o mandato da MINURSO




O Conselho de Segurança da ONU ampliou esta sexta-feira por mais um ano o mandato da sua missão no Sahara Ocidental, mas fixou para dentro de algum tempo rever a situação para analisar se ela pode regressar à sua plena funcionalidade.

A resolução, que foi negociada intensamente nos últimos dias e forçou o adiamento até hoje da reunião do Conselho, foi aprovada com dez votos a favor, dois contra e três abstenções.

O mandato da Missão das Nações Unidas para o Referendo do Sahara Ocidental (MINURSO) foi renovado no meio de fortes tensões que subsistiram nas últimas semanas entre a ONU e Marrocos, que expulsou 73 membros da missão.

No ponto dois da resolução, o órgão máximo de decisão da ONU põe em relevo “a necessidade urgente de que a Minurso volte a funcionar em plena capacidade”. E em continuação determina que o secretário-geral da ONU comunique num prazo de 90 dias “se a Minurso voltou a funcionar em plena capacidade”. No caso de isso não ser possível, então o Conselho de Segurança considerará “a melhor forma de facilitar o alcance desse objetivo”.

Esse prazo de 90 dias estava a ser negociado intensamente. Uma proposta anterior determinava 120 dias, mas alguns países representados no Conselho de Segurança consideravam que era um prazo muito longo, e pediram que ele fosse reduzido.

Dos 15 membros do Conselho, votaram contra os representantes da Venezuela e Uruguai, e abstiveram-se Rússia, Nova Zelândia e Angola.

Quatro dos cinco países com direito a veto no Conselho (Estados Unidos, França, China e Reino Unido) votaram a favor, assim como a Espanha, entre outros países. Se a Rússia tivesse votado contra, a resolução não seria aprovada.

A MINURSO foi criada em 1991 para dirigir um processo que deveria levar à convocatória de um referendo de independência do Sahara Ocidental ou a sua integração em Marrocos.

No mês passado, o Governo de Rabat expulsou 73 funcionários da componente civil da missão em resposta a várias declarações e gestos do secretário-geral da organização, Ban Ki-moon, durante uma recente visita à região, considerados por Marrocos como “hostis e insultuosos”.

A missão dispõe agora de apenas 28 funcionários civis e, segundo a ONU, teve que limitar de forma muito importante as suas operações.

Ban, num relatório ao Conselho de Segurança, advertiu este mês de que encerrar ou limitar a MINURSO aumentaria o risco de guerra na ex-colónia espanhola e marcaria um precedente negativo para todas as operações de paz da ONU.

Fonte: EFE


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