sábado, 4 de agosto de 2012

"A intransigência de Marrocos leva a que possibilidade de um eventual regresso à guerra seja mais claro que nunca» — afirma Mohamed Abdelaziz



O Presidente da República Árabe Saharaui Democrática (RASD) e secretário-geral da Frente Polisario, Mohamed Abdelaziz, afirmou ontem em entrevista concedida ao diário basco GARA que as últimas ações de Rabat de “bloquear as negociações para a realização do referendo de autodeterminação levam a que o fator de um eventual regresso à guerra seja mais claro que nunca”.

A via armada continua latente.”Está na nossa agenda, nunca a descartamos, e podemos ter que regressar a ela em qualquer momento. A ONU reconhece o nosso direito a retomar as armas para defender a nossa terra da invasão estrangeira, neste caso de Marrocos. Por essa parte, seria uma guerra legítima, tanto moralmente como legalmente”, afirmou Mohamed Abdelaziz em declarações ao GARA.

O Presidente saharaui  e SG da Polisario analisou durante o seu encontro com aquele órgão de informação a situação atual do conflito saharaui.

Em resposta a uma pergunta do diário sobre as negociações entre as partes, M. Abdelaziz referiu que atualmente os contactos entre as partes estão parados “devido à posição intransigente de Marrocos, que decidiu abandonar qualquer negociação com o enviado pessoal do SG da ONU para a resolução do conflito. Abandonou a colaboração e o relacionamento com o enviado especial da MINURSO. Ante tal caso de intransigência, a credibilidade das Nações Unidas e, especialmente, do Conselho de Segurança está em jogo”.

Sobre a posição do atual executivo marroquino constituído após as últimas eleições, Mohamed Abdelaziz afirmou ao diário basco  que não “observámos nenhuma mudança na posição do Executivo alauita relativamente ao anterior Governo. Nem uma pequena mudança no que se refere à realização do referendo, nem no tema das negociações, nem no que diz respeito aos direitos humanos, nem no caso do roubo dos recursos naturais de que é alvo o nosso país.

Questionado sobre a posição do novo governo francês, o presidente saharaui referiu que a França apoiou desde o início Marrocos e que esta posição “não permite que os direitos humanos nos territórios ocupados pelo Exército alauita sejam supervisionados pela ONU nem deixa que o conflito possa tomar rumos de resolução, e que a referida postura conduziu a “muitas tensões na região da África do Norte e provoca o agudizar dos problemas em lugar de os melhorar”, afirma Abdelaziz.

“Creio que chegou o momento de o Governo francês optar por outro caminho no que respeita ao conflito do Sahara Ocidental, e também no que respeita ao norte de África; gostaríamos que corrigissem os erros que cometeram até agora. Deveriam respeitar as resoluções da ONU e cumprir com a legalidade internacional, afirma o presidente saharaui ao diário basco.

SPS

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