domingo, 30 de janeiro de 2011

Viagem secreta de Mohamed VI a Paris: para quê?

O prof. Carlos Ruiz Miguel, no seu blog "Desde El Atlantico" reflete sobre a intempestiva e inusitada viagem relâmpago do rei Mohamed VI e França.
A informação foi divulgada em exclusivo, pelo jornalista Ali Lmrabet: Mohamed VI viajara em segredo a París na noite de quinta para sexta feira. A notícia correu como pólvora e outras fontes foram acrescentando mais informações e dados. A questão central era: Por que razão viajara a Paris? Duass hipóteses se colocavam: ou é uma visita privada de turismo ao seu castelo de Betz ou é uma visita política para procurar apoio político numa situação difícil que se vive no mundo árabe
.


I. LA VISITA SECRETA DE MOHAMED VI A PARÍS
Ali Lmrabet ofreció su exclusiva en su "muro" de Facebook:

Exclusiva:
Según fuentes dignas de fe el rey Mohamed VI habría salido secretamente de Marruecos en la noche del jueves en dirección a Francia. Se encontraría actualmente en Francia para mantener discusiones igualmente secretas con el presidente Sarkozy sobre la situación en Marruecos.
Se han sacado tropas del Sahara para estar preparadas a intervenir en la capital (Rabat) y en Casablanca.
Estas informaciones han sido confirmadas por otras fuentes.


La información fue ampliada en dos páginas francesas (Rue 89 y Newsnours), en dos páginas marroquíes, una arabófona (Hespress) y otra francófona (Yabiladi), así como en una página española (El País).

Las tesis básicamente son dos:
1- Mohamed VI ha ido a negociar en secreto con Sarkozy.
2-Mohamed VI se ha ido de vacaciones a su castillo en Betz.

La tesis de las vacaciones es defendida por Ignacio Cembrero, en El País:

El rey Mohamed VI de Marruecos debe considerar que su país no se va a contagiar de las revueltas que recorren el mundo árabe. El viernes llegó al aeropuerto privado de Le Bourget (París) y de ahí se trasladó a su castillo de Betz, a 70 kilómetros al noreste de la capital francesa, donde pasa unos días de descanso, según fuentes conocedoras de su estancia. El castillo y las 70 hectáreas de terreno que le rodean fueron adquiridos por Hassan II en los años setenta.

Sin embargo, las otras páginas que han recogido la noticia rechazan esta hipótesis y sostienen que el viaje tiene otro motivo. Esta otra hipótesis está sugerida al final de la noticia de El País:

La web informativa marroquí Hespress señaló que Mohamed VI había viajado a Francia junto a una delegación mixta de altos cargos de seguridad y militares, además de consejeros reales, para analizar con las autoridades francesas la nueva situación en el Magreb tras la caída de Ben Ali
.
A mayor abundancia, la página Hespress añade que a Mohamed VI le acompañaron responsables militares y policiales marroquíes. Hespress confirma la tesis de Lmrabet sobre el desplazamiento de tropas y añade que se trataría de prevenir eventuales levantamientos populares.

II. LA INESTABILIDAD MARROQUÍ Y LOS APOYOS AL MAJZEN
El viaje secreto de Mohamed VI supone un rotundo desmentido a la afirmación de Jean-Marie Colombani de que Marruecos quedaría exenta de la revolución porque es una "monarquía multisecular que conjuga poder temporal y espiritual" .
Cualquiera recuerda que Hassán II sufrió dos atentados y varios levantamientos populares que sólo pude sofocar con un nivel de represión que, hoy en día, ni siquiera el lobby pro-marroquí consideraría aceptable.
Por una ironía de la historia, por cierto, el castillo de Mohamed VI se halla en un municipio, Betz, que está hermanado con el municipio marroquí de Sjirat, escenario de uno de los atentados contra Hassán II.

La página Newsnours no es tan optimista como Colombani sobre la "estabilidad" de Marruecos. Según informa, Sarkozy envió a su consejero personal Claude Guéant con un equipo de confianza para investigar en persona la situación de Marruecos al margen de los circuitos tradicionales de la diplomacia y los servicios secretos franceses.

El asunto se complica por varios motivos.
El viernes 28 de enero, mientras Mohamed VI estaba con Sarkozy, el presidente Obama hizo una declaración sobre Egipto, que, sin embargo, tiene consecuencias directas sobre Marruecos y el Sahara Occidental:

El pueblo de Egipto tiene derechos que son universales. Esto incluye el derecho a reunirse pacíficamente y el derecho de asociación, el derecho a la libertad de expresión y la capacidad de determinar su propio destino. Son derechos humanos. Y los Estados Unidos los defenderán en todo el mundo.

Esta declaración provocó el pánico en el lobby pro-marroquí.
Sarkozy, inmediatamente, se movilizó para buscar el apoyo del Reino Unido y Alemania en una "contra-declaración" que hablara SÓLO DE EGIPTO y tratara de impedir la extensión de los derechos humanos a otros países. La declaración conjunta de Sarkozy, Cameron y Merkel del día siguientesólo habla de los derechos del "pueblo egipcio".

La página francesa Newsnours sugiere que los USA, que han impulsado la revolución en Túnez y en Egipto, no han tomado aún una decisión sobre Marruecos. Según Newsnours, el lobby judío norteamericano desearía dejar a Marruecos al margen de la revolución democrática árabe para que Israel mantenga algún aliado en el mundo árabe.

La cuestión puede relacionarse también con la información, de Maghreb Confidentiel, de que Marruecos va a aceptar el Plan Baker. Algo que a ningún lector de este blog le debería extrañar, por cierto.

III. ¿DÓNDE ESTÁ ESPAÑA?

Barack Obama ya ha dejado claro que hay ciertos derechos que son universales.
Sarkozy parece que quiere que esos derechos no puedan ser disfrutados por marroquíes o saharauis.
¿Con quien está Rodríguez Zapatero?

"O Reino Unido apoia plenamente o direito do povo saharaui à autodeterminação»

O sub-secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, Alistair Burt, declarou sexta-feira, no decurso da sua intervenção na Câmara dos Comuns num debate sobre o Sahara Ocidental, que o governo do seu país "apoia plenamente" o direito inalienável do povo saharaui à autodeterminação.

"O Reino Unido apoia plenamente o direito do povo saharaui à autodeterminação e saúda os esforços do enviado pessoal do SG da ONU para o Sahara Ocidental, Christopher Ross, com via a encorajar as partes a empenhar-se num diálogo sem condições prévias", afirmou Alistair Burt

"O governo (britânico) adopta a posição do Conselho de Segurança da ONU, apelando a uma solução política justa, duradoira e mutuamente aceitável que preveja a autodeterminação do povo do Sahara Ocidental", acrescentou.

"A ausência de uma resolução para o conflito do Sahara Ocidental impede a integração regional e a cooperação em muitos domínios ", referiu o responsável britânico.

O Governo do Reino Unido apoia a ideia de um mecanismo independente de verificação da situação dos direitos humanos, afirmou Burt, que insistiu que sem um mecanismo independente raramente é possível dar seguimento as denúncias de violações de direitos humanos.

O Reino Unido continuará a garantir que os directos humanos e a dimensão humana do conflito permaneçam no centro do debate, inclusive durante as conversações sobre o mandato da MINURSO (Missão das Nações Unidas para o Referendo no Sahara Ocidental) no próximo mês de Abril, referi Alistair Burt.

Descobertos documentos com listas de desaparecidos saharauis: uma tragédia esquecida


Mulheres, crianças e anciãos saharauis constam da lista dos desaparecidos.

Um longo documento mantido em segredo revela o destino de centenas de pessoas desaparecidas desde 1958 até 1992 no Sahara Ocidental. Nos cárceres morreram também adolescentes e crianças. Duras críticas da comunidade internacional ao Governo de Marrocos.

A lista foi divulgado para surpresa geral, talvez inclusive por erro, a través de uma organização próxima do governo de Rabat, o Conselho Real Consultivo para os Direitos Humanos (CCDH), instituição criada para averiguar das violações contra os direitos humanos e promover a reconciliação nacional.

Trata-se de uma lista detalhada, terrível, que se manteve em segredo durante décadas e estaria destinada provavelmente a permanecer clandestina para sempre, já que contém os nomes e as histórias dos desaparecidos saharauis, 352 detidos e desaparecidos entre 1958 e 1992; combatentes das "gentes do deserto" lutando pela autodeterminação e a sobrevivência de uma comunidade que vive em condições deploráveis.

"O documento da vergonha”, segundo o definiu o jornalista Malainine Lakhlal recentemente em Itália num programa de ajuda humanitária da responsabilidade do CISP (Comité Internacional para o Desenvolvimento dos Povos), na região de Emilia-Romana, a cidade e o Centro para a Educação e a Ciência de Forlì.

Há milhares de nomes na lista, 352 dos quais, como se mencionou, são saharauis. E as histórias que ele revelam contam que há também dezenas de velhos, mulheres e crianças de quem nada se sabe há mais de trinta anos.

Crianças, sim, mas também adolescentes, e também bebés com as suas mães, mortos nos cárceres e campos de concentração de Agdez Kalaat Magoun: "Duas prisões de horror”, como as define Lakhlal, secretário da União de Jornalistas e Escritores Saharauis (UPES).

A Carta fala de 115 crianças que passaram pela prisão, 14 das quais morreram atr´+as das grades.

Aziza Brahim Sid, capturado com a sua mãe em 1976 — um ano depois da "gloriosa" Marcha Verde do Rei Hassan II — morrem em pouco tempo, já que não pôde resistir ao frio e morreu de fome em apenas três ou quatro meses.

Reguia Zahou, tinha 13 anos quando os soldados atacaram a aldeia onde vivia com o seu irmão Mohamed e a sua irmã Safia. Após sete meses, a sua saúde agravou-se, ao ponto de vir a morrer na prisão. Também Safia Mohamed de quem, desde esse dia, nunca mais se chegou a saber o paradeiro.

Walid El Mahfoud Belgadi tinha só dois anos em 1977, quando foi levado para a prisão juntamente com toda a sua família. Mantiveram-no Numa cela escura da base militar de Smara. Algum tempo depois a sua mãe foi posta em liberdade, mas ele já tinha morrido há alguns meses.

Mustapha, Mohamed Abderrahman, Horma, Taleb, Brahim, Bachir: diferentes nomes, histórias todas elas terrivelmente parecidas. Crianças e adolescentes sequestrados que morreram atrás das grades sem saber porquê.

Na lista estão também nomes de pelo menos onze mulheres, treze executados pelo tribunal marcial imediatamente após a "Marcha Verde" e centenas de desaparecidos pelos quais, durante anos, as organizações não governamentais de todo o mundo reclamaram em busca de justiça. Desde 1961 (o Sahara Ocidental estava ainda sob controlo espanhol) até 1992 houve pelo menos 191 mortes na prisão. Mas existe também uma longa lista de números, fria e implacável, com os caídas no campo de batalha, os deportados, os que permaneceram por uns dias no hospital depois dos combates, mas logo desapareceram ou deixaram de viver.

A associação Right Monitoring solicitou e obteve uma tradução do relatório que deveria ter permanecido escondido da opinião pública. Agora a lista está na net: "Ao longo dos anos — afirma — Marrocos foi acusado de uso sistemático de detenção e execuções extrajudiciais, especialmente contra aqueles que se opuseram à ocupação do Sahara Ocidental.

Isso foi negado categoricamente pelas autoridades marroquinas desde os anos noventa pelo Conselho Real Consultivo para os Direitos Humanos — os quais dizem que os direitos humanos se vão respeitando gradualmente, mas, sobretudo no Sahara Ocidental, o abuso continua a ser a norma."

"O documento está traduzido em Inglês, mas em breve estará disponível em outros idiomas — afirma Malainine Lakhlal — porque queremos que todo o mundo esteja ao corrente destes crimes, na esperança de que Ocidente, desta vez, decida realmente intervir em nome de um povo que só pediu para não ser colonizado."

Embaixador norte-americano John Bolton denuncia falta de progressos no Referendo do Sahara Ocidental


O ex-embaixador de EUA nas Nações Unidas, o republicano John Bolton, criticou ontem, sexta-feira, a falta de progressos no referendo do Sahara Ocidental, segundo informou a representação saharaui nos Estados Unidos.

Robert John Bolton, nascido em 20 de Novembro, 1948, advogado e diplomata americano que serviu várias administrações presidenciais, foi embaixador dos Estados Unidos nas Nações Unidas de Agosto de 2005 a Dezembro de 2006. Actualmente é membro do American Enterprise Institute (AEI), comentarista da Fox News Channel e conselheiro do escritório de advocacia Kirkland & Ellis, em Washington DC.

O diplomata falava num fórum organizado no Congresso dos EUA pela Fundação Fórum de Defesa para discutir as questões de segurança nacional que afectam os Estados Unidos.

"Perturba-me que não tenhamos conseguido levar a cabo um referendo no Sahara Ocidental depois de tantos anos de esforços para que, de uma maneira verdadeiramente democrática, o povo do Sahara Ocidental, possa expressar os seus pontos de vista sobre o que querem para o futuro do seu território", afirmou Bolton.

"É uma enorme tragédia e espero que não seja uma oportunidade perdida na região para demonstrar a legitimidade do que as instituições democráticas podem fazer", acrescentou.

John Bolton trabalhou com o ex-enviado Pessoal do SG da ONU para o Sahara Ocidental, James Baker, assim como embaixador dos EUA no Conselho de Segurança da ONU.
SPS)

sábado, 29 de janeiro de 2011

Breve Cronologia do Conflito do Sahara Ocidental

1956: Independência de Marrocos.








1961: Hassan II assume o trono de Marrocos.










1965>: A Assembleia-geral da ONU aprova a primeira resolução relativa ao Sahara pela qual Espanha tem que “adoptar imediatamente todas as medidas necessárias para a descolonização do território”.

1967: Criação do Movimento para a Libertação do Sahara. Foi duramente reprimido pelas autoridades espanholas.

1969
: Na Cimeira argelino-mauritano-marroquina o Sahara é declarado “matéria reservada” a Espanha. Pede-se a Espanha que resolva urgentemente o destino do Sahara “de acordo com as resoluções da ONU”.

1970: É fundado o Partido da Unidade Nacional Saharaui (PUNS), com o apoio de Espanha.











Manifestantes do PUNS e da Frente Polisario


1973: É constituída a Frente para a Libertação do Saguia el Hamra e Rio de Oro (Frente Polisario). A 20 de Maio tem lugar a primeira acção armada contra o posto de avançado espanhol de El Janga.












1974: Espanha elabora um censo para a eventual realização de um referendo de autodeterminação a ter lugar em inícios do ano seguinte. Em Setembro, Marrocos apresenta a questão ante o tribunal Internacional de Haya.

Tribunal Internacional de Haya








1975: A 16 de Outubro o Tribunal Internacional de Haya divulga uma decisão afirmando que o Sahara não é “terra de ninguém”, nem tem laços de soberania com Marrocos ou com a Mauritânia. Hassan II organiza a Marcha Verde. A 14 de Novembro são assinados os Acordos de Madrid, pelos quais Espanha se compromete a abandonar o Sahara antes de 28 de Fevereiro de 1976. A maior parte da até então colónia passa para o controlo e ocupação de Marrocos e um terço do território para a Mauritânia. A população saharaui foge para território argelino ante a entrada das tropas marroquinas e mauritanas e estabelece-se em acampamentos na região de Tindouf. Durante a evasão, as populações são bombardeadas pela aviação marroquina com bombas de fósforo e napalm.










1976: Espanha abandona o território. A 27 de Fevereiro a Frente Polisario proclama a República Árabe Saharaui Democrática (RASD) com o apoio da Argélia e de muitos países do chamado Terceiro Mundo. Marrocos rompe relações com a Argélia.

Proclamação da RASD nos acampamentos de refugiados saharauis






1979: Mauritânia, com o seu exército e economia esgotados por anos de guerra com os guerrilheiros saharauis, assina a paz com a Frente Polisario. Marrocos trata de invadir a totalidade do território. Envolvimento da Organização de Unidade Africana (OUA) na procura de uma solução pacífica para o conflito.
Avião marroquino abatido pelos guerrilheiros saharauis

1980: O exército marroquino inicia a construção de uma série de muros defensivos em torno do território ocupado.

1981: Na cimeira da OUA, Hassan II diz aceitar celebrar um referendo de autodeterminação do Sahara.

1982: O Estado Saharaui (RASD) é aceite como membro de pleno direito na OUA.

1984: Marrocos retira-se da OUA (organização de que foi fundador).

1988: A Assembleia da ONU aprova um plano de paz para o Sahara, que é aceite por Marrocos e pela Polisario. O plano contempla a realização de um censo à população que possa reunir as condições para participar no referendo de autodeterminação, tendo por base o censo de 1974 realizado ainda na época colonial espanhola.

1991: A 29 de Abril, a ONU cria a Missão para o Referendo do Sahara (MINURSO). Marrocos e a Frente Polisario subscrevem o plano de paz e o cessar-fogo sob a tutela da ONU. É acordado convocar um referendo de autodeterminação para o povo Saharaui que, todavia, até hoje, nunca se chegou a realizar.

1992: Em Setembro, Hassan II anuncia o seu desejo de converter o Sahara numa região de Marrocos.

1997: Acordos de Houston. A ONU nomeia o antigo secretário de Estado norte-americano James Baker como representante especial para o Sahara Ocidental com o objectivo de relançar o processo para o referendo de autodeterminação. Prevê-se que a celebração da consulta tenha lugar no dia 7 de Dezembro de 1998.

1999: Mohamed VI sucede ao seu pai, Hassan II, no trono de Marrocos.
Mohamed VI, o novo rei de Marrocos, irá encontrar no Governo espanhol do PSOE um inusitado aliado para as suas teses

2000: Face aos numerosos recursos apresentados por Rabat, a ONU anula de novo o referendo.

2001: A ONU descarta a autodeterminação do Sahara Ocidental e impulsiona a solução da autonomia sob administração marroquina. Em Novembro, Mohamed VI visita o Sahara. É a primeira visita de um rei marroquino visita o território desde que a ONU iniciou, em 1991, os preparativos de referendo de autodeterminação.

2002: Kofi Annan propõe pela primeira vez ao Conselho de Segurança a partição do território saharaui.

2003: Em Janeiro, Baker apresenta um novo plano. Propõe a realização de um referendo não antes de quatro anos e não depois de cinco, etapa durante a qual o território teria um estatuto de autonomia dentro de Marrocos e seria administrado por um Executivo e uma Assembleia Legislativa provisórios. Em Julho, o representante da Frente Polisario na ONU anuncia que o seu movimento estaria disposto a explorar o Plano Baker.

2004: Depois do fracasso dos seus planos, Baker pede a demissão. o Conselho de Segurança da ONU opta por manter a missão de paz, MINURSO, na região.

2005: Em Maio, realizam-se manifestações pacíficas a favor da independência nas principais cidades do Sahara ocupado que são violentamente reprimidas pelas autoridades marroquinas. É a chamada “Intifada” saharaui

2007: Em Abril, Marrocos e a Frente Polisario apresentam à ONU planos para o Sahara, o plano marroquino baseia-se na autonomia do território. O da Frente Polisario na realização de um referendo de autodeterminação.

2008: Têm lugar diversas rondas de negociações falhadas entre as partes. Marrocos insiste na via da autonomia, enquanto a Frente Polisario defendo o direito à autodeterminação.

2009: Em Agosto, a ONU promulga a resolução 1871 que insta as partes a retomarem as conversações oficiais.

2010: Em Novembro, uma grave confrontação volta a ser manchete dos principais jornais mundiais devido ao assalto e destruição por parte das forças militares e militarizadas marroquinas do acampamento da Dignidade Saharaui, um movimento de protesto que reuniu durante um mês mais de 20 mil cidadãos saharauis às portas de El Aiun, a capital do território. Marrocos é acusado de violação dos direitos humanos e censura aos meios de Comunicação Social. Em Dezembro, a Assembleia-geral da ONU aprova uma resolução que reafirma o direito inalienável de todos os povos à livre determinação e à independência. Marrocos e a Frente Polisario concluem sem progressos a sua última ronda de negociações sobre o Sahara na ONU.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

“O Governo espanhol está a levar a cabo uma campanha frenética contra o povo saharaui”


Bucharaya Beyun, membro da direcção nacional da Frente Polisario e delegado saharaui para Espanha, recebeu a jornalista Tatiana Escárrga, do jornal online www.portal.ajintem.com uns dias depois da última ronda de negociações entre a Frente Polisario e Marrocos, realizadas nos EUA. Beyun critica a postura espanhola face ao conflito e assegura que os saharauis estão dispostos a voltar às armas se não se realizar o referendo, através do qual os saharauis possam alcançar a autodeterminação. “A chantagem permanente que Marrocos exerce sobre Espanha é inadmissível”, afirma.

Realizou-se mais uma ronda encontros entre a Frente Polisario e Marrocos nos Estados Unidos, sob os auspícios da ONU mas, como sempre, não se avançou. Quais as suas expectativas relativamente a futuras conversações?
As reuniões não vão dar em nada porque quando Marrocos aceitou negociar não o fez com a vontade sincera de alcançar uma solução. Aqueles que apoiam Marrocos — Espanha incluída —, não queriam uma saída negociada, antes colocar o conflito sob o chapéu-de-chuva da ONU e, assim, obrigar a Polisario a aceitar as condições marroquinas, apesar do conteúdo da resolução falar de ir para negociações sem condições prévias. Estas reuniões têm por base a rejeição de Marrocos à realização de um referendo. A ONU criou a MINURSO, que é a missão para o realizar e foram feitos todos os trabalhos técnicos, inclusive um censo eleitoral para determinar quantos saharauis podiam votar. Determinou-se que eram cerca de 85 mil pessoas, das mais de 200 mil que se apresentaram como candidatas.

Mas a Ministra dos Negócios Estrangeiros de Espanha, Trinidad Jiménez, assegurou recentemente que para a Frente Polisario seria complicado estabelecer um censo eleitoral.
Isso é completamente falso. Não é verdade. É um argumento esgrimido para defender a tese marroquina de que o referendo não é possível por razões técnicas. Os impedimentos existentes são a falta de vontade política que tem Marrocos, confortado pelo apoio de Espanha e de França. O que disse a ministra não tem fundamento. Pergunto: porque razão a Espanha tem tanto medo que os saharauis possam escolher e decidir? Podem decidir até… ser marroquinos. Mas que lhes seja permitido decidir. As declarações de Trinidad Jiménez inscrevem-se dentro da frenética campanha que está a levar a cabo o Governo espanhol contra o povo saharaui.
A grande maioria dos terroristas do 11 de Março eram marroquinos.


Acha que Espanha teme Marrocos? Porquê?
Estou convencido de que Marrocos tem suficientes métodos de pressão e de chantagem sobre este governo e obriga-o a torcer o braço. Quais são essas formas de pressão? Não sei. O que sei é que as razões de Espanha não são convincentes. Fala-se sempre de interesses económicos. Quais? Espanha apenas tem umas 600 pequenas e médias empresas em Marrocos. Isso não é comparável com o volume de investimento da Repsol, Cepsa e Gas Natural na Argélia. Eu não acredito nos interesses económicos, Tão pouco é comparável com os interesses que a Espanha pode ter amanhã num Sahara independente. Interesses estratégicos? Marrocos sempre será uma zona de influência francesa em primeiro lugar, americana e só depois espanhola. Querem que Marrocos pare com a emigração ilegal, as drogas...Isso é uma espada de Damocles que sempre penderá sobre Espanha. É uma chantagem constante. E é inadmissível. Marrocos diz ser o muro de contenção do terrorismo. De qual? Do seu próprio terrorismo, do que está em Casablanca, em Marraquexe...O caldo do terrorismo está nas grandes cidades onde há injustiça, marginalização, desigualdade, discriminação e pobreza. É aí que tem origem o terrorismo. Segundo a imprensa espanhola, nos atentados do 11 de Março a maioria dos autores eram marroquinos. Acha que tantos marroquinos podem fazer algo sem que o seu governo esteja ao corrente? O terrorismo que Marrocos quer vender à Europa é o seu próprio terrorismo, porque a sua fronteira sul é o Sahara Ocidental, e no deserto não há terrorismo. Cada vez que Marrocos pressiona ou chantageia, Espanha cede. Não entendo como é que um Estado membro da OTAN e da UE, cede tanto ante uma monarquia feudal. Depois há os partidos políticos do Estado espanhol que sempre apoiam a independência

Os partidos políticos, como disse, apoiam a causa saharaui, mas apenas quando estão na oposição. Ao chegarem ao poder parece que se esquecem. Foi o caso do PSOE…
O PSOE, como partido, sempre esteve connosco. Quando ocorreu o desalojamento pela força do acampamento de Gdeim Izik vários governos autonómicos dirigidos por socialistas o condenaram. É a actual cúpula deste governo quem apoia a ocupação marroquina.

Crê que as palavras do Ministro da Presidência, Ramón Jáuregui, segundo as quais a Frente Polisario deve considerar a possibilidade de uma autonomia, reflectem a posição real do Governo?
É a demonstração material do compromisso deste governo com a tese marroquina. A campanha frenética de Espanha, através dos seus porta-vozes, deixa claro que Marrocos está numa situação difícil porque a sua proposta da autonomia é obsoleta. Espanha está-nos de novo a atraiçoar. Antes foi Franco, agora é o um governo socialista. É horrível. Querem hipotecar o direito do povo saharaui à autodeterminação, o que não vamos admitir. Não fizemos o antes, quando éramos mais débeis, sem meios, sem experiência, sem apoio internacional...Agora temos três dezenas de embaixadas, 83 países que nos reconhecem, somos membros da União Africana, temos um exército, homens suficientes para impedir que Marrocos consume a ocupação militar.

A confrontação bélica continua a ser uma opção para vocês...
Nunca a rejeitámos. Assinámos um cessar-fogo, não a paz ou um armistício. Fizemo-lo para criar as condições para o referendo. Se não, não teria sentido. Se a comunidade internacional não encontra uma solução aceite pelo povo saharaui não temos outro remédio que retomar as armas.

Esperavam com esta última crise mais apoio internacional, mais pressão sobre Marrocos?
Todo o mundo quer uma solução para o conflito de acordo com o direito internacional. Quem realmente o impede é, em primeiro lugar, a França com o seu direito de veto na ONU; e Espanha, que utiliza a sua ligação ao conflito vendendo a ideia de que o referendo não é a melhor solução.

EUA: com Obama "um papel mais aceitável"

E o papel dos EUA?
Passámos de um papel totalmente negativo com a administração Bush, que apoiava a tese marroquina, para um papel que considero mais aceitável com a administração de Obama, que não apoia Marrocos. Aceitamos o trabalho do mediador internacional, Chistopher Ross, que é americano e que propõe uma forma de negociar em que as partes discutam todas as alternativas sobre a mesa, porque antes só se queria forçar Polisario a discutir unicamente a proposta marroquina.

Enquanto prosseguem as negociações o conflito perpetua-se e o povo saharaui continua a viver em condições dramáticas...
É verdade que são condições difíceis, mas foram mais difíceis há 10, 20 ou 25 anos. Se já suportámos isso anteriormente, como não suportar agora que estamos muito melhor?

Em que é que estão melhor?
Melhorámos em tudo. As casas têm gás, placas solares, televisor, antenas parabólicas, as crianças vão à escola. É uma situação difícil mas é melhor do que no passado. Melhor até do que a que vivem outros povos africanos. Nos acampamentos ninguém pede esmola, porque todo a gente tem que comer, nem dorme em papelões nas ruas, como acontece em Madrid. Conseguimos que nenhum marido bata na sua mulher nem que a mate. Em muitos aspectos sociais, espirituais e morais estamos melhor que outras sociedades que são vítimas da droga, do alcoolismo e da violência de género.

Qual a situação nas zonas ocupadas?
Muitas coisas estão pior, como é o caso da educação, do trabalho.. Se a isso se acrescentar a repressão, a marginalização e a humilhação, podem imaginar como é insuportável.

Houve observadores internacionais que têm denunciado a repressão, as torturas...Nada parece ter mudado.
Marrocos persiste com a sua política de repressão e de violação dos Direitos Humanos, apesar dos relatórios de organizações como a Human Rights Watch e da Amnistia Internacional. E, inclusive, de ONG humanitárias marroquinas. O último relatório é da Fundação Robert F. Kennedy e nele estão patentes as torturas, a perseguição sistemática. A nossa batalha actual é que haja um mecanismo em todo o Sahara Ocidental que controle o respeito pelo Direitos Humanos, o que pedimos é que a Missão da ONU que está no território se encarregue disso. Mas Marrocos recusa esta opção. Procura impedir que ninguém vá para as ruas proclamar o seu direito à autodeterminação..

A situação que se vive nas prisões é extrema...
Há presos que esperam há mais de dez anos um julgamento. E as ameaças e os espancamentos são uma constante.

A fuga de jovens saharauis de barco para as Canárias esteve a ponto de provocar uma nova crise. O que acha da recusa do Ministério do Interior em conceder asilo a todos eles?
É uma situação que importa analisar muito bem. Desde o desalojamento do acampamento de Gdaim Izik, Marrocos está a levar a cabo uma espécie de limpeza étnica. Quer fazer desaparecer tudo aquilo que reflecte a identidade saharaui, seja o camelo, a jaima (tenda), o todo-o-terreno, os trajes de vestir. E por isso fazem circular a notícia que andam à procura de gente, e então obrigam-nos a sair, fazem vista grossa e a polícia não impede nada, até conseguem que lhes cobrem menos por viajar nas embarcações. É verdade quer alguns são perseguidos, a esses há que lhes dar a mão.. Outros não. Marrocos que simplesmente que se vão embora do território.

Os saharauis de origem Espanhola que residem aqui têm que enfrentar também o muro administrativo imposto pelo governo. Muitos, apesar de terem a nacionalidade espanhola, são tratados como cidadãos de segunda.
Nós, como Frente Polisario, o que pedimos a Espanha é que assuma a sua responsabilidade jurídica e política ante o conflito. Enquanto isso, cada saharaui é livre de ir aos tribunais e de lutar pelos seus direitos. É uma questão entre cada individuo e a administração espanhola.

A postura pacifista de Aminatu Haidar e de outros destacados activistas pode criar um certo distanciamento entre vocês…?
Travamos uma guerra porque nos a impuseram quando nos invadiram e tivemos que responder militarmente. Desejamos uma solução pacífica, mas se isso não chega, o que podemos fazer? Há muitos activistas que são pacifistas mas defendem a autodeterminação. Respeito-os a todos, são corajosos, bravos. Pagaram pelos seus ideais. Aminatu esteve quatro anos com os olhos vendados a maior parte do tempo, encerrada num lúgubre cárcere. Insisto, se a comunidade internacional não respeita o compromisso do referendo, que querem que façamos? Só nos deixam a possibilidade de ser marroquinos. E nem os próprios marroquinos querem sê-lo.

Porquê?
Porque o seu regime é pior que o tunisino.

As revoltas na Tunísia propagaram-se ao Egipto. Acha que poderão propagar-se a outros países?
Creio há condições em Marrocos para que isso aconteça, mais até do que na Tunísia. Aí havia uma classe média mais fortalecida, em Marrocos não, e, além do mais, há uma repressão terrível. Há muita pobreza, muita injustiça, muita miséria. O que ocorreu na Tunísia acontecerá noutros países. Em Marrocos luta-se pelo direito a comer. A riqueza está nas mãos de uma minoria e do rei.

As mulheres tem tido um papel muito activo na luta do povo saharaui...
Têm tido um papel muito importante. Durante os anos de guerra suportaram o peso da educação, saúde..São elas que estão em todo o lado. Mas não existem diferenças entre mulheres e homens e isso, comparado com o que acontece no mundo árabe, é um avanço enorme. Como disse, conseguimos que nenhum homem bata na sua mulher. E quando há divórcios são sempre elas que ficam com a casa. Eles têm que abandonar a residência.

E a situação dos menores? Dizia que tiveram grandes progressos mas em termos de infra-estrutura continua a ser dramático.
É dramático porque não compara com a quilo que vocês vivem.

Referia-me às condições de pobreza
A pobreza é moral. Aqui, no mundo ocidental, considera-se que o material é a felicidade. Lá, não temos a riqueza que têm aqui, e é verdade que há dificuldades, mas a ideia é criar uma infra-estrutura para assimilar os jovens que não têm trabalho. Impulsionámos a iniciativa privada e agora podem-se abrir oficinas para reparar veículos, móveis...E quanto ao problema sanitário faltam-nos muitos meios mas estamos ao nível dos países vizinhos. Trabalhamos muito na área da prevenção, e não temos muitas doenças com que os nossos vizinhos se confrontam . Contamos com a ajuda de comissões humanitárias de todo o mundo. Também há intervenções cirúrgicas que são feitas em Espanha.

Dá a sensação de que à margem do Governo a sociedade espanhola apoia completamente a causa saharaui . Como encaram essa situação?
A sociedade espanhola está muito ligada a nós porque percebe que a Espanha não levou a cabo uma boa descolonização. Por isso, muitos reclamam que o Estado espanhol se envolva na solução.

O actual embaixador de Marrocos em Espanha é saharaui. Foi dirigente da Frente Polisario e os seus antepassados lutaram contra a ocupação. Como analisa esta passagem para o «outro lado»?
Para mim este homem não acrescenta nem subtrai. Se um saharaui se passa para o lado do inimigo terá porventura os seus argumentos. Ele não é o primeiro nem o único. A história está cheia de homens assim. Olhe, por exemplo, Felipe González, que pronunciou um discurso maravilhoso no ano de 76 a favor dos saharauis e hoje defende Marrocos…

Peço-lhe um exercício de autocrítica. Em que é que se equivocou a Frente Polisario?
No início da nossa revolução cometeram-se erros. Prendemos a nossa própria gente, muitos a quem acusávamos de estar com o inimigo, e não era verdade. Mas fizemos “mea culpa” e não temos nenhum complexo em reconhecê-lo ante opinião internacional.

E a corrupção?
Corrupção há em todos os governos e em todos os países do mundo. Mas não temos a corrupção de que fala Marrocos. Uma coisa é o que faz um funcionário e outra coisa é a administração. Acusaram-nos de vender o apoio internacional. Mas as ONG estão presentes quando chega a ajuda e são elas que a recebem, armazenam e distribuem. Uma sociedade de anjos onde ninguém comete erros é utópico. Se uma ONG que está sobre o terreno denuncia, há que dar crédito, mas que o diga Marrocos...

Outro grande drama é a divisão de tantas famílias saharauis que estão nos acampamentos de refugiados e na zona ocupada e que não podem ver-se. Felizmente que o programa de visitas foi reactivado...
Sim, foi reactivado na sequência da última reunião em Nova Iorque. É um programa de intercâmbio de visitas supervisionado pela ONU, mas depois Marrocos começou a vetar algumas pessoas e então paralisámo-lo. Quem tem o critério para vetar é a ONU, não Marrocos. Esperemos que desta vez se respeitem os acordos.

Autor/a: Tatiana Escárraga / Equipo Ajintem
Fonte: www.portal.ajintem.com

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Missão Sindical Europeia no Sahara Ocidental



8 Centrais sindicais de vários Estados europeus estiveram durante 3 dias em El Aiun, capital do Sahara Ocidental

Uma delegação de sindicatos europeus composta pelas centrais sindicais de Espanha (CCOO, Confederación Intersindical, USO), Euskadi (ELA-STV), Galiza (CIG), França (CGT), Itália (CGIL) e Portugal (CGTP-IN), tendo por base os acordos alcançados sob proposta apresentada pela UGTSARIO na 36ª Conferência Internacional de Solidariedade com o Sahara Ocidental realizada em Novembro de 2010 em Le Mans, deslocou-se a El Aiun de 23 e 25 do actual mês de Janeiro.

Os objectivos desta missão internacional visaram mostrar a solidariedade com os trabalhadores e as trabalhadoras do Sahara Ocidental e o Povo Saharaui, e conhecer no terreno a actual situação nos territórios ocupados por Marrocos.

Durante estes dias tiveram lugar reuniões com a Confederação Sindical de Trabalhadores Saharauis (CSTS) — organização sindical não reconhecida pelo governo marroquino —, com trabalhadores da empresa OCP de fosfatos Fosbucraa e com várias associações saharauis defensoras dos direitos humanos.

Também se realizaram reuniões com o Governador de El Aiun, e com o Vice-Presidente do Conselho Municipal, o Presidente do Conselho Regional (Parlamento) e do Conselho Provincial de El Aiun.

Durante a visita, a Delegação sindical constatou a falta de liberdades políticas, sociais e sindicais da população e dos trabalhadores e trabalhadoras saharauis, a quem não se permite a criação de organizações, associações e sindicatos que não estejam submetidos às directrizes governamentais marroquinas. Recebemos testemunhos de que permanecem detidos mais de cem saharauis por terem participado no protesto do Acampamento de Gdeim Izik. Constatámos igualmente que a exploração dos recursos naturais saharauis tão pouco revertem em benefícios para a sua população (em criação de postos de trabalho, etc.). Queremos denunciar também o controlo policial a que fomos submetidos. A polícia marroquina seguiu-nos em todas as nossas deslocações, gravando e fotografando todas as nossas actividades.

A delegação sindical mostrou a sua solidariedade com os trabalhadores de Fosbucraa, que se manifestam desde há meses diante da sede da Direcção da Empresa, exigindo que lhes seja reconhecido os seus direitos resultantes dos contratos de trabalho firmados então com a empresa Fosbucraa, e que sejam indemnizados adequadamente pelos incumprimentos e discriminações que sofreram pelo facto de serem Saharauis.

Os sindicatos participantes nesta missão internacional expressam uma vez mais a sua solidariedade com o Povo Saharaui e exigem que se respeite o seu direito à autodeterminação através da realização do referendo reconhecido em inúmeras resoluções das Nações Unidas e reiteradamente não cumpridas pelo reino de Marrocos. Instamos a União Europeia a que tenha em conta estes princípios nas suas relações com Marrocos, suspendendo o Estatuto Avançado que com esse Estado mantém. Exigimos ao governo espanhol, potência administradora do território, segundo a legislação internacional, que exerça uma política de neutralidade activa, posta sistematicamente em causa pelas declarações favoráveis às teses marroquinas da Ministra de Negócios Estrangeiros e do Ministro da Presidência.

- CC.OO. Espanha
- Confederación Intersindical. Espanha
- USO. Espanha
- ELA-STV. Euskadi
- CIG. Galiza
- CGT. França
- CGIL. Itália
- CGTP-IN. Portugal


26 de Janeiro de 2011

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Frente Polisario acusa Espanha de apoiar Marrocos

Trinidad Jimenez avistar-se-à com a Secretária de Estado Hillary Clinton

A Frente Polisario acusou hoje a Espanha de apoiar Marrocos, que se opõe à independência do Sahara Ocidental, afirmou em declaração enviada à AFP Salem Ould Salek, responsável pela diplomacia do movimento independentista saharaui.

A ministra espanhola dos Negócios Estrangeiros, Trinidad Jiménez, oferecera segunda-feira a ajuda de Espanha para resolver o conflito no Sahara Ocidental.

Para Ould Salek, "a ministra dos Negócios Estrangeiros tem multiplicado as declarações relativas ao Sahara Ocidental, as quais demonstram com clareza que o seu país tem deixado totalmente de lado a defesa da legalidade internacional, colocando-se ao lado da defesa da tese do ocupante marroquino".

"Dizer que o referendo de autodeterminação é algo de superado ou difícil de concretizar é adoptar integralmente a tese de Marrocos, que só quer confiscar o direito do povo saharaui a dispor de si próprio, determinando em seu lugar o seu futuro", salientou.

Para Ould Salek, sendo "a potência colonial administradora" do Sahara Ocidental, Espanha "é responsável pelo drama que vive o povo saharaui desde 1975", quando foi anexado por Marrocos.

Após reunir-se com o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-Moon, e o seu enviado Pessoal para o Sahara Ocidental, Christopher Ross, em Nova Iorque, a ministra Trinidad Jiménez afirmou que "Espanha está preparada para aportar a sua ajuda à ONU e às duas partes para chegar a um entendimento justo e duradouro".

"É um conflito difícil que persiste há anos. Há que encontrar a maneira de o resolver", acrescentou Jiménez.
(AFP)

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Delegação sindical europeia visita El Aiún para apoiar as reivindicações dos trabalhadores saharauis


El Aiun: Trabalhadores de Fosbucraa e suas famílias manifestam-se frente à sede da empresa.

Uma delegação de sindicalistas de Espanha, Portugal, França e Itália encontra-se em El Aiún, capital da antiga colónia espanhola do Sahara Ocidental, para apoiar as reivindicações dos trabalhadores saharauis.

A delegação, formada por representantes de Comisiones Obreras (CCOO), Confederación Unión Sindical Obrera (USO), Confederación Intersindical Galega (CIG), Euskal Sindikatua (ELA) e Confederación Intersindical (Espanha), CGTP (Portugal), CGT (França) e CGIL (Itália), manifestam assim o seu apoio concreto às reivindicações dos ex-trabalhadores das minas de Fos Bucraa para que lhes seja reconhecido no computo da sua antiguidade os anos de laboração quando a empresa era propriedade espanhola.

Fos Bucraa foi criada com investimentos do Instituto Nacional de Industria espanhol no início da década de 1970 com a intenção de explorar as enormes jazidas de fosfatos do Sahara Ocidental. No entanto, a exploração nunca chegou a ser rentável devido à saída precipitada de Espanha e a imediata invasão marroquina, assim como pelos ataques dos guerrilheiros da Frente Polisario.

Os representantes das oito centrais sindicais manifestaram o seu reconhecimento e apoio à Confederação Sindical Saharaui (CSTS). "Entre outras reivindicações, as trabalhadoras e trabalhadores reclamam o reconhecimento do tempo de trabalho quando a empresa ainda contava com capital espanhol, o que é determinante no momento de estabelecer as condições de reforma e o cálculo das correspondentes pensões", explica a Confederación Intersindical Saharaui em comunicado.

A delegação sindical europeia reclama igualmente o fim da discriminação dos saharauis em favor dos colonos marroquinos quando é hora de admitir novos postos de trabalho, e que "não sejam relegados apenas a trabalho de precariedade ".
Europa Press

quinta ronda de conversações informais entre Frente Polisario e Marrocos sem resultados

Christopher Ross, enviado pessoal do SG da ONU para o Sahara Ocidental

Frente Polisario e Marrocos concluíram ontem, Domingo, a quinta ronda de contactos informais sobre o conflito do Sahara Ocidental sem que tenha havido acordos concretos. Apenas a marcação de uma reunião para o próximo mês de Março. Segundo o enviado pessoal do SG da ONU para o Sahara Ocidental, cada delegação apresentou as suas propostas sem que tenham sido aceites pela parte contrária.

Ambas as delegações apresentaram e debateram de forma preliminar ideias concretas que serão abordadas e desenvolvidas na próxima ronda de diálogo informal no mês de Março, refere o comunicado da ONU.

Ross assegurou que, tal como ocorreu em encontros anteriores, as discussões tiveram lugar numa atmosfera de sério compromisso, franqueza e respeito mútuo.

As partes congratularam-se com o reinício, há cerca de duas semanas, de um programa de viagens aéreas para o reencontro de famílias saharauis radicadas no território ocupado por Marrocos e nos acampamentos de refugiados na Argelia e separadas há mais de 35 anos.

Foi igualmente decidido que Frente Polisario e Marrocos se voltarão a reunir no início de Fevereiro em Genebra com o departamento do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) para reanalisar a execução do plano de acção para a implementação de medidas de confiança.

Nessa ocasião, as partes abordarão os progressos necessários à reactivação das visitas familiares por via terrestre, precisa o comunicado de Ross.

Recorde-se que os contactos informais sob o patrocínio da ONU tiveram início em Viena de Áustria em Agosto de 2009 e prosseguiram em Nova Iorque em Fevereiro, Novembro e Dezembro de 2010.

A ONU tem o compromisso de realizar um referendo sobre a autodeterminação do povo do Sahara Ocidental, ex-colónia espanhola até 1975, ano em que foi ocupada militarmente por Marrocos e pela Mauritânia. Este último país retirou-se do conflito em 1979 e reconhece actualmente a República Saharaui.

Com esse objectivo, a ONU instituiu em 29 de Abril de 1991 uma missão para a realização do referendo no Sahara Ocidental (MINURSO) integrada actualmente por 230 efectivos oriundos de mais de 20 países.

Há um mês, a Assembleia-geral da ONU aprovou uma resolução sobre o conflito que reafirma "o direito inalienável de todos os povos à livre determinação e à independência".

O presidente da delegação negociadora saharaui , Jatri Adouh reiterou no final das conversações a necessidade de pôr fim às violações dos direitos humanos por parte do regime de ocupação marroquino e estabelecer a abertura dos territórios ocupados aos observadores internacionais para que as negociações sobre o conflito do Sahara Ocidental possam vir a ter êxito.

Em declarações à imprensa, Jatri Adouh afirmou que "a Frente Polisario insistiu na necessidade de que se impulsionem negociações reais e construtivas, a libertação de todos os presos políticos saharauis em cárceres marroquinos e a abertura do território aos observadores internacionais".

"Uma vez mais foi possível comprovar que Marrocos continua com a sua intransigência em iniciar negociações reais visando aplicar aquilo que tem sido reiterado em várias ocasiões pela comunidade internacional", lamentou o dirigente saharaui.

A delegação saharaui solicitou à ONU o envio de uma missão de investigação para comprovar sobre o terreno a repressão que se exerce nos territórios ocupados, em particular após o sangrento assalto do exército de ocupação ao acampamento de Gdeim Izik, a 8 de Novembro passado, e a posterior repressão em El Aiún, capital ocupada do Sahara Ocidental.

Para além de Jatri Adouh, a delegação saharaui à quinta ronda de conversações informais era integrada por Mhamed Jadad, representante saharaui junto da MINURSO e Ahdem Bujari, representante da Frente Polisario nas Nações Unidas. (SPS)

domingo, 23 de janeiro de 2011

Centro Robert F Kennedy (CRK) denuncia escalada de abusos, torturas e prisões arbitrárias no Sahara Ocidental


O Centro Robert F Kennedy (CRK), encontrou evidências de uma escalada de abusos, torturas, prisões arbitrárias e repressão de civis por parte das forças do Governo de Marrocos no Sahara Ocidental ocupado durante uma recente visita a El Aiún realizado pelo CRK para a Justiça e os Direitos Humanos.

Indícios de repressão, restrições à liberdade de expressão, tortura, marginalização económica e social dos saharauis, violação dos direitos humanos que é "patrocinada pelo Estado marroquino", algo que reforça a necessidade de uma investigação imparcial de vigilância internacional dos direitos humanos.

Durante a viagem que realizou ao território a missão do Centro RFK esteve reunida com mais de duas dezenas de vítimas de abuso, tortura, detenções e seus familiares. "As contínuas violações de Direitos Humanos, e o aumento da violência resultante do desmantelamento do acampamento de Gdeim Izik é alarmante", afirma Monika Kalra Varma, Directora do Centro RFK para os Direitos Humanos, que acrescenta: "Há esmagadores indícios de abusos, perseguição, tortura e violência antes e depois, pelo que Aminetou Haidar e os seus companheiros saharauis defensores de direitos humanos realizam um trabalho sujeito a grande risco pessoal nessas condições".

"O facto de que não haver um mecanismo internacional de acompanhamento dos Direitos Humanos, à medida que piora a situação no Sahara Ocidental é inaceitável", afirma Monika Varma, que afirma que o Centro desde há muito tempo vem fazendo apelos ao Conselho de Segurança das Nações Unidas para que seja incluída a vigilância dos direitos humanos nas atribuições da MINURSO, de modo a que esta supervisione o respeito pelos Direitos Humanos no Sahara Ocidental e nos acampamentos de refugiados saharauis.

"Espero que depois da visita da missão do Centro RFK ao Sahara Ocidental, a organização seja capaz de fazer luz sobre a alarmante situação dos directos humanos no território do Sahara Ocidental sob ocupação de Marrocos ", afirmou a activista Aminetou Haidar, "É necessário um forte apoio dos Estados Unidos e da comunidade internacional para pôr fim ao sofrimento do povo saharaui".

O Centro Robert F Kennedy divulgará em breve um relatório detalhado sobre a sua visita de observação.

Aminetu Haidar, ganhadora em 2008 do Prémio de Direitos Humanos Robert F. Kennedy, acompanhou a delegação do Centro que esteve no território entre 11 e 14 de Janeiro..

A delegação integrava a Directora Executiva do Centro RFK Lynn Delaney, a directora do Centro para os Direitos Humanos, Monika Kalra Varma, e a representante da Assistência Jurídica (Advocacy) Mary Beth Gallagher. A delegação do Centro esteve soba a vigilância constante por parte de polícias uniformizados e à paisana. (SPS)

Polisario reúne com o PSOE e com o PP para explicar a situação do Sahara Ocidental


Bucharaya Beyun, delegado da Frente Polisario em Espanha

A Frente Polisario reunirá com o Partido Popular, de Mariano Rajoy, em data próxima, para além do encontro já marcado com o PSOE para o dia 14 de Fevereiro. A intenção é expor e explicar a situação no Sahara Ocidental e pedir às autoridades de Espanha e partidos políticos do Estado espanhol que defendam a legalidade internacional para que se possa realizar um referendo na ex-colónia espanhola.

Los contactos con PSOE y PP formarán parte de una ronda de contactos que se extenderá al resto de fuerzas políticas, según ha señalado a Efe el delegado del Polisario en España, Bucharaya Beyun.

El objetivo es informar en qué punto se encuentra el contencioso con Marruecos y la evolución de las negociaciones entre las partes auspiciadas por la ONU, cuya quinta ronda se está celebrando en Nueva York.

El Polisario también quiere dar cuenta de la situación del pueblo saharaui después de lo ocurrido en El Aaiún tras el desalojo del campamento de protesta de Gdaim Izik el pasado 8 de noviembre.

El PSOE anunció el pasado viernes que su reunión con el Polisario pretende contribuir al "entendimiento" entre las partes en conflicto por la soberanía del Sáhara Occidental.

Beyun ha corregido al PSOE y ha negado que ése vaya a ser el objetivo del encuentro, al que asistirá el secretario de Organización del PSOE, Marcelino Iglesias.

Lo que el Polisario va a pedir a los socialistas, ha puntualizado, es que "aclaren si están a favor de la legalidad internacional y de la celebración de un referéndum o de la ocupación marroquí".

La ministra de Asuntos Exteriores, Trinidad Jiménez, aseguró el pasado jueves que había que ser "conscientes de la dificultad" de que se pudiera convocar una consulta en el Sáhara Occidental como vía para solucionar el conflicto.
Beyun ha recordado que tanto el Congreso como el Senado aprobaron a finales del pasado año sendas mociones con el apoyo de todos los grupos parlamentarios en las que se defendía el derecho a la autodeterminación de los saharauis.

En el caso del Senado, se hablaba expresamente de que este derecho debía ejercerse "sólo y en exclusiva" por medio de un referéndum "libre, justo, imparcial y bajo tutela y dirección" de la ONU.

El texto del Congreso, votado el 2 de diciembre, tres días después que en la Cámara Alta, no citaba el plebiscito, pero abogaba por "la expresión libre y auténtica de la voluntad del pueblo saharaui", de acuerdo con los principios de la Carta de las Naciones Unidas.

En ambas mociones hubo una "condena" a los incidentes violentos ocurridos en el desalojo del campamento de El Aaiún, sin responsabilizar directamente a Marruecos.EFE

sábado, 22 de janeiro de 2011

Forças de ocupação marroquinas reprimem de forma brutal pacífica manifestação de mulheres saharauis – denuncia a AFAPREDESA


Said Sid Ahmed Abdelouhab Danber, o jovem assassinado

Uma centena de mulheres organizou, em El Aiún, durante a tarde de ontem, 21 de Janeiro, uma pacifica concentração sentada frente à casa da família do jovem Said Sid Ahmed Abdelouhab Danber, assassinado, no dia 23 de Dezembro de 2010, com dois tiros (um no peito e outro na cabeça) por um polícia marroquino. As mulheres queriam manifestar o seu apoio às reivindicações da de família que luta por conhecer toda a verdade acerca do vil assassinato do jovem saharaui, assim como reclamar um processo judicial contra o responsável do crime e receberem as sanções legais correspondentes.

Logo após o início da manifestação, às 17H30, e não obstante o seu carácter pacífico, o protesto foi violentamente reprimido por uma forte carga policial conhecido por “esquadrão da morte”.

Este contingente da polícia marroquina está sob o comando do tristemente célebre torturador, Mohamed El Hosseini, conhecido por Moustache, que participou pessoalmente na brutal agressão contra as mulheres indefesas.

Segundo informações chegadas ao conhecimento da Associação de Familiares de Presos e Desaparecidos Saharauis (AFAPREDESA), várias mulheres ficaram feridas, algumas com gravidade, entre elas estão:

Mariam Danber, irmã do jovem assassinado, com ferida grave na cabeça.

Khira, mãe do jovem assassinado, com perda de conhecimento.

El Baghia Haddi, com feridas no tórax e fractura da mão esquerda.

Toumana Daida, ferida nas costas.

Salka Ment Abdejalil, ferida nas costas.

Niha El Kotb, ferida no braço direito.

Cabe recordar que as autoridades marroquinas impediram a mãe e os familiares de ver o cadáver do jovem assassinado e impuseram o seu enterro sem a abertura de qualquer tipo de investigação sobre o crime. O polícia assassino continua à solta perpetuando a impunidade de todos os responsáveis marroquinos de graves e sistemáticas violações de direitos humanos, desde 31 de Outubro de 1975, data do inicio da invasão do Sahara Ocidental por Marrocos.

Associação de Familiares de Presos e Desaparecidos Saharauis (AFAPREDESA) segue com grande preocupação a persistência das graves violações de direitos humanos pelas forças marroquinas contra a população civil saharaui nos territórios ocupados do Sahara Ocidental.
AFAPREDESA

Jovem saharaui imola-se pelo fogo na cidade ocupada de Smara


Um jovem saharaui imolou-se ontem pelo fogo para protestar contra a sua má condição de vida, ficou com queimaduras mas desconhece-se ainda o grau da sua gravidade.

Mohamed Lamine Ould Salek Ould Said Mahmoudi, nascido em 1971, casado e pai de três filhos, imolou-se pelo fogo ontem, dia 21 de Janeiro de 2011 diante da sede da Prefeitura de Smara / Sahara Ocidental, segundo testemunhas que presenciaram a cena.

A tentativa de suicídio do jovem foi como que um grito de desespero, após toda uma semana de protesto diante do edifício-sede provincial marroquina de Smara contra as suas deploráveis condições de vida. Mohamed Lamine despejou gasolina sobre o seu corpo e imolou-se pelo fogo depois de ter perdido toda a esperança de resposta às suas súplicas pelo Estado marroquino.

Esta tentativa de suicídio, que se insere numa vaga de tumultos sociais que tem como pano de fundo o desemprego e a precariedade das condições de vida foi desencadeada, em Outubro passado, pelo êxodo de milhares de saharauis para o acampamento de protesto de Gdeim Izik e leste da cidade de El Aiun. Tratou-se da mais vasta acção de protesto da população saharaui desde que o território foi invadido por Marrocos em 1975, e tem na sua origem a política sistemática de marginalização e negação dos direitos sociais da população resultante da não aplicação do direito internacional sobre a questão da exploração dos recursos e riquezas naturais do seu país, o Sahara Ocidental.

O Comité de Defesa do Direito de Autodeterminação do Povo do Sahara Ocidental (CODAPSO) foi informado que Mohamed Lamine Mahmoudi foi transferido de urgência para o hospital provincial da cidade onde recebeu os primeiros socorros antes de ser levado para destino desconhecido pela polícia marroquina sem que tenha recebido o tratamento e os cuidados médicos necessários.
Codapso

Encontro Marrocos Polisario em Manhasset: A Frente Polisario vai com o "mesmo espírito de cooperação sincera" – afirma Ahmed Boukhari

O representante da Frente Polisario junto da ONU, Ahmed Boukhari, afirmou hoje que a delegação saharaui participará na 5.ª reunião informal com Marrocos com o "mesmo espírito de cooperação sincera" com a ONU”, estando como sempre "profundamente defensora dos direitos sagrados do povo saharaui à autodeterminação e à independência''.

A delegação saharaui que participa nesta quinta reunião informal com Marrocos é composta pelo presidente do Conselho Nacional (Parlamento) da Repíblica Árabe Saharui Democrática (RASD), Khatri Addouh, pelo coordenador saharaui com a Missão das Nações Unidas para a Organização do Referendo no Sahara Ocidental (Minurso), M'hamed Khaddad, e pelo representante da Frente Polisario na ONU, Ahmed Boukhari.



''La délégation sahraouie prend part à cette 5ème réunion informelle avec le même esprit de coopération sincère avec les efforts de l'Envoyé personnel du Secrétaire général des Nations Unies pour le Sahara occidental, Christopher Ross, tout en étant profondément attachée aux droits sacrés de notre peuple à l’autodétermination et à l’indépendance'', a-t-il déclaré à l'APS.

M. Boukhari a fait remarquer que cette réunion entre le Front Polisario et le Maroc se tiendra dans des "circonstances tout à fait particulières", expliquant que la "répression sanglante" menée en novembre dernier par les forces d'occupation marocaines contre le peuple sahraoui au camp de Gdeim Izik "n’a fait que prouver à la communauté internationale que notre peuple reste attaché à son droit à la liberté et à l’indépendance".

Pour lui, le "succès du déroulement du référendum d’autodétermination du Sud-Soudan tenu du 9 au 15 janvier en cours démontre le bien fondé de notre attachement à la voie référendaire comme la voie la plus démocratique pour répondre aux aspirations légitimes d’un peuple de décider de son avenir". "Il s’agit-là de deux messages forts d’une portée politique très significative'', a-t-il affirmé.

Par conséquent, a-t-il soutenu, ''toutes ces circonstances nationales et internationales plaident pour une implication majeure du Conseil de sécurité de l’ONU en faveur de la protection des droits de l’homme dans les territoires sahraouis occupés et pour la réactivation du processus d’application du plan de règlement de 1991 et des accords de Houston de 1997 qui sont les seuls accords acceptés par le Front Polisario et le Maroc et endossés par le Conseil de sécurité.''

M. Boukhari a souligné dans ce contexte que ces instruments de l'ONU ''appellent à l’organisation d’un référendum d’autodétermination pour le peuple sahraoui qui a les mêmes droits à s’autodéterminer que ceux de la Namibie en 1989, du peuple du Timor-Est en 2000 et du Sud-Soudan en 2011''.

Le responsable sahraoui a observé, par ailleurs, que les derniers événements politiques qui ont eu lieu en Tunisie "offrent une nouvelle occasion au Maroc pour se débarrasser d’un projet expansionniste sans lendemain qui a hypothéqué l’avenir du pays, entaché profondément sa crédibilité internationale et semé la méfiance et la tension dans notre région".

Dans ce sens, il a estimé que "se débarrasser de ce fardeau sur la base de la légalité internationale pertinente permettrait au Maroc de mettre fin à cette hypothèque et, par voie de conséquence, de mieux répondre aux aspirations socio-économiques et démocratiques du peuple marocain".

A ce propos, il a indiqué que les autorités marocaines "tentent depuis longtemps de faire croire au peuple marocain que nous sommes l’ennemi à abattre. En fait, nous sommes l’ami indispensable qui a évité toujours d’insulter l’avenir. Tôt ou tard, le peuple marocain prendra conscience de la vérité historique''.

Le Maroc et le Front Polisario avaient engagé en juin 2007 des négociations directes, sous l'égide de l'Onu, avec quatre rounds qui avaient eu lieu à Manhasset, et quatre réunions informelles à Vienne (Autriche) et à Manhasset.

En application de la Déclaration sur l’octroi de l’indépendance aux pays et aux peuples coloniaux, l’Assemblée générale de l’ONU avait adopté en décembre dernier la résolution appuyant le processus de négociation en vue de parvenir à une "solution politique juste, durable et mutuellement acceptable qui permette l’autodétermination du peuple du Sahara occidental''.

Louant les efforts déployés à cet égard par le Secrétaire général et son Envoyé personnel, l’Assemblée générale de l'ONU avait demandé à la quatrième commission onusienne chargée de la Décolonisation de continuer à suivre la situation au Sahara occidental.

(SPS)

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Relatório marroquino confirma a morte de 352 saharauis. Reacção saharaui


O Conselho Real Consultivo para os Direitos Humanos (CCDH) de Marrocos confirma em relatório a morte de 352 desaparecidos saharauis de 1958 a 1992. Deles, mais de 200 morreram em bases militares e centros secretos de detenção, incluindo menores.

A afrol News teve acesso a uma tradução em inglês do relatório do CCDH, cuja elaboração ficou concluída em Dezembro de 2010, mas que não era suposto chegar à opinião pública.

Marrocos tem sido acusado durante anos da prática sistemática de detenções extrajudiciais e assassinatos, especialmente contra todos aqueles que se opõem à ocupação do Sahara Ocidental. Isso sempre foi negado categoricamente pelas autoridades marroquinas.

Desde a década de 1990, porém, os direitos humanos foram sendo gradualmente mais respeitados em Marrocos, em particular depois do actual monarca, Mohamed VI, ter chegado ao trono em 1999. Desde então, foram criadas instituições, como o CCDH, e foi permitido indagar dos abusos antes de promover a reconciliação nacional. Mas no caso concreto dos territórios ocupados do Sahara Ocidental, as violações dos direitos humanos, incluindo os desaparecimentos, continuam a ser a norma habitual.

O relatório do CCDH revela o caso de 352 saharauis, identificando-os, e cujo paradeiro se desconhecia desde há décadas. Ou morreram em combate ou foram assassinados em centros de detenção.

Destes, 144 saharauis morreram em combate militar, segundo o relatório, que no entanto não dá detalhes sobre as circunstâncias da sua morte. As famílias destes saharauis mortos em combate, até ao momento, não foram informadas da morte ou enterro dos seus familiares.

A maioria dos saharauis mencionados no relatório marroquino morreu durante a sua detenção, sem ter tido qualquer julgamento prévio. Cerca de 115 pessoas morreram em várias bases militares marroquinas, entre elas 14 menores com idades compreendidas entre os 3 meses e os 15 anos. 13 pessoas foram executadas por um tribunal marcial em 1976.

O restantes "desaparecidos" saharauis morreram em centros de detenção de civis, tanto em prisões ordinárias marroquinas como em centros secretos de detenção, habituais naquela época. O relatório descreve como estes presos, na sua maioria, morreram na sequência de maus tratos durante o seu cativeiro ou transporte.

Também as famílias destas vítimas não receberam, até ao momento, qualquer tipo de informação sobre o paradeiro ou o estado dos seus familiares. Os presos mortos foram enterrados, na generalidade dos casos, dentro das prisões, sem o conhecimento dos seus familiares.

A investigação do CCDH vai até 1992. Naquele ano, 261 saharauis detidos foram libertados, muitos dos quais tinham passado mais de dez anos em centros secretos de detenção, sem terem passado por qualquer processo judicial. Alguns destes sobreviventes serviram de informadores aos funcionários do CCDH na elaboração do relatório.

As primeiras reacções saharauis a este indirecto reconhecimento marroquino dos abusos de direitos humanos foram negativas. Abdeslam Omar Lahsen, líder de uma associação saharaui de familiares de desaparecidos, disse que o relatório documenta que foram cometido "crimes de lesa humanidade" e exige que um tribunal internacional investigue o caso.

"Longe de curar feridas, este reconhecimento por parte de Marrocos reabre o caso das vítimas de desaparições forçadas", afirma Lahsen através de comunicado. E acrescenta que Marrocos continua "mantendo a impunidade dos autores dos crimes de lesa humanidade cometidos contra o povo saharaui".

afrol News, 19 de Janeiro

DECLARAÇÃO

No Domingo 9 de Janeiro de 2011, em El Aaiun ocupado, reuniu-se o Comité de Familiares de Desaparecidos Saharauis. Na reunião foi examinado o conteúdo do último relatório elaborado pelo Conselho Consultivo de Direitos Humanos, sobre as conclusões da Comissão que segue as recomendações da Instância Equidade e Reconciliação em relação aos assuntos pendentes para as vítimas de desaparição forçada.

Condenam o tratamento recebido pelas famílias por parte do Conselho e, anteriormente, pela Instância Equidade e Reconciliação, desde a comunicação do relatório dos saharauis sequestrados. Também condenam a forma como foram anunciadas as conclusões do Conselho sobre os seus familiares, já que as famílias conheceram o relatório através da Internet, o que constitui um desprezo pelo sofrimento destas famílias. Deveriam ter sido chamados de maneira formal para lhes informar das investigações, o que constitui também uma aparente contradição com a lei básica que regula o Conselho e a Comissão, assim como uma transgressão às promessas feitas à famílias pela antiga Instância. Após a leitura do relatório, as famílias saharauis afirmam o seguinte:

1- O relatório foi aprovado, no que respeita aos sequestrados saharauis em paradeiro desconhecido, na sequência dos testemunhos das famílias e da vítimas de desaparecimento forçado que se realizou durante a visita à região, no ano de 2004, sem que tenha havido um trabalho sério na investigação.
2- Segundo o relatório, fala-se do caso de 13 saharauis que foram condenados à morte, sem que se dêem outros detalhes, tais como: número de expediente, data do julgamento, etc.
3- Existem contradições nos dados contidos no relatório sobre os saharauis se comparados com a resposta que o Estado marroquino deu ao Grupo de Trabalho sobre Desaparições Forçadas ou Involuntárias das Nações Unidas há anos atrás.
4- No relatório figuram alguns casos de mortes, enquanto que as famílias confirmam que ainda estão vivos, refutando as afirmações do Conselho.
5- Em 2006, a ASVDH, depois de terem sido encontrados restos humanos no deserto, enviou uma carta ao Conselho e à Comissão solicitando uma investigação, mas a dita petição nunca obteve qualquer tipo de resposta.

Comité de Familiares de Desaparecidos saharauis.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

CODAPSO: situação dos presos políticos saharauis em prisões marroquinas


A situação dos presos políticos saharauis na prisão negra de El Aaiún / Sahara Ocidental, como na prisão local de Salé (Rabat)/ Marrocos, é catastrófica e inquietante, e requer e impõe uma reacção internacional urgente. Particularmente, nos casos de presos que são expostos diariamente às mãos dos guardas de ambos os centros penitenciários.

A imensa maioria dos saharauis detidos declararam a sua vulnerabilidade a formas diversas de tortura, violação, tratamentos degradantes e ofensa à dignidade do homem por parte da polícia durante o período de detenção provisório nos centros de interrogatório em El Aaiún, por um lado; e, por outro, pela sistemática política racista por parte da administração geral do departamento das prisões e da reinserção marroquina; segundo o testemunho de dois dos advogados defensores: Rguibi Lahbib e Bazaid Lehmad após as sua visita a presos na prisão local de Salé, durante a qual divulgaram que sete (7) presos saharauis haviam sido submetidos a tortura, violação e maus tratos, lista de presos que divulgamos:

1- Hassan Dah: 23 años, ex detenido político: brutalmente torturado, violado con un garrote que le introdujo por el ano la policía marroquí en la ciudad de El Aaiún.

2- Mohamed Bachir Boutenguiza: 37 años, ex encarcelado político, brutalmente torturado, y violado con una barra de hierro que le introdujo por el ano la policía, y que sufrió una enorme hemorragia, cuyos efectos le duran hasta ahora, según su abogado y su familia.

3- Daich Daf: 32 años, padre de un niño y miembro del Comité de diálogo del campo Gdeim Izik: brutalmente torturado, violado con un garrote introducido por el ano por la policía marroquí en la ciudad de El Aaiún.

4- Abdallahi Toubali: 30 años, miembro del Comité de diálogo del campo Gdeim Izik: brutalmente torturado, violado con un garrote introducido por el ano por la policía marroquí en la ciudad de El Aaiún.

5- Houssein Zawi: 36 años, miembro del Comité de diálogo del campo Gdeim Izik: brutalmente torturado, violado con un garrote introducido por el ano por la policía marroquí en la ciudad de El Aaiún.

6- Mohamed Ayoubi: 55 años, sufre trastornos psíquicos: brutalmente torturado, violado con un garrote introducido por el ano por los servicios de la seguridad pública marroquí en el momento del desmantelamiento del Campo en la ciudad de El Aaiún.

7- Abdallahi Lekhfawni: 37ans: miembro cooperador del comité del diálogo de Gdeim Izik, Brutalmente torturado, violado con un garrote introducido en el ano por los servicios de la seguridad pública marroquí.

É também o caso de outros presos políticos saharauis no mesmo estabelecimento penitenciário que foram submetidos a tortura física e psíquica, mas não a violação, e que são ainda em número de 13 presos políticos saharauis:

8- Asfari Naama: 40 años, activista saharaui de derechos humanos, y ex encarcelado de conciencia repetidas veces.

9- Mohamed Bouryal: 40 años, miembro del comité del diálogo.

10- Mohamed Bani: 41 años.

11- Sidi Abderahman Zayou: 37ans.

12-Ahmed Sbai: 39 años, ex detenida política y activista saharaui de derechos humanos.

13- Sidi Abdallah Abhah: 35 años.

14- Abdel jalil Laaroussi: 32 años.

15- Mohamed Tahlil: 29 años; ex detenida política y activista saharaui humano de derechos.

16- Mohamed Lamine Hadi: 26 años, activista saharaui humano de derechos.

17- Taki Machdoufi: 25 años.

18- Bachir Khada: 24 años, activista saharaui de los derechos humanos.

19- Cheikh Banga: 21 años, activista saharaui de derechos humanos.

20- Lemjayed Sidahmed: activista saharaui de derechos humanos.

Otros presos políticos sufren del mismo tratamiento; el tratamiento degradante de la vida humana, la tortura variada, la humillación, así como, de otras formas de tratamiento inhumano, que sufren más de 130 detenidos saharauis en la prisión negra de El Aaiún (toda orden después de los acontecimientos del 8 de noviembre, y después de el desmantelamiento del campamento de Gdeim Izik, y entre los que hay seis (6) mujeres (dos han sido liberadas el 12 de enero de 2011, la Sra. Fatimato Sabi 44ans, y la Sra. Zahra Lansari de edad de 40 años).

Según el testimonio que varias familias dan a Codapso, todos ellos confirmaron que sus familiares son maltratados, y que su situación es extremadamente desastrosa y muy inquietante, ya qué, entre estos, varios sufren de enfermedades crónicas causados por las torturas en los centros de interrogaciones y también a causa de la administración penitenciaría bajo la dirección del director Mr. Abdel-ilah Zanfouri (verdugo famoso y ex directivo del pasillo de la muerte en la prisión central de Kenitra / Marruecos).

No sólo son los presos los que sufren, sino que también sus familias en el momento de las visitas a sus familiares, porque los visitantes también sufren maltrato por parte de los guardianes de esta horrible prisión.

Este tratamiento inhumano que está contra las leyes y los convenios internacionales, y hasta contra el conjunto de reglas mínimas para el tratamiento de los detenidos, que los siguientes artículos indican:

Artículo 6. Capítulo 1: las reglas siguientes se aplican de manera imparcial y no puede tener allí ninguna discriminación de raza, de color, de sexo, de religión, de opinión política o muy diferente opinión, el origen nacional o social e improvisado, de nacimiento u otro estatuto.

Artículo 17, capítulo 1: todo detenido que no esté autorizado a llevar trajes especiales deben ser abastecidos con trajes adaptados al clima y que basten para mantener la salud. De ningún modo deben estos trajes ser degradantes o humillantes.

Artículo 35, Capítulo 1: suministrar a cada detenido, a la entrada de la prisión, de las informaciones escritas que conciernen a la reglamentación aplicable a su categoría de presos, y sobre las reglas de la disciplina a la prisión, y son autorizadas por los métodos para conseguir informaciones y formular quejas, y sobre muy diferentes cuestiones que son necesarias para él para permitirle conocer sus derechos y deberes de los dos, y ajustarse con arreglo a la cadena perpetua.

Artículo 37: los detenidos deben ser autorizados, bajo la supervisión que sea necesaria, a comunicarse con su familia y los amigos confianzas, a intervalos regulares, tanto por correspondencia como recibiendo visitas semejantes.

Artículo: 39. Debe ser puesto a disposición de los presos, información de manera regular sobre el curso de los acontecimientos de interés en los periódicos diarios, o en las publicaciones periódicas o especiales librados por la administración penitenciaria, o a escuchar estaciones de radio o de conferencias, u otro medio similar permitidas por el departamento, o estar sometido a la vigilancia.

Y hasta según en la Declaración Universal de Derechos Humanos, que se explica bien los derechos de los individuos:

Artículo 2: a cada individuo se puede prevalecer de todos los derechos y de todas las libertades proclamadas en la Declaración presente, sin distinción ninguna, particularmente por raza, por color, por sexo, por lengua, por religión, por opinión política o por muy diferente opinión, por origen nacional o social e improvisado, por nacimiento o por muy diferente situación.

Además, no será hecha ninguna distinción fundada sobre el estatuto político, jurídico o internacional del país o del territorio del que una persona es nacional, que este país o territorio sea independiente, bajo tutela, no autónomo o no sometido a una limitación cualquiera de soberanía.

Artículo 3: todo individuo tiene derecho a la vida, a la libertad y a la seguridad de su persona.

Artículo 5: ninguno estará sometido ni a la tortura, ni a las penas o ni los tratamientos crueles, inhumanos o degradantes.

Artículo 6: cada uno tiene el derecho al reconocimiento en cualquier lugar de su personalidad jurídica.

Artículo 7: todos ellos son iguales ante la ley y tienen derecho sin distinción, a una protección igual de la ley. Ellos todos tienen derecho a una protección igual contra toda discriminación que violaría la Declaración presente y contra toda provocación a tal discriminación.

Artículo 8: toda persona tiene derecho a un recurso efectivo delante de las jurisdicciones nacionales competentes contra los actos que violan los derechos fundamentales que le son reconocidos por la constitución o por la ley.

Artículo 9: ninguno puede arbitrariamente estar parado, ser detenido o exiliado.

Artículo 10: toda persona a derecho, en igualdad plena, a lo que su causa sea entendida equitativamente y públicamente por un tribunal independiente e imparcial, que decidirá o sus derechos y obligaciones, o de lo bien fundado de toda acusación en materia penal dirigida contra ella.

Artículo 11: toda persona acusada de un acto delictivo se presume inocente hasta que su culpabilidad legalmente hubiera sido establecida en el curso de un proceso público donde todas las garantías necesarias para su defensa le hayan sido aseguradas. Ninguno será condenado a acciones u omisiones que, en el momento en el que han sido cometidas, no constituían un acto delictivo según el derecho nacional o internacional. Lo mismo, no serán infligidas ninguna pena más fuerte que la que era aplicable en el momento en el que el acto delictivo ha sido cometido.

Artículo 12: ninguno será el objeto ni de intromisiones arbitrarias en su vida privada, su familia, su domicilio o su correspondencia, ni de ofensas a su honor y a su reputación. Toda persona tiene derecho a la protección de la ley contra tales intromisiones o contra tales ofensas.

Codapso lanza un llamamiento urgente para:

1-Abrir una investigación sobre las torturas, los actos de violación, y los tratamientos inhumanos cometidos por las autoridades marroquíes contra los detenidos políticos saharauis.

2-Llamada a las organizaciones internacionales de los derechos humanos para denunciar los malos tratos de los presos políticos saharauis en las prisiones marroquíes.

3-Hacer presión sobre Marruecos con el fin de respetar los derechos humanos en Sáhara Occidental / Zona bajo control de Marruecos.

4-La aplicación de las resoluciones de la legitimidad internacional, con el fin de permitir al pueblo saharaui ejercer su derecho a la autodeterminación.

5-La condena de las restricciones sistemáticas contra los militantes, así como a los ciudadanos saharauis.

6-La solidaridad absoluta con los detenidos de conciencia saharauis.

7-Nuestra llamada a la comunidad internacional para ampliar los poderes del MINURSO en la vigilancia de los derechos humanos.


Anexo: lista detenidas políticas Saharaui:

Lista de los detenidos políticos saharauis en la prisión negra de El Aaiún / Sáhara Occidental:

Antes del 08 de noviembre de 2010:

1 - Bachri Ben Taleb.

2 – Cheikh Amidane.

3 – Alaoui Sidi Mohamed laghdaf.

4 – Alaoui Salek.

5 - Hammadi Hemdaity.

6 - Ahmed Daoudi .

7 - ELGARHI Zubair.


Después del 8 de noviembre de 2010:

Nombres de las mujeres detenidas en esta prisión:

01-Fatimatou Sabi (liberada 12/01/2011).

02 - Ansari zahra (liberada 12/01/2011).

03 – Hayat Rguibi.

04 - Nguiya Hawassi.

05- Jouda Oum Al fadli.

06- Lalla Khaidouma (ghaliya) Joumani.


Nombres de los otros presos políticos:

1 – Aberkan Mohammed Mahfod.

2. - Yaya Bachir.

3. - Mowahad Khatari.

4. - Mohammed Salem Lemrabet.

5. – Rguibi Lkadi.

6. - Salek Bouchana.

7. – Abid Mohammed.

8. - Ahmed Daddah .

9. – Rguibi Mohammed Zein.

10. – Naji Ahmed.

11. - Salami Ali Baiba.

12. - Sami Solh Abdeslam.

13. – Hmaimid Hammadi.

14. - Jamal boufarra.

15. – Berkouz Habib.

16. – Aamar Abderahman.

17. - Din Mohamed Lamine.

18. - Hamoud Lili.

19. – Marzouk Mohamed Lamine.

20. – Bab Allah Yaakoub.

21. – Kaihal Mohamed.

22. – Assri Salama.

23. – Rachdi Ahmed.

24. – Tchiti Moulay Ahmed.

25. - Helmi Issam.

26. - Dah Mohammed Embarak.

27. - Tawazon Salem.

28. - Hamad Hussein.

29. - Assri Hussein.

30. – Mohammed Marhome.

31. - Ahmed Babaite.

32. - Salama Amidane.

33. – Lebaihi Mohamed.

34. – Ali Salem dorachad.

35. – Louchaa Maa.

36. – Bartaa Abdallah.

37. - Jafari Ahmad Fal .

38. – Borhimi Mahmoud.

39. – Ajwad Kaziza.

40. - Toumi Ahmed.

41. - Hanin Mustapha .

42. – Tolba Saad bouh.

43. – Laabidi Salek.

44. - Nourdine Wjaje.

45. - Abd elhay Nassri.

46. – Brahim Raha.

47. – Ahrayem Ahmed.

48. – Aharayem Mahmoud.

49. - Ahra rayem Mahamed Fadel.

50. – Lamaaiti Omar.

51. - Hussein Al Miri.

52. –Lehkmaich Houssein.

53. - Bakai Firassa.

54. - Sami Solh Ibrahim.

55. – Tanji Ahmed.

56. – Rahali Bechraya.

57. – Lekhlifi Dahman.

58. - Azergui Mehdi .

59. – Ahmed Moussaoui .

60. - Saadi Hamma.

61. - Saadi Bassiri.

62. – Lekhlifi sidi Brahim.

63. – Limam Hadi.

64. - Sahel Legazel.

65. -Mohamed Salem Sidamar.

66. - Lehbib Dah.

67. - Salek Lamaadal.

68. - Bashir Braik.

69. - Sidi Ahmed Belmaki.

70. - Zein Ibrahim al-Khalil.

71. - Mustafa Rami.

72. - Salek Daoudi.

73. - Tariq Dakhil.

74. -Aliyen Toubali.

75. - Sidi Mohamed Haiba.

76. - Ismail Amouri .

77. – Said Daali.

78. - Hussein Hamdan.

79. - Ramadan Cbik.

80. – Mohammed Almzarid.

81. - Mustafa Barbare.

82. – Moulod Alaoui.

83. - Lekwara Ahmed.

84. - Mohamed Ali Lekwara

85. - Sidi Mbarek Chakoul.

86. –Bchairna maalainin.

87. – Dimani Najem.

88. – Mohammed Boaz.

89. - M'Hamed Laakik.

90. - Jamal Bouaida.

91. – Babait Sidi Brahim.

92. - Hassan Banha.

93. - Hamdan Ibrahim.

94. - Ibrahim al-Ismaili.

95. - Baiba Khaddad.

96. - Indore Omar.

97. - Hussein Dada.

98. - Mohamed Salem Al Busaidi.

99. - Hammad Ahl Zayaar.

100. – Mohamed Embarek Lafkir.

101 - Imad Nrajah.

102 - Lkhair Hicham.

103 - Abd al-Wahhab Maiofe.

104 - Ali Lmir.

105 – Ali Krayfa.

106 – Bechraya Najem.

107 - Sayf Din Samman.

108- Boujemaa bougharioun.

109 - Kadlouli Laroussi.

110 - Naji Mohammad.

111 - Mohammad Ali Sid Zein.

112 – Mrayzigue Khatar.

113 - Yahdih Lebaihi.

114 - Hussein Ndour.

115 - Lbrasse Mustafa.

116 - Gali Mrabih.

117 - Ghailani Salem.

118 – Bouderbala Hanafi.

119 – Sidati Mohammed Hammadi.


Así como, señalamos que el Gobierno marroquí todavía tienen allí otros presos .................

Lista presos políticos saharauis encarcelados en la prisión Local de Salé en Marruecos:

1 - Asfari Naama.

2 - Ahmad Sbaai.

3 - Khfaoni Abdallahy.

4 – Zayou Sidi Abdel Rahman.

5 - Toubali Abdullah.

6 - Hussein Zaoui.

7 – Mohamed Bouriale.

8 – Daich Dafe.

9 - Cheikh Bangua.

10 - Abdul Jalil Mraimade.

11 - Bani Mohammed.

12 – Tahlil Mohammed.

13 – Hassan Dah.

14 - Khada Bashir.

15 – Taki Machdoufi.

16 – Mohammed Bashir Boutenguiza.

17 - Sidi Abdellah Abhah.

18 - Mohamed Lamine Hadi.

19 - Mohammed Al Ayoubi .

20- Lemjayed Sidahmed.

El Aaiún: 18 de Janeiro de 2011,

Por el Comité Saharaui de la defensa del derecho a la autodeterminación Para el pueblo de Sáhara occidental.
CODAPSO.
Comité de Defensa del Derecho de Autodeterminación del Pueblo del Sahara Occidental.
Siteweb: http://www.codapso.org/ / E-mail: codapso@gmail.com


Traduzido do francês para o espanhol por Mac Reboso Mendoza