domingo, 6 de maio de 2012

Marrocos espiou a Missão da ONU no Sahara Ocidental



 As autoridades de Marrocos espiaram as comunicações da Missão das Nações Unidas no Sahara Ocidental (MINURSO) e impediram o livre acesso dos seus membros à população local, segundo revela um relatório do SG da ONU, Ban Ki Moon, e que teve acesso a Reuters.

Segundo o el documento, de 28 páginas, a MINURSO é «incapaz de exercer plenamente as suas funções de vigilância, observação e informação sobre a manutenção da paz e não dispõe de autoridade para impedir a erosão» da sua missão. Face a esta constatação, Ban insta o Conselho de Segurança da ONU a «garantir que sejam dadas as condições mínimas para o êxito das operações da missão».

Entre as dificuldades com que enfrenta a missão, Ban destaca que «há indícios de que, pelo menos em alguma ocasião, foi comprometida a confidencialidade das comunicações entre os quartéis da MINURSO e  Nova Iorque».

Embora, refere o relatório, o pessoal civil da MINURSO tenha liberdade de movimentos a oeste do muro que divide o território do Sahara Ocidental de norte a sul, o acesso à população local «está controlado» pelas autoridades marroquinas, o que lhe impede exercer «uma interação de facto com todo el espectro dos interlocutores locais».

A linguagem deste ponto foi suavizado devido à pressão de Marrocos, atual membro não permanente do Conselho de Segurança e estreito aliado de dois membros permanentes, França e Estados Unidos. O texto anterior, a que a Reuters teve acesso, indicava que os movimentos do pessoal da MINURSO estavam «estreitamente vigiados, com os consequentes efeitos negativos».

O representante da Frente Polisario junto da ONU, Ahmed Bujari, escreveu ao chefe da MINURSO, Herve Ladsous, denunciando esta modificação no texto, o que, na sua opinião, supor «um golpe fatal na credibilidade da ONU».

REUTERS 12/04/2012


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