sexta-feira, 4 de maio de 2012

Novo relatório revela indústria agrícola intensiva no Sahara ocupado


Vista aérea de Dajla, sul do Sahara Ocidental


O novo relatório "ConflictTomatoes", publicado pelo WSRW, revela um crescimento maciço da indústria agrícola marroquina no Sahara Ocidental ocupado e respectivo comércio com a UE.

O relatório 'Conflict Tomatoes'(em inglês) identifica a onze plantações situadas em redor da Cidade de Dajla no sul do território. A investigação conclui que todas as explorações agrícolas são propriedade do rei de Marrocos, de poderosos conglomerados marroquinos ou de empresas multinacionais francesas. Não existem empresas pertencentes à população local saharaui, nem sequer a pequenos proprietários colonos marroquinos a residir no Território.

Toda esta industria tem por base a extração de água não renovável de poços situados a grande profundidade. A exploração está sendo levada a cabo sem o consentimento do do povo do Sahara Ocidental e, por isso mesmo, em violação do Direito Internacional, tal como estabelece um relatório jurídico da ONU.

"as pessoas que trabalham nestas quintas são marroquinas e não saharauis. Trabalham durante meses, e vivem em casas subvencionadas pelo governo marroquino. Enquanto isso, a população saharaui de Dajla continua desempregada", declarou  El Mami Amar Salem, residente em Dajla e Presidente do Comité contra a Tortura no Sahara Ocidental. As declarações constam do relatório.
A produção agrícola das quintas sofreu um grande impulso: os produtos agrícolas produzidos aumentaram cerca de 2800% entre 2002-2003 e 2008-2009. Estima-se que o número de pessoas a trabalhar na agricultura na região triplique até ao ano de 2020.

WSRW: 14.02 - 2012

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