quinta-feira, 28 de abril de 2022

4 anos de prisão para o jornalista Rabie Al-Ablaq por publicar "vídeos que criticam as disparidades sociais e a corrupção" em Marrocos


Rabie Al-Ablaq


Agências – O ativista marroquino Rabie Al-Ablaq foi condenado na segunda-feira (25 de Abril) a quatro anos de prisão por alegadamente "insultar" o rei Mohamed VI nas redes sociais. "O Tribunal de Primeira Instância de Al Hoceima, na região do Rife, condenou Rabie Al-Ablaq a quatro anos de prisão por insultar a pessoa do rei nas redes sociais", disse o seu advogado Abdelmajid Azaryah à AFP.

O cidadão ativista e jornalista natural da região do Rife, de 35 anos de idade, terá também de pagar uma multa de 20.000 dirhams (cerca de 1.900 euros). O seu advogado anunciou a sua intenção de recorrer. Al-Ablaq compareceu perante o tribunal em Al Hoceima, onde o seu julgamento teve início a 11 de abril.


Facebook e YouTube

O arguido foi processado por colocar "vídeos criticando as disparidades sociais e a corrupção", de acordo com o seu advogado. "Fiquei surpreendido com este veredicto porque [Al Ablaq] apenas expressou a sua opinião. "Acho que ele não prejudicou a instituição real [O Palácio Real]", sublinha ele.

Segundo a Human Rights Watch (HRW), a acusação surgiu a partir de dois vídeos, publicados no Facebook e no YouTube em Setembro e Novembro de 2021, nos quais o Al-Ablaq "se dirigiu ao rei num tom familiar e salientou o contraste entre a sua fortuna e a pobreza generalizada em Marrocos".

"Punir as críticas aos detentores do poder é uma clara violação do direito à liberdade de expressão", salientou a ONG de direitos humanos num recente comunicado de imprensa, apelando a que o ativista condenado fosse ilibado das acusações.


Saïda El-Alami


Outra ativista marroquina dos direitos humanos, a advogada Saïda El-Alami, de 48 anos, que colocou regularmente ‘posts’ críticos contra as autoridades nos meios de comunicação social, foi presa a 23 de março e está a ser processada por "desprezo pelos funcionários públicos no exercício das suas funções", "ataque à justiça" e "divulgação de falsas acusações". O veredicto é esperado para esta sexta-feira.  Ver comunicado da Amnesty International de 07 de abril último.

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