A sentença do Tribunal de
Justiça da União Europeia (TJUE), que proíbe a inclusão do território saharaui
nas relações comerciais entre a UE e Marrocos é “uma advertência ao rei de Marrocos”
que perdeu a batalha da opinião internacional, afirma o Washington Times.
Num editorial intitulado
“os tribunais lançam uma advertência ao rei de Marrocos”, o quotidiano norte-americano
assinala que o rei Mohamed VI “está decidido a manter os EUA fora do conflito e
gasta milhões de dólares todos os anos em lobbying para chegar aos seus fins“.
Mas “o ano passado, Marrocos
chegou à conclusão de que estava perdendo a guerra da opinião pública” quando o
Tribunal de Justiça anulou o acordo agrícola que tem com a União Europeia “,
constata o Washington Times.
Destacando os reveses
sucessivos da diplomacia marroquina, o periódico refere que Marrocos se tem negado
a reconhecer a independência do Sahara Ocidental apesar de várias campanhas ganhas
pelos saharauis na ONU e batalhas legais ganhas pela Frente Polisario nos tribunais
Internacionais.
O diário norte-americano aborda
no seu editorial a luta pacífica do povo saharaui para recuperar a sua soberania
recordando, nesse sentido, o plano de resolução do conflito apresentado pelo ex-secretário
de Estado americano James Baker, que foi sabotado por Marrocos.
"James Baker
conseguiu encontrar um acordo que considerado bom porque foi rejeitado por ambas
as partes. (o acordo) estabelecia um referendo para permitir que os saharauis
que vivem (nesta área) pudessem decidir de uma vez por todas "o seu
futuro, acrescenta.
“o acordo fracassou por
pressão do rei e, ato contínuo, os EUA examinaram minuciosamente as razões
desse fracasso e os detalhes da conduta marroquina sobre o terreno”, escreve o
Washington Times.
“O povo (saharaui) luta
pela autodeterminação e o estatuto do país há 46 anos, desde que Marrocos impôs
a sua (própria) lei sobre o território”, acrescenta o jornal, precisando que o
conflito entre a Frente Polisario e Marrocos é uma continuação da luta dos
saharauis contra as forças coloniais espanholas há quase meio século.
Sob a direção do falecido
presidente Mohamed Abdelaziz, a luta converteu-se numa batalha jurídica com
recurso ao Tribunal Internacional de Justiça, às Nações Unidas e à consciência do
mundo para convencer os marroquinos a que devolvam o seu país “, adianta o
Washington Times.
Fonte: Diaspora Saharaui
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